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Document 52016XC0211(01)

    Publicação de um pedido de registo em conformidade com o artigo 50.°, n.° 2, alínea a), do Regulamento (UE) n.° 1151/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo aos regimes de qualidade dos produtos agrícolas e dos géneros alimentícios

    JO C 52 de 11.2.2016, p. 19–22 (BG, ES, CS, DA, DE, ET, EL, EN, FR, HR, IT, LV, LT, HU, MT, NL, PL, PT, RO, SK, SL, FI, SV)

    11.2.2016   

    PT

    Jornal Oficial da União Europeia

    C 52/19


    Publicação de um pedido de registo em conformidade com o artigo 50.o, n.o 2, alínea a), do Regulamento (UE) n.o 1151/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo aos regimes de qualidade dos produtos agrícolas e dos géneros alimentícios

    (2016/C 52/14)

    A presente publicação confere direito de oposição ao pedido nos termos do artigo 51.o do Regulamento (UE) n.o 1151/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho (1).

    DOCUMENTO ÚNICO

    «ΓΛΥΚΟ ΤΡΙΑΝΤΑΦΥΛΛΟ ΑΓΡΟΥ» (GLYKO TRIANTAFYLLO AGROU)

    N.o UE: CY-PGI-0005-01310 – 03.02.2015

    DOP ( ) IGP ( X )

    1.   Nome(s)

    «Γλυκό Τριαντάφυλλο Αγρού» (Glyko Triantafyllo Agrou)

    2.   Estado-Membro ou País Terceiro

    Chipre

    3.   Descrição do produto agrícola ou género alimentício

    3.1.   Tipo de produto

    Classe 2.3. Produtos de padaria, de pastelaria, de confeitaria ou da indústria de bolachas e biscoitos

    3.2.   Descrição do produto correspondente ao nome indicado no ponto 1

    «Γλυκό Τριαντάφυλλο Αγρού» (Glyko Triantafyllo Agrou) (conserva de pétalas de rosa de Agrós) designa uma mistura homogénea líquida espessa de pétalas de rosa, açúcar e água, obtida segundo um processo específico. Serve-se com colher, como sobremesa doce.

    Características químicas

    Teor de humidade: 20 - 24 %

    Cinzas: 0,1 - 0,3 %

    Hidratos de carbono: 70 - 85 %.

    Características organolépticas

    Cor: o produto considerado enquanto massa pastosa (ou seja, em frasco) apresenta cor característica entre vermelho-arroxeado-escuro e cor-de-café. A cor torna-se acastanhada/alaranjada quando se espalha o doce, sendo a cor das pétalas isoladas uma mistura de bege transparente com cambiantes de castanho.

    Consistência: Mistura líquida espessa com a presença de pétalas de rosa compactas que conferem consistência estaladiça.

    Cheiro: aroma intenso a rosas

    Sabor: doce, a rosas

    3.3.   Alimentos para animais (unicamente para os produtos de origem animal) e matérias-primas (unicamente para os produtos transformados)

    O doce obtém-se com os ingredientes indicados infra, numa analogia de peso 1:1:1 a 1:1½:1:

    Pétalas de rosa sem haste da variedade Rosa damascena, cultivadas em explorações da área geográfica identificada

    Açúcar

    Água

    No final adiciona-se sumo de limão à mistura numa analogia de 1 %.

    3.4.   Fases específicas da produção que devem ter lugar na área geográfica identificada

    —   Obtenção da matéria-prima: as pétalas de rosa são colhidas exclusivamente de manhã cedo, enquanto está fresco, mais precisamente entre as 5 e as 8 da manhã, quando as roseiras ainda não estão totalmente abertas e as pétalas se conservam frescas. Receção e armazenamento: as rosas da variedade Rosa damascena são rececionadas frescas com a haste, no prazo aproximado de 3 horas depois de terem sido colhidas. Seguidamente: a) inicia-se de imediato a fase de preparação ou (em circunstâncias excecionais, em caso de grande volume de entregas); b) procede-se ao armazenamento imediato em frigoríficos, à temperatura de 0-6 °C e aproximadamente 75 % de humidade relativa, por um período médio definido em 24 horas.

    —   Preparação: começa por se eliminar as hastes e outros elementos, conservando-se apenas as pétalas de rosa, as quais são peneiradas para eliminação de pólen, após o que são lavadas em água fria corrente.

    —   Transferência para o recipiente de cozedura — Primeira fervura: as pétalas de rosa fervem num pouco de água com açúcar. A quantidade inicial de água define-se pelo nível retido nas pétalas durante a lavagem. A primeira fervura ocorre em recipiente tapado, para que os aromas se combinem, concretizando e garantindo assim o cheiro a rosas que caracteriza o doce.

    —   Transferência para o recipiente de cozedura — Segunda fervura: continua a aquecer-se a mistura em recipiente destapado, depois de adicionado o restante açúcar, água e sumo de limão.

    —   Arrefecimento, envasamento e transferência para o forno: deixa-se arrefecer o doce à temperatura ambiente e procede-se ao envasamento em recipientes de vidro esterilizados, com tampa, resistentes a altas temperaturas. Colocam-se os frascos (recipientes) no forno e aquecem-se até o centro da mistura atingir 70-85 °C.

    3.5.   Regras específicas relativas à fatiagem, ralagem, acondicionamento, etc., do produto a que o nome registado se refere

    O «Γλυκό Τριαντάφυλλο Αγρού» (Glyko Triantafyllo Agrou) é envasado em frascos de vidro (resistentes a alta temperatura), sem limite definido de peso máximo ou mínimo.

    Colocam-se os frascos em caixas de cartão e armazenam-se à temperatura ambiente (em local seco e fresco).

    Data aproximada de validade: até 3 anos após a data de envasamento.

    Temperatura de armazenamento: Temperatura ambiente inferior a 25 °C.

    O envasamento é considerado parte do processo de obtenção, devendo ocorrer dentro da área geográfica identificada (ver ponto 3.6).

    3.6.   Regras específicas relativas à rotulagem do produto a que o nome registado se refere

    A fim de otimizar a rastreabilidade, a rotulagem deve igualmente realizar-se dentro da área geográfica identificada. Tal deve-se ao facto de o produto em questão ser muito sensível e estar sujeito a contaminações. O envasamento do produto assegura a prevenção de contaminações e a sua rotulagem regista o respeito de todas as fases do processo de produção dentro da área geográfica identificada, até à última etapa.

    É obrigatório o respeito das normas de rotulagem, apresentação e publicidade dos produtos alimentares, com a nova redação que lhes tenha sido dada. Além disso, o rótulo deve ostentar claramente a indicação de que o produto se obtém de roseiras da variedade Rosa damascena cultivadas na divisão administrativa de Agrós.

    4.   Delimitação concisa da área geográfica

    O produto «Γλυκό Τριαντάφυλλο Αγρού» (Glyko Triantafyllo Agrou) (Glyko Triantafyllo Agrou) é fabricado dentro dos limites da divisão administrativa de Agrós.

    5.   Relação com a área geográfica

    Muito embora se produzam pequenas quantidades de doce de pétalas de rosa noutras regiões e no estrangeiro, o «Γλυκού Τριαντάφυλλου Αγρού» (Glyko Triantafyllo Agrou) singulariza-se pelo seguinte:

    a)

    Matéria-prima, a saber, pétalas de rosa da variedade Rosa damascena, abundante na região de Agrós;

    b)

    Relação e reputação históricas entre os produtos da variedade de roseira que cresce em Agrós há mais de um século;

    c)

    A especialização adquirida na região e, particularmente, pelo único fabricante do «Γλυκού Τριαντάφυλλου Αγρου» (Glyko Triantafyllo Agrou), que incorporou no processo de produção a experiência e saber das mulheres de Agrós, que, antigamente, preparavam o doce em casa como remédio terapêutico.

    a)   Matéria-prima e concentração de explorações de Rosa damascena : o doce «Γλυκό Τριαντάφυλλο Αγρού» (Glyko Triantafyllo Agrou) é um dos produtos que utiliza como matéria-prima as pétalas de rosa de roseiras da variedade Rosa damascena, que se desenvolve abundantemente na região. A relação de todos os produtos da transformação da roseira com Agrós baseia-se na existência certificada, há mais de cem anos, da variedade Rosa damascena na região. A elevada concentração de explorações desta variedade específica em Agrós, que atinge 70 % de toda a ilha de Chipre, resulta das condições climáticas propícias à cultura na região. A existência de quantidades importantes de pétalas de rosa e a proximidade do local de transformação constituem condições relevantes para o fabrico do «Γλυκού Τριαντάφυλλου Αγρού» (Glyko Triantafyllo Agrou) em quantidade adequada para exploração comercial, com as suas características peculiares que se identificam com a oferta direta em todos os locais de transformação.

    A especificidade da área geográfica identifica-se exatamente com o microclima peculiar, propício ao cultivo da roseira Rosa damascena.

    A relação da variedade Rosa damascena com as características ambientais de Agrós decorre do caráter singular do clima da região (clima montanhoso frio e seco) e do solo. Agrós está situado a uma altitude aproximada de 1 000 metros, ideal para o cultivo da roseira, tal como demonstrado pela grande concentração (aproximadamente 70 %) de explorações na localidade em questão. Além disso, a localidade está situada numa cova natural, fator que confere às explorações proteção do vento norte.

    A temperatura oscila entre -5 °C e 35 °C, sendo o elemento mais importante a sua estabilidade durante os meses de crescimento na área geográfica identificada. Os aumentos significativos nos valores das temperaturas entre março e junho influenciam negativamente o cultivo da roseira. A pluviosidade é igualmente estável, podendo a sua alteração influenciar negativamente a floração e, por conseguinte, a produção de rosas. Em maio, época da floração e colheita das rosas Rosa damascena, a chuva é geralmente limitada, evitando assim as doenças por fungos e constituindo as condições ideais de colheita. Por último, a composição rochosa de gabro e diábase, aliada ao tipo de solo (terras francas ricas em matéria orgânica), apresenta as condições edáficas adequadas para o cultivo deste tipo de roseira.

    Em resultado das condições edafoclimáticas peculiares, o cultivo da roseira da variedade Rosa damascena e a transformação das rosas constituem ponto de referência para a comunidade de Agrós, repercutidas culturalmente ao longo dos anos. É igualmente de referir que, desde o final do século XIX, quando começaram a registar-se as primeiras referências ao cultivo da Rosa damascena em Chipre, as únicas regiões onde há testemunhos de concentração de culturas são Melicouri e Agrós, confirmando assim a especificidades destas duas regiões. Em ambas as regiões, a organização das culturas estabeleceu-se depois de 1940, mas a concentração do cultivo da roseira da variedade Rosa damascena na região de Agrós manteve-se significativa e indubitavelmente superior à da região de Melicouri, até hoje, permitindo assim concluir que as condições edafoclimáticas, aliadas aos fatores humanos, contribuíram para a manutenção da cultura na região. Refere-se a ausência de referências à produção do doce de rosa da variedade Rosa damascena na região de Melicouri, parecendo evidente que a região em causa se limita à produção de água de rosas.

    Para além das referidas demonstrações da adequação das condições de produção da variedade Rosa damascena em Agrós, há que salientar os resultados de estudos científicos que demonstram que do total de variedades de roseira, apenas 20 % se classificam como aromáticas; 50 % apresentam perfume de baixa intensidade e as restantes ausência dele. A variedade Rosa damascena pertence aos 20 % de variedades aromáticas, concluindo o mesmo estudo que existem diferenças de aroma entre esta variedade e a de outros híbridos. Pode assim concluir-se que a especificidade do aroma do «Γλυκού Τριαντάφυλλου Αγρού» (Glyko Triantafyllo Agrou) obtido com pétalas desta variedade se deve às características aromáticas da variedade Rosa damascena.

    b)   Relação e reputação de Agrós: no plano histórico, a transformação da rosa da variedade Rosa damascena para fabrico do doce de roseira em Agrós inicia-se com o cultivo organizado da roseira nesta região, no início de 1940. Em referências de 1940 e posteriores, explica-se como as mulheres de Agrós faziam em casa o «Γλυκό Τριαντάφυλλο Αγρού» (Glyko Triantafyllo Agrou), não como doce tradicional, mas como alimento terapêutico contra a prisão de ventre. Até 1985 o «Γλυκό Τριαντάφυλλο Αγρού» (Glyko Triantafyllo Agrou) não se fabricava comercialmente, mas apenas ao nível doméstico. A produção comercial de «Γλυκού Τριαντάφυλλο Αγρού» (Glyko Triantafyllo Agrou) teve início em torno de 1985, por iniciativa de Niki Agathokleous, em resultado da experiência e saber adquiridos da sogra. Até hoje, permanece o único «Γλυκού Τριαντάφυλλου Αγρού» (Glyko Triantafyllo Agrou) de fabrico certificado, embora no período de colheita das pétalas de rosa haja casas onde continuam a fazê-lo em pequenas quantidades para consumo próprio.

    Para além da relação histórica de fabrico do doce de pétalas de rosa em Agrós, a relação da comunidade com o fabrico de produtos de rosa da variedade Rosa damascena é comprovado igualmente pela vida cultural. Anualmente, em meados de maio (dependendo das condições meteorológicas), ou seja, na época de colheita das rosas da variedade Rosa damascena, organiza-se a festa anual da roseira, com oferta de produtos locais da roseira desta variedade, incluindo o doce local. Além disso, a roseira constitui um símbolo da comunidade de Agrós, tal como confirmado por publicações (recentes e antigas) que se referem à localidade e em que se faz especial referência aos produtos de pétalas de rosa desta variedade obtidos em Agrós.

    c)   Especialização: muito embora o perfume da roseira Rosa damascena constitua o principal elemento que singulariza o produto, é igualmente importante a experiência adquirida ao longo do tempo. Esta experiência abrange o seguinte: colheita das rosas (processo que implica trabalho diário ao longo da época de colheita, exigindo especiais cuidados para que as pétalas de rosa possam guardar o perfume máximo), manipulação depois da colheita e fabrico do produto final. A experiência adquirida ao longo do tempo reflete-se no seguinte:

    i)

    Integridade das pétalas de rosa e conservação da sua consistência no produto final;

    ii)

    Consistência da mistura final;

    iii)

    Elevada quantidade de pétalas de rosa na mistura final.

    Especificamente, descrevem-se infra os fatores humanos que conferem ao «Γλυκό Τριαντάφυλλο Αγρού» (Glyko Triantafyllo Agrou) as suas características peculiares, sobretudo no que respeita ao perfume, cor, consistência das pétalas e elevada densidade de pétalas de rosa na mistura:

    1.

    As pétalas de rosa são colhidas exclusivamente de manhã cedo, enquanto está fresco, mais precisamente entre as 5 e as 8 da manhã, quando as roseiras ainda não estão totalmente abertas e as pétalas se conservam frescas. Esta especificação é determinada pelo facto de a temperatura elevada durante a colheita diminuir o teor de óleo das flores pelo afastamento do óleo essencial da lanugem das pétalas. A colheita é seguida do transporte imediato das rosas para a equipa de transformação, para início do processo de fabrico do doce enquanto as pétalas conservam a humidade e perfume. A proximidade das explorações de roseiras Rosa damascena do local de transformação constitui igualmente um elemento útil, pois limita ao mínimo o tempo de transporte das pétalas de rosa, conservando-se assim as características de qualidade e aroma na fase de transformação.

    2.

    Depois da primeira fervura das rosas em água e açúcar, tapa-se o recipiente, limitando assim a evaporação dos óleos essenciais e garantindo a máxima absorção de aromas pelo doce. Este processo deve ser observado, porque a primeira evaporação provocada durante o aquecimento contém o maior teor de óleos essenciais (perfume) – por possuírem ponto de ebulição mais baixo do que a água, evaporam-se primeiro –, sendo necessário assegurar que encontram uma barreira formada por uma superfície fria que provoque condensação e os reintegre na mistura para serem absorvidos.

    3.

    A colheita manual cuidadosa e a distância mínima do local de transformação asseguram igualmente a conservação da consistência das pétalas de rosa, que constitui um elemento decisivo para garantir a textura estaladiça do produto final.

    4.

    A proporção de pétalas de rosa na mistura constitui outro fator distintivo que assegura a elevada coesão da mesma e, por consequência, maior teor de perfume.

    5.

    A adição faseada (em duas doses) de açúcar durante o processo de fabrico do doce (fervura) contribui para a cozedura progressiva e uniforme das pétalas de rosa, importante na formação da cor e da textura estaladiça do produto final.

    Referência à publicação do caderno de especificações

    (Artigo 6.o, n.o 1, segundo parágrafo, do presente regulamento).

    http://www.moa.gov.cy/moa/da/da.nsf/All/F3FF567F4E8FF1C5C2257B970039D8EF/$file/Προδιαγραφες%20Γλυκο%20Τριανταφυλλο%20Αγρου%20final.pdf


    (1)  JO L 343 de 14.12.2012, p. 1.


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