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Document 52010XC0212(04)

Publicação de um pedido de registo em conformidade com o n. o  2 do artigo 6. o do Regulamento (CE) n. o  510/2006 do Conselho relativo à protecção das indicações geográficas e denominações de origem dos produtos agrícolas e dos géneros alimentícios

JO C 35 de 12.2.2010, p. 13–16 (BG, ES, CS, DA, DE, ET, EL, EN, FR, IT, LV, LT, HU, MT, NL, PL, PT, RO, SK, SL, FI, SV)

12.2.2010   

PT

Jornal Oficial da União Europeia

C 35/13


Publicação de um pedido de registo em conformidade com o n.o 2 do artigo 6.o do Regulamento (CE) n.o 510/2006 do Conselho relativo à protecção das indicações geográficas e denominações de origem dos produtos agrícolas e dos géneros alimentícios

2010/C 35/10

A presente publicação confere um direito de oposição ao pedido nos termos do artigo 7.o do Regulamento (CE) n.o 510/2006 do Conselho. As declarações de oposição devem dar entrada na Comissão no prazo de seis meses a contar da data da presente publicação.

DOCUMENTO UNICO

REGULAMENTO (CE) N.o 510/2006 DO CONSELHO

«SUSKA SECHLOŃSKA»

N.o CE: PL-PGI-005-600-23.04.2007

IGP ( X ) DOP ( )

1.   Nome:

«Suska sechlońska»

2.   Estado-Membro ou país terceiro:

Polónia

3.   Descrição do produto agrícola ou género alimentício:

3.1.   Tipo de produto:

Classe 1.6.

Frutas, produtos hortícolas e cereais não transformados ou transformados

3.2.   Descrição do produto correspondente à denominação indicada no ponto 1:

A denominação «suska sechlońska» procede do dialecto local. Suska designa um fruto seco, ou seja, uma ameixa seca e fumada. O adjectivo sechlońska provém do topónimo Sechna, localidade do município de Laskowa, donde é originária a tradição da secagem.

A «suska sechlońska» é uma ameixa descaroçada ou com caroço, submetida a um processo de secagem e de fumagem.

O tamanho da «suska sechlońska» é função do tamanho dos frutos da variedade de ameixa utilizada e vai de 1,5 a 4,5 cm, variando o número de frutos por kg entre 44 a 99 peças. A forma do fruto depende da variedade dos frutos destinados à secagem e pode ir de redonda e achatada a oblonga. A «suska sechlońska» é caracterizada por uma polpa elástica e carnuda, bem como por um epicarpo enrugado e pegajoso, de cor azul escura a negra. Tem um gosto ligeiramente adocicado, com um gosto residual e um aroma a fumado. No momento da venda, o teor de água do produto acabado está compreendido entre 24 % e 42 %.

3.3.   Matérias-primas (unicamente para os produtos transformados):

Para a produção da «suska sechlońska» são utilizados frutos de Prunus domestica L. ssp domestica e das variedades dele derivadas: Promis, Tolar, Nektawit, Valjevka e Stanley. Os frutos dessas variedades têm características apreciadas para o processo de secagem e de fumagem, nomeadamente, um teor de açúcar elevado e um teor de água relativamente baixo.

Os frutos devem estar sãos, sem sinais de podridão ou de lesões mecânicas e isentos de qualquer dano visível causado por insectos, acarídeos ou outros parasitas. Os frutos utilizados devem estar isentos de quaisquer outros danos, impurezas ou organismos não especificados susceptíveis de os tornar impróprios para o consumo.

3.4.   Alimentos para animais (unicamente para os produtos de origem animal):

3.5.   Fases específicas da produção que devem ter lugar na área geográfica identificada:

Os fornos utilizados para a secagem devem estar situados na área geográfica delimitada e aí se deve igualmente desenrolar todo o processo de secagem e de fumagem das ameixas. A matéria-prima e a madeira utilizadas para a produção podem ser provenientes de zonas exteriores à área definida. É proibida a utilização de madeira resinosa. A totalidade do processo de secagem e de fumagem tem lugar em fornos especiais típicos da área geográfica em causa.

3.6.   Regras específicas relativas à fatiagem, ralagem, acondicionamento, etc.:

3.7.   Regras específicas relativas à rotulagem:

4.   Delimitação concisa da área geográfica:

A área geográfica em que é produzida a «suska sechlońska» abrange 239,55 km2 e é delimitada pelas fronteiras administrativas de quatro municípios do voivodato de Malopolska: Laskowa, Iwkowa, Łososina Dolna e Żegocina A denominação «suska sechlońska» deriva do nome da aldeia de Sechna, situada no município de Laskowa, e é tradicionalmente utilizada em toda a área geográfica onde se produz a «suska sechlońska».

5.   Relação com a área geográfica:

5.1.   Especificidade da área geográfica:

A área delimitada no ponto 4 está situada a 300 m de altitude e caracteriza-se por uma topografia muito variável, com vertentes de declividade entre 5° e 25°.

Os fornos de fruta característicos, concebidos e construídos pelos habitantes da região, em estilo adaptado à topografia local, fazem parte integral da paisagem. A área abrangida pelos quatro municípios em causa possui 677 fornos, o que claramente demonstra a relação estreita que existe entre o produto e a área geográfica. O número de fornos constitui um dos elementos que diferenciam a área em questão das áreas vizinhas.

Os fornos são constituídos por bases de tijolo à volta de uma fornalha e por uma câmara, coberta por uma grade de madeira. A dimensão média dessa câmara é de cerca de 2 m de largura e 3,5 m de comprimento. Está dividida em duas partes por uma divisória central de madeira. A grade, formada por tábuas adjacentes, sem nós, de 4 cm de largura, 3 cm de altura e cerca de 1 m de comprimento, forma a parte inferior da câmara. As tábuas estão colocadas no mesmo nível. Estão dispostas a uma altura de cerca de 180 cm acima da fornalha, de modo a permitir a circulação livre do fumo e do ar quente. A câmara é fechada por meio de uma porta de madeira, pela qual se pode encher o forno de ameixas, e que impede a perda de calor e fornece protecção contra as condições atmosféricas adversas. Por baixo de cada câmara há um forno. A estrutura está protegida por um telhado de duas águas. Na maioria dos casos os fornos de fruta têm duas ou três câmaras, mas podem também encontrar-se fornos com uma única câmara, ou outros que chegam a ter cinco câmaras.

Durante a produção da «suska sechlońska» a temperatura do forno é de 45 °C a 60 °C.

As ameixas sujeitas ao processo de secagem e fumagem são dispostas numa camada de 30 a 50 cm de espessura. Os produtores revolvem a massa das ameixas uma vez por dia, com uma pá especial. Este processo dura 4 a 6 dias, em função da espessura da camada de ameixas. Este método de secagem e de fumagem das ameixas foi desenvolvido a partir do saber e experiência dos produtores locais e é utilizado exclusivamente para a produção da «suska sechlońska» na área geográfica delimitada.

5.2.   Especificidade do produto:

A «suska sechlońska» é submetida a um processo de secagem e de fumagem. A secagem e a fumagem das ameixas nos fornos de secagem são feitas com fumo quente, o que diferencia a «suska sechlońska» das ameixas secadas ao ar quente. Durante a fumagem, a ameixa perde uma parte da água contida nos seus tecidos e absorve fumo, que tem propriedades antissépticas. A redução do teor de água dos tecidos durante a fumagem, assim como o efeito antisséptico entravam o desenvolvimento de bactérias de putrificação, prolongando desse modo a vida do produto. O fumo confere aos frutos uma cor, aroma e gosto únicos.

Como as ameixas são dispostas para a secagem numa camada de 30 a 50 cm de espessura, sendo os frutos revolvidos uma vez por dia, o sumo que deles escorre durante a secagem cobre os frutos secos, dando-lhes um gosto residual adocicado. A «suska sechlońska» produzida segundo este método tem um gosto doce característico, associado a um gosto residual e a um aroma pronunciados a fumo, tendo também uma casca pegajosa de cor variável entre azul escuro e negro.

5.3.   Relação causal entre a área geográfica e a qualidade ou características do produto (para as DOP) ou uma determinada qualidade, a reputação ou outras características do produto (para as IGP):

A relação entre a «suska sechlońska» e a região baseia-se na reputação do produto, adquirida graças à sua longa tradição de fabrico e ao saber excepcional dos produtores locais.

A «suska sechlońska» deve a sua grande qualidade ao saber único dos produtores locais e ao método tradicional por estes utilizado. A concepção dos fornos e o método de secagem reflectem o saber dos produtores locais e diferem consideravelmente dos métodos de produção utilizados noutras zonas do país e nas regiões vizinhas. A concepção dos fornos garante a circulação simultânea do ar quente e do fumo, o que permite a secagem e fumagem dos frutos.

A relação entre a «suska sechlońska» e a área geográfica é comprovada pelo próprio nome da aldeia de Sechna, que deriva da palavra sechnie do polaco antigo, que significa «secagem». A especificidade do produto e a tradição fortemente arraigada do método de produção na área geográfica delimitada no ponto 4 demonstram a especificidade do produto.

Contam narrativas antigas que a história da secagem das ameixas começou com um sacerdote local, que estendeu o costume de defumar ameixas entre os seus paroquianos. A longa tradição da «suska sechlońska» é comprovada por uma obra intitulada Ujanowice — wieś powiatu limanowskiego, de Jan Ligęza, publicada em 1905 (Obra n.o 9 da Comissão de Etnografia da Academia Polaca das Artes e das Ciências). O hábito perpetuou-se até aos nossos dias e o método de produção utilizado não foi, praticamente, alterado. O forno mais antigo, já não utilizado hoje, tem mais de 100 anos. A utilização de fornos especiais de secagem, concebidos por produtores locais e ainda hoje utilizados para a produção da «suska sechlońska», é a prova de que o método antigo sobreviveu. Esses fornos de secagem estão perfeitamente integrados na paisagem da área..

A secagem e a fumagem são costumes tão arraigados que deram lugar a canções e poemas, como, por exemplo, a canção seguinte:

«… Oj Sechna, Sechna ty skopciała wiosko, gdyby nie suszarnie byłabyś stolicą …»

(«… Ó Sechna, Sechna enegrecida pelo fumo, se não fossem os fornos da fruta, serias a capital …»)

A reputação da «suska sechlońska» está também reflectida nos prémios e distinções que lhe foram atribuídos em diversos concursos. em 2000 foi distinguida no concurso «Nasze Kulinarne Dziedzictwo», em 2004 foi premiada no concurso «Perla 2004» do melhor produto alimentar regional da Polónia e em 2006 obteve o primeiro prémio na sondagem «Małopolski Smak».

A Festa da Ameixa (Święto Suszonej Śliwki), que se realiza em Dobrociesz desde 2001 e em que é dado destaque às ameixas em variadas formas, é mais um testemunho da reputação do produto, da sua relação com a área geográfica e da tradição de secagem das ameixas. A reputação da «suska sechlońska» é, ainda, confirmada pela existência de uma «rota da ameixa» (Szlak Suszonej Śliwki), itinerário traçado pelas autoridades locais e que indica as explorações agrícolas onde existem pomares de ameixieiras e fornos de fruta.

Referência à publicação do caderno de especificações:

[N.o 7 do artigo 5.o do Regulamento (CE) n.o 510/2006]

http://www.minrol.gov.pl/DesktopDefault.aspx?TabOrgId=1620&LangId=0


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