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Document 52021XC0218(05)

Publicação do documento único a que se refere o artigo 94.o, n.o 1, alínea d), do Regulamento (UE) n.o 1308/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho e da referência à publicação do caderno de especificações de uma denominação do setor vitivinícola 2021/C 58/18

C/2021/847

JO C 58 de 18.2.2021, p. 86–92 (BG, ES, CS, DA, DE, ET, EL, EN, FR, HR, IT, LV, LT, HU, MT, NL, PL, PT, RO, SK, SL, FI, SV)

18.2.2021   

PT

Jornal Oficial da União Europeia

C 58/86


Publicação do documento único a que se refere o artigo 94.o, n.o 1, alínea d), do Regulamento (UE) n.o 1308/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho e da referência à publicação do caderno de especificações de uma denominação do setor vitivinícola

(2021/C 58/18)

A presente publicação confere o direito de oposição ao registo da denominação nos termos do artigo 98.o do Regulamento (UE) n.o 1308/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho (1) no prazo de dois meses a contar da data da presente publicação.

DOCUMENTO ÚNICO

«Willamette Valley»

PGI-US-02439

Data de apresentação do pedido: 17.10.2018

1.   Denominação a registar

Willamette Valley

2.   Tipo de indicação geográfica

IGP

3.   Categoria de produtos vitivinícolas

1.

Vinho

5.

Vinho espumante de qualidade

4.   Descrição do(s) vinho(s)

A indicação geográfica protegida «Willamette Valley» está reservada aos vinhos tranquilos (tintos, rosés e brancos) e vinhos espumantes de qualidade.

Os vinhos «Willamette Valley» caracterizam-se e são identificados pelo tipo de casta. Os vinhos tintos, predominantemente da casta pinot-noir, e os vinhos brancos «Willamette Valley», predominantemente das castas chardonnay, pinot-gris e riesling, com misturas espumantes de pinot-noir/chardonnay, constituem a maior parte da produção «Willamette Valley».

Provenientes de uma região fria, medianamente encorpados, apresentando geralmente uma acidez acentuada, intensas notas de frutos frescos maduros e taninos minerais, os vinhos de Willamette Valley têm as seguintes características:

Vinhos tranquilos

Vinhos tintos:

Os tintos «Willamette Valley» são brilhantes, de cor vermelha a grená moderada, por vezes próxima do púrpura escuro, consoante a proveniência e a colheita; apresentam notas de bagas vermelhas e negras frescas, romãs, morangos, framboesas, cerejas, amoras e ameixas, tanto em termos de aroma como de paladar; além disso, os componentes aromáticos apresentam notas de flores vermelhas e púrpura, terrosas, entre o húmus e a folha de chá, notas de iodo e ferro férrico, sassafrás, cola, minerais e, com a idade, notas mais complexas de presunto, cogumelos, couro e especiarias. Os aromas e texturas na boca são complexos e matizados, com taninos finos de folha de chá e tabaco-cereja e um palato médio redondo e aveludado, que lhe confere riqueza e uma estrutura elegante, revelando tanto os frutos como a intensa sapidez dos alimentos percetíveis no nariz; no palato, pode apresentar uma gama de taninos, da folha de chá à madeira, com uma acidez que se eleva no palato, mantendo uma gama alargada de aromas assertivos, que contribuem para proteger e garantir a longevidade.

Vinhos rosés:

Os rosés de Willamette Valley vão do rosa-acinzentado muito claro ao grená-claro. São vibrantes e elegantes, com notas de flores brancas a vermelhas (de jasmim a rosa) e de frutos frescos que vão da laranja sanguínea aos morangos silvestres e às framboesas, tanto no nariz como no palato; podem também ser salinos minerais e cremosos no palato, tendo, por vezes, uma nota de açúcar residual. A acidez vibrante característica dos rosés de Willamette Valley permite que envelheçam em garrafa durante alguns anos.

Vinhos brancos:

Os vinhos brancos de Willamette Valley têm um brilho uniforme, apresentam uma acidez revigorante e uma cor que vai da platina ao limão-pálido. Os vinhos de vindimas tardias e os vinhos envelhecidos em barrica de carvalho são de cor creme-dourada. Apresentando a mesma vivacidade dos frutos do pinot-noir, ou maior ainda, com diferentes tipos de frutos e aromas, que vão dos citrinos e frutos de caroço (pêssego, pera, etc) às e flores brancas e de pomar; todos têm uma mineralidade e salinidade pronunciadas no palato (devidos ao pH, à acidez e vivacidade dos frutos), com um núcleo de aromas frutados, frescos e puros, sustentados pela acidez elevada, que lhes conferem persistência e uma longevidade promissora. Com a idade, os vinhos apresentam notas de flores secas e compota de citrinos, elementos de mel e notas minerais pronunciadas.

Características analíticas gerais

Título alcoométrico total máximo (% vol.)

16%

Título alcoométrico adquirido mínimo (% vol.)

7%

Acidez total mínima

4 g/l, expressa em ácido tartárico

pH: máximo 4,0

Acidez volátil máxima (miliequivalentes por litro)

23,31 meq/l (vinhos tintos)

19,98 meq/l (vinhos brancos e rosés)

Teor máximo total de dióxido de enxofre (miligramas por litro)

150 mg/l

Dióxido de enxofre livre: 40 mg/l

Vinho espumante de qualidade

Os vinhos espumantes de qualidade de Willamette Valley são produzidos na forma de vinhos brancos e rosés, elaborados a partir das castas pinot-noir, chardonnay e, em alguns casos, pinot-meunier. Apresentam uma espuma fina a média, refinada, cordões de bolha nacarada e aromas expressivos, límpidos e acidulados de frutos de caroço quase maduros, bem como notas vivas de citrinos. Os vinhos espumantes brancos de qualidade são de cor platina, límpidos e brilhantes, com aromas de maçã ou pera e notas de lima, frutos de caroço ou minerais. Os rosés exibem notas de morangos silvestres, acidez bastante elevada e aromas matizados e vivos de frutos vermelhos (maçã/ameixa). O envelhecimento em garrafa durante mais de dez anos é prática corrente. Os rosés variam, visualmente, entre o vermelho-cereja claro e o rosa ténue. No nariz, os rosés apresentam notas de pétala de rosa a maçã vermelha e leves aromas de ameixa e morango, consoante o lote e a maturação das uvas no momento da vindima. Uma componente característica «especiada» também não é invulgar. As descrições de aromas e de sabores característicos podem incluir morangos silvestres e outras bagas de verão, citrinos como a laranja sanguínea, a tangerina e maçã/maçã-brava e especiarias como as ervas secas e o gengibre. O elevado nível de acidez permite o envelhecimento prolongado em garrafa durante mais de dez anos.

Os aromas dos vinhos espumantes do tipo «Brut» elaborados com as castas chardonnay, pinot-noir e pinot-meunier vão das flores brancas à casca de ostra oceânica e da maçã/pera à toranja branca. Os aromas variam consoante as percentagens das castas utilizadas e o local de cultivo. Os aromas florais variam do branco delicado ao rosa; os especiados, da baunilha ao gengibre e às ervas aromáticas secas; os frutados abarcam maçãs verdes, amarelas e vermelhas, maçãs-bravas, amoras e peras semelhantes às de Anjou, toranja branca, carambola e tangerina. A acidez é forte e vibrante, o final pode ser bastante persistente com notas de frutos maduros.

Características analíticas gerais

Título alcoométrico total máximo (% vol.)

14%

Título alcoométrico adquirido mínimo (% vol.)

7%

Acidez total mínima

5 g/l, expressa em ácido tartárico

pH: máximo 4,0.

Acidez volátil máxima (miliequivalentes por litro)

≤ 23,31 meq/l

Teor máximo total de dióxido de enxofre (miligramas por litro)

150 mg/l

Dióxido de enxofre livre: 30 mg/l

5.   Práticas vitivinícolas

a)   Práticas enológicas essenciais

b)   Rendimentos máximos

Pinot Noir e outros vinhos tintos: 7 850 kg/ha (45 hl/ha);

Chardonnay: 10 100 kg/ha (60 hl/ha);

Outros vinhos brancos: 12 330 kg/ha (70 hl/ha);

Vinhos espumantes de qualidade: 15 700 kg/ha (90 hl/ha);

6.   Área geográfica delimitada

A área viticultural americana «Willamette Valley» é descrita, sinteticamente, do modo que se segue, estando aprovada e registada de acordo com a regulamentação do United State Tax e Trade Bureau:

§ 9.90 Willamette Valley.

Limites. A zona vitícola do vale de Willamette situa-se na parte noroeste do Oregon e é delimitada, a norte, pelo rio Colúmbia, a oeste pelo maciço costeiro, a sul pelos montes Calapooya e, a leste, pelos montes Cascade, abrangendo aproximadamente 5200 milhas quadradas (3,3 milhões de acres).

Os limites exatos da área vitícola, definidos pelos marcos e pontos de referência que constam dos mapas aprovados, são os seguintes: ponto de partida: intersecção da linha Colúmbia/condado de Multnomah com a linha de fronteira entre os Estados de Oregon e Washington;

para oeste, 8,5 milhas ao longo da linha Colúmbia/condado de Multnomah, até à sua intersecção com a linha de fronteira do Estado de Washington;

para sul, 5 milhas ao longo da linha condado de Multnomah/Washington até à sua intersecção com a linha de contorno de 1000 pés;

para noroeste (15 milhas) ao longo da linha de contorno de 1000 pés, até à sua intersecção com a estrada estatal 47, meia milha a norte de «Tophill»;

depois, um quarto de milha para oeste da estrada estatal 47 até à linha de contorno de 1000 pés, continuando para sul e depois para sudoeste ao longo desta linha até à sua intersecção com o limite da floresta nacional de Siuslaw (ponto situado cerca de 43 milhas a sul e 26 milhas a oeste de «Tophill»), uma milha a norte da estrada estatal 22;

6,5 milhas para sul até à linha do contorno de 1000 pés, na fronteira entre os condados de Lincoln e Polk;

continua ao longo da linha de contorno de 1000 pés (aproximadamente 23 milhas) para leste, sul e, depois, para oeste, até ao ponto em que a linha de fronteira do condado de Polk é intersetada pela linha de fronteira entre os condados de Lincoln e Benton;

para sul, 11 milhas ao longo da linha de fronteira entre os condados de Lincoln e Benton, até à intersecção com o limite da floresta nacional de Siuslaw;

para leste, seis milhas ao longo do limite da floresta nacional de Siuslaw e depois, para sul, seis milhas ao longo desta linha até à estrada estatal 34 e à linha de contorno de 1000 pés;

para sul, ao longo da linha de contorno de 1000 pés até à sua intersecção com a linha Township T17S/T18S (31 milhas para sudoeste e uma milha para oeste da estrada estatal 126);

para leste, 4,5 milhas ao longo da linha T17S/T18S até à linha Range R6W/R7W, para sul, 2,5 milhas ao longo desta linha até à linha de contorno de 1000 pés;

para nordeste e, em seguida, cerca de 12 milhas para sudeste ao longo da linha de contorno de 1000 pés, até à sua intersecção com a linha R5W/R6W;

para sul, cerca de 0,25 milhas ao longo da linha R5W/R6W, até à sua intersecção com a linha de contorno de 1000 pés;

essencialmente para sudeste ao longo da linha de contorno de 1000 pés, atravessando, de acordo com o mapa de Letz Creek, até um ponto da referida linha de contorno localizado a norte da intersecção da Siuslaw River Road com a Fire Road;

para sul, cerca de 0,55 milhas em linha reta, atravessando o rio Siuslaw e a intersecção da Siuslaw River Road com a Fire Road até à linha de contorno de 1000 pés;

essencialmente para sudeste ao longo da linha de contorno de 1000 pés, atravessando, de acordo com o mapa de Roseburg, Oregon, até à intersecção da linha de contorno de 1000 pés com a linha de fronteira entre os condados de Lane e Douglas;

para leste, cerca de 3,8 milhas ao longo da linha de fronteira entre os condados de Lane e Douglas, até à intersecção com a linha de contorno de 1000 pés imediatamente a leste da bifurcação sul do rio Siuslaw;

essencialmente para norte e, depois, para nordeste, ao longo da linha de contorno de 1000 pés na zona de Spencer Butte; em seguida, essencialmente para sul até um ponto da linha de fronteira entre os condados de Lane e Douglas situado meia milha a norte da estrada estatal 99;

para sul, 1,25 milhas ao longo da linha de fronteira entre os condados de Lane e Douglas até à sua intersecção com a linha de contorno de 1000 pés;

ao longo da linha de contorno de 1000 pés, na zona dos vales de Little River, Mosby Creek, Sharps Creek e Lost Creek, até à intersecção da linha R1W/R1E com a estrada estatal 58;

para norte, seis milhas ao longo da linha R1W/R1E, até à intersecção com a linha de contorno de 1000 pés imediatamente a norte de Little Fall Creek;

prossegue ao longo da linha de contorno de 1000 pés na zona de Hills Creek, na encosta sul do vale do rio McKenzie até ao parque estatal de Ben e Kay Dorris, atravessando a encosta norte na zona de Camp Creek, do rio Mohawk e dos seus afluentes, do rio Calapooya (três milhas a sudeste da localidade de Dollar), até ao ponto de inersecção de Wiley Creek com a linha R1E/R1W, cerca de uma milha a sul da linha T14S/T13S;

para norte, 7,5 milhas ao longo da linha R1E/R1W, até à linha T12S/T13S, em Cedar Creek;

para oeste, quatro milhas ao longo da linha T12S/T13S até à linha de contorno de 1000 pés;

prossegue essencialmente em direção a norte, ao longo da linha de contorno de 1000 pés na zona de Crabtree Creek, Thomas Creek, North Santiam River (até à confluência com Sevenmile Creek) e Little North Santiam River até à intersecção da linha de contorno de 1000 pés com a linha R1E/R2E (cerca de uma milha a norte da estrada estatal 22);

para norte, 14 milhas ao longo da linha R1E/R2E (através de uma pequena parte do parque estatal de Silver Falls), até à linha T6S/T7S;

para leste, seis milhas ao longo da linha T6S/T7S até à linha R2E/R3E;

para norte, seis milhas ao longo da linha R2E/R3E até à linha T5S/T6S;

para nordeste, 8,5 milhas até à intersecção das linhas T4S/T5S e R4E/R3E;

para leste, seis milhas ao longo da linha T4S/T5S até à linha R4E/R5E;

para norte, seis milhas ao longo da linha R4E/R5E até à linha T3S/T4S;

para leste, seis milhas ao longo da linha T3S/T4S até à linha R5E/R6E;

para norte, 10,5 milhas ao longo da linha R5E/R6E até ao ponto de intersecção com o limite da floresta nacional de Monte Hood (cerca de três milhas a norte da estrada federal 26);

para oeste, quatro milhas e, para norte, uma milha ao longo do limite da floresta até à linha de contorno de 1000 pés (imediatamente a norte do rio Bull Run);

para norte, ao longo da linha de contorno de 1000 pés, até ao condado de Multnomah, na intersecção com a linha R4E/R5E;

para norte, cerca de três milhas até à linha de fronteira entre os Estados de Oregon e Washington; e, finalmente,

para oeste e, depois, para norte, 34 milhas ao longo da linha de fronteira entre os Estados de Oregon e Washington, até ao ponto de partida.

7.   Principais castas de uva de vinho

Os vinhos tranquilos e os vinhos espumantes de qualidade de Willamette Valley são produzidos com as seguintes castas: pinot-noir, pinot-gris, chardonnay, riesling, pinot-blanc, syrah, cabernet-sauvignon, gamay-noir, pinot-meunier.

Utilizam-se também, em menor escala, outras castas: arneis, albarino, auxerrois, cabernet-franc, chenin-blanc, dolcetto, gewurztraminer, gruner-veltliner, merlot, muller-thurgau, sangiovese, sauvignon-blanc, pempranillo, viognier, zinfandel.

8.   Descrição da(s) relação(ões)

Como em qualquer empresa bem-sucedida e com boa reputação, a relação com a qualidade é complexa: embora os fatores naturais associados à localização de Willamette Valley sejam, provavelmente, mais importantes, com efeitos climáticos, geológicos, geográficos e de terroir que influenciam significativamente a qualidade final do vinho, o crédito deve necessariamente ser canalizado para os fatores humanos que sistematizam e consolidam a viticultura, a vinificação e os processos de comercialização, conferindo fiabilidade, controlo e reputação aos vinhos da região.

Solos e geologia: em Willamette Valley, os vinhos de alta qualidade característicos do terroir são produzidos a partir de uvas de um clima frio, como acima referido, cultivadas em vinhas situadas quase exclusivamente em encostas de solos vulcânicos e/ou sedimentares, elevados por ação tectónica, em altitudes compreendidas entre 61 e 305 metros (200 e 1000 pés), com loesse (silte eólico) em algumas das encostas. Os solos das encostas proporcionam uma profundidade adequada para as raízes e a retenção de água, fornecem nutrientes às videiras sem serem demasiadamente ricos (promovendo assim um crescimento fácil e moderado, em vez das necessárias prioridades de frutificação), bem como uma boa drenagem do solo e do ar, devido à sua friablidade, sendo pouco provável a ocorrência de geadas e doenças (por exemplo, oídio). Os solos são de três tipos (vulcânicos, sedimentares e de loesse de origem glacial), transmitindo aromas únicos e previsíveis, mineralidade e características de crescimento às vinhas e aos vinhos resultantes; por exemplo, com a casta pinot-noir, os solos vulcânicos produzem vinhos brilhantes, com aromas de frutos vermelhos frescos, bem como de framboesa a cereja (incluindo cereja-negra), taninos moderados, finos e flexíveis e cor moderada; os solos sedimentares produzem vinhos mais escuros, de cor vermelha a negra, com aromas que vão da cereja-negra à amora e ao mirtilo-vermelho, com notas de cogumelos, especiarias de confeitaria, café e compota de frutos negros, com taninos moderados a altos; os solos de loesse proporcionam uma coloração mais ligeira (morango a framboesa e cereja) e uma estrutura menos elaborada, com poucos taninos e frescura. Todos apresentam um teor de ácidos moderado a elevado e podem ser envelhecidos.

Geografia: as características organoléticas, consideradas únicas, dos vinhos de Willamette Valley, com especial destaque para o pinot-noir, incluem o brilho e as notas de frutos frescos, sendo a acidez proporcionada pelo clima frio mas protegido; diversas notas de frutos vermelhos a negros e níveis variáveis de fenóis estruturais ou taninos associados aos vários tipos de solos, latitude e geografia; uma vasta gama de marcas estilísticas resultantes da evolução da prática dos viticultores, que souberam tirar o melhor partido da personalidade do pinot-noir.

O clima frio, moderado por grandes massas de água como o Oceano Pacífico, permite que a temperatura diurna oscile entre dias quentes e noites muito frias; o vento oceânico arrefece o vale até 30-40 F (16,5-22 oC) durante a noite, o que afeta a respiração vegetal, permite o arrefecimento das plantas e preserva a acidez característica dos vinhos de Willamette Valley.

O gradiente proporcionado pela cota de 244 metros (800 pés) permite também uma variedade de condições de maturação para as diferentes necessidades das castas de uva, bem como uma versatilidade adicional de adaptação às alterações climáticas, com localizações mais quentes em altitudes inferiores e localizações mais frias em altitudes mais elevadas, projetando assim vinhos mais amadurecidos e mais macios, com notas vivas de frutos frescos e uma acidez mais elevada. O refinamento é conferido pelo perfil do local — orientado a sul, leste ou oeste das colinas — em termos de exposição solar, um verdadeiro benefício no contexto histórico da região. No início, as temperaturas eram mais frias e os viticultores orientavam as vinhas a sul para que as uvas atingissem a plena maturação.

Tão importante como o caráter montanhoso para a maturação, o teor de água, os aromas e a acidez, a característica crítica dos vinhos de Willamette Valley reside na natureza do vale, em forma de concha, protegido, a leste, pelos montes Cascade e, a oeste, pelo maciço costeiro, que contribui para as condições climáticas globais da zona, impedindo que crescimento das vinhas seja perturbado tanto por fluxos continentais quentes e secos como por fluxos frios e húmidos. Esta região protegida, de clima frio, permite obter uma maturação completa, mantendo simultaneamente a acidez conferida pelos períodos frios de crescimento e maturação. A sua alta qualidade, a fineza, a expressividade e a integridade estrutural, aliadas à acidez, fazem dos vinhos de Willamette Valley excelentes vinhos de mesa, para consumo a curto e médio prazos, conferindo-lhes também um importante potencial de envelhecimento.

Influências geográficas gerais dos vinhos espumantes tranquilos e de qualidade: o vale de Willamette é atravessado pelo paralelo 45o Norte. A esta latitude, as variações de altitude influenciam significativamente a flora e a fauna da zona. Uma alteração na cota da vinha de apenas 60 metros pode atrasar a maturação 10 a 14 dias. A floração ocorre, em média, na terceira semana de junho (solstício de verão) e, frequentemente, em julho (quatro semanas após o solstício). A latitude e proximidade do Oceano Pacífico, frio, proporcionam variabilidade meteorológica no período vegetativo e na época da vindima. De facto, as condições meteorológicas de Willamette Valley são excecionalmente variáveis quando comparadas com todas as outras regiões vinícolas da costa oeste dos Estados Unidos da América. Além disso, a variação da luminosidade e as alterações diárias são suficientemente intensas para produzir nas plantas de folha caduca, como a videira, uma resposta fisiológica induzida por fotoperíodo. As condições térmicas e o fotoperíodo em Willamette Valley limitam as zonas onde pode ocorrer uma maturação regular. Por exemplo, poucas vinhas se podem desenvolver acima dos 240 metros ou em localizações em que a precipitação média anual seja superior a 1300 mm, assim como em locais orientados a norte. Além disso, as vinhas de boa qualidade localizam-se em encostas, com uma orientação que favorece a exposição das folhas à luz solar e aquece o solo na primavera. Trata-se de uma região vitícola onde as castas de climas quentes, como a cabernet-sauvignon, não amadurecem uniformemente. É também uma das muito poucas regiões vitícolas com clima frio em que as vinhas começaram por ser plantadas em encostas e NÃO no fundo do vale, mais frio.

Fatores humanos e opções estilísticas: Willamette Valley situa-se no extremo norte de uma zona em que é possível amadurecer de forma sistemática castas de climas frios adequadas a vinhos espumantes tranquilos ou de qualidade (por exemplo, pinot-noir, pinot-meunier e chardonnay). É esta especificidade da localização que confere características únicas e interessantes aos vinhos tranquilos e aos vinhos espumantes de qualidade, proporcionando aos viticultores opções estilísticas fundamentais. A data média de floração corresponde ao solstício de verão. A maturação das uvas destinadas a vinhos espumantes de qualidade tende a ocorrer entre meados e o final de setembro e as uvas destinadas aos vinhos tranquilos, entre o final de setembro e meados de outubro. As zonas montanhosas propiciam inversões térmicas quentes no início da noite, permitindo que, no verão, as vinhas «respirem» antes do arrefecimento que se regista no final da noite e na madrugada. Para além das diferenças macroscópicas de localização entre as vinhas, as zonas montanhosas permitem também que o viticultor adapte a vindima à altitude a fim de reforçar os diversos matizes de aromas frutados e de se ajustar às características de cada época vegetativa.

Neste extremo norte, podem ocorrer variações nos aromas devido a pequenas alterações na vinha decorrentes de clonagens, porta-enxertos, alterações de espaçamento, aspeto, altitude e mesmo das técnicas utilizadas pelo agricultor. As diferenças entre parcelas adjacentes podem dar origem a uma variação estilística nos vinhos espumantes de qualidade e nos vinhos tranquilos.

No caso dos vinhos espumantes de qualidade, as uvas para vinho de Willamette Valley amadurecem adquirindo aromas complexos de frutos maduros, sem perder a acidez natural elevada. As uvas podem ser colhidas no auge de maturação, à medida que aumenta a cota. Quando a vinha é cultivada no limite da maturação regular, são obtidos aromas frutados complexos e deliciosos. Os vinhos espumantes elaborados a partir das castas pinot-noir e chardonnay são produzidos em Willamette Valley desde o início da década de 1980. Atualmente, há mais de 100 produtores de vinhos espumantes tradicionais e a produção continua a aumentar, tanto em número de produtores como em volume.

Os aromas de frutos maduros, a acidez natural elevada e as uvas de baixo teor alcoólico vindimadas em meados de setembro produzem vinhos espumantes e tranquilos complexos de qualidade, com grande potencial de envelhecimento. Devido à elevada latitude norte, à proximidade de um oceano frio, às vinhas em declive, expostas à chuva, a um fotoperíodo dinâmico e à incapacidade de amadurecer com êxito as castas de climas mais quentes, Willamette Valley apresenta um «novo» estilo único de vinho norte-americano.

Em suma, embora a principal justificação da indicação geográfica resida nos fatores naturais que proporcionam uma região única e excecional, os atributos secundários de Willamette Valley, que fundamentam a sua distinção para além das características físicas, são a focalização excecional nos fatores humanos, a colaboração, o rigor técnico e a investigação, e as abordagens organizativas que suscitaram interesse e relações a nível mundial, incluindo a colaboração de todo o setor, como no âmbito do primeiro Simpósio Internacional dos Climas Frios, em 1984, e do prestigioso Certame Internacional do pinot-noir, desde há 34 anos, que acolhe todos os produtores destes vinhos a nível mundial. A estreita colaboração e a qualidade elevada e constante dos produtos criaram a sua clientela e contribuem para a reputação geral de que beneficia a região.

Outras variedades são aqui cultivadas com sucesso, por razões semelhantes às do pinot-noir, mas é sobretudo a esta casta que se deve a notoriedade da região. A imprensa, o meio académico, os pares e os consumidores conhecem bem os vinhos de Willamette Valley, tranquilos ou espumantes, à base de pinot-noir. O reconhecimento é generalizado, mesmo a nível internacional: por exemplo, há dois anos, o prémio World Wine Awards Platinum Best of Show da Decanter foi atribuído a um vinho produzido em Willamette Valley; Robert Parker, Jr., declarou que «o Oregon está finalmente a realizar o seu vasto potencial»; segundo Isaac Asimov, no New York Times, «Willamette Valley é um local onde os ideais de fineza e graciosidade do pinot-noir são sistematicamente alcançados».

9.   Outras condições

Quase todos os vinhos de Willamette Valley têm designação varietal e devem ser produzidos, pelo menos, com 90% da variedade, de acordo com as leis e regulamentações do Estado do Oregon (Regulamento OAR 845 OLCC).

As origens dos vinhos têm de ser especificadas, devendo, pelo menos, 95% do volume engarrafado serem provenientes da Área Viticultural Americana (AVA) declarada no rótulo.

Todos os vinhos de Willamette Valley devem ser vinificados e preparados para engarrafamento no Estado de Oregon, requisito necessário para salvaguardar a qualidade e a origem das uvas, sendo importante promover o tratamento cuidadoso destes vinhos delicados e facilitar o processo de colaboração para o seu acabamento na zona em que a vinha foi cultivada. Se o rótulo indicar «Willamette Valley AVA» como denominação de origem, os regulamentos federais relativos à rotulagem [Code Federal Regulation, título 27 CFR 4.25(e)(3)(iv)] exigem que o vinho seja inteiramente elaborado no Oregon. O U.S. Alcohol and Tobacco Tax and Trade Bureau (TTB) define um vinho «inteiramente elaborado» como um vinho «pronto para engarrafamento, excetuando-se o tratamento em adega e a lotação que não comporta alteração da classe e do tipo».

Hiperligação para o caderno de especificações

https://willamettewines.com/wp-content/uploads/2020/03/2020-02-GUIDELINES-FOR-PROTECTED-GEOGRAPHICAL-INDICATION-Willamette-Valley.091718.add-092519.100819.030520.pdf.


(1)  JO L 347 de 20.12.2013, p. 671.


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