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Document 52012DC0222
REPORT FROM THE COMMISSION TO THE EUROPEAN PARLIAMENT AND THE COUNCIL ON MONTENEGRO'S PROGRESS IN THE IMPLEMENTATION OF REFORMS
RELATÓRIO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E AO CONSELHO SOBRE OS PROGRESSOS DO MONTENEGRO NA EXECUÇÃO DAS REFORMAS
RELATÓRIO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E AO CONSELHO SOBRE OS PROGRESSOS DO MONTENEGRO NA EXECUÇÃO DAS REFORMAS
/* COM/2012/0222 final */
RELATÓRIO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E AO CONSELHO SOBRE OS PROGRESSOS DO MONTENEGRO NA EXECUÇÃO DAS REFORMAS /* COM/2012/0222 final */
RELATÓRIO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO
EUROPEU E AO CONSELHO SOBRE OS PROGRESSOS DO MONTENEGRO NA EXECUÇÃO
DAS REFORMAS 1. Introdução No seu parecer[1]
sobre o pedido de adesão do Montenegro, a Comissão Europeia definiu sete
prioridades fundamentais[2]
que tinham de ser cumpridas para que pudesse recomendar a abertura das
negociações de adesão com este país. No seu documento de estratégia de
alargamento de 2011[3],
baseado na análise do relatório sobre os progressos realizados em 2011[4], a Comissão concluiu que o Montenegro
tinha sido bem sucedido na abordagem das principais prioridades estabelecidas
pela UE em 2010 que constituíam a condição prévia para a abertura das
negociações de adesão. O Conselho Europeu de dezembro de 2011 congratulou-se
com a avaliação da Comissão sobre os progressos do Montenegro, que obteve
resultados globalmente satisfatórios. Tendo em vista a abertura das negociações
de adesão com o Montenegro em junho de 2012, o Conselho Europeu encarregou o
Conselho de proceder à análise dos progressos do Montenegro na execução das
reformas, sendo atribuída especial importância ao domínio do Estado de direito
e dos direitos fundamentais, nomeadamente a luta contra a corrupção e a
criminalidade organizada, com base num relatório a apresentar pela Comissão no
primeiro semestre de 2012. Na sequência das conclusões do Conselho
Europeu de dezembro de 2011, a Comissão iniciou o processo de análise para o
capítulo sobre o sistema judicial e os direitos fundamentais e para o capítulo
sobre a justiça, liberdade e segurança. À luz da nova abordagem para ambos os
capítulos, será possível abordar as questões identificadas nos dois capítulos
numa fase inicial das negociações de adesão. O presente relatório avalia os progressos
realizados pelo Montenegro desde 1 de setembro de 2011 na execução das reformas
nos principais domínios prioritários. Durante este período, o Montenegro
registou novos progressos no reforço dos trabalhos do Parlamento, no
profissionalismo e despolitização da administração pública, na liberdade dos
meios de comunicação social e na cooperação com a sociedade civil. Está em
curso uma revisão constitucional com o objetivo de oferecer garantias sólidas
da independência do poder judicial. O Montenegro continuou a desenvolver ações
em matéria de luta contra a corrupção e a criminalidade organizada. Já começou
a aplicar as medidas recentemente adotadas de luta contra a discriminação e o
combate à corrupção e foram realizados progressos suplementares no que diz
respeito às pessoas deslocadas, aos ciganos, ashkali e egípcios. O Montenegro
continuou a desempenhar um papel construtivo na região e a aplicar, sem grandes
dificuldades, o seu Acordo de Estabilização e de Associação. O Montenegro terá,
no entanto, de prosseguir os seus esforços para obter melhores resultados no
domínio do Estado de direito, em especial no que diz respeito aos casos de
corrupção a alto nível e criminalidade organizada, e garantir um ambiente
seguro para o jornalismo de investigação. A avaliação no presente relatório baseia-se
nas informações recolhidas e analisadas pela Comissão, incluindo os dados
fornecidos pelo Montenegro, nas conclusões das missões de avaliação interpares
e nas informações partilhadas pelos Estados‑Membros, organizações
internacionais e da sociedade civil nos contactos que mantêm regularmente com a
Comissão. 2. Aplicação das reformas Parlamento As alterações à lei das eleições autárquicas e
legislativas foram adotadas em setembro de 2011, harmonizando assim o quadro
legislativo para as eleições com a Constituição e pondo em prática as
principais recomendações da OSCE/ODIHR e da Comissão de Veneza em matéria de
eleições. A aplicação da legislação eleitoral já começou. As vagas para lugares
de deputado no Parlamento começaram a ser preenchidas segundo a ordem indicada
nas listas eleitorais. O Presidente e nove membros da Comissão Nacional de
Eleições foram nomeados pelo Parlamento em dezembro de 2011. A legislação
recente precisa de ser completada no que diz respeito a algumas recomendações
pendentes da OSCE/ODIHR e da Comissão de Veneza, em especial as relacionadas
com a igualdade entre homens e mulheres, a dissolução de coligações e suas
obrigações de financiamento e a prorrogação do mandato da Comissão Nacional de
Eleições para as eleições autárquicas. O Parlamento prosseguiu a sua intensa
atividade legislativa, incluindo um certo número de áreas relacionadas com a
integração europeia, como a prevenção do branqueamento de capitais e o
financiamento do terrorismo, e a auditoria dos fundos da UE. É necessário
reforçar ainda o papel e a capacidade do Parlamento na avaliação do impacto
regulamentar e no controlo do processo de alinhamento pela legislação da UE. O papel de controlo do Parlamento foi ainda
reforçado, nomeadamente através do aumento constante do número de perguntas
parlamentares, audições de controlo e consulta com funcionários de alto nível
do Estado e debates sobre os relatórios apresentados por várias instituições.
No que se refere ao controlo parlamentar no domínio da luta contra a corrupção,
em fevereiro de 2012 o Parlamento decidiu, pela primeira vez, abrir um
inquérito parlamentar e criar uma comissão de inquérito encarregada de recolher
informações e elaborar um relatório sobre a alegada corrupção no quadro da
privatização da empresa «Telekom Crne Gore». A capacidade administrativa do Parlamento foi
ainda reforçada, nomeadamente pelo aumento do número de efetivos, que passou de
100 em outubro de 2011 para 129 em março de 2012. São, no entanto,
necessários mais esforços para melhorar ainda a capacidade em termos
administrativos e de conhecimentos especializados do Parlamento. Verificaram-se
novos progressos no que diz respeito à transparência dos trabalhos do
Parlamento. Em dezembro de 2011, o Parlamento começou a publicar o registo de
votação dos deputados no seu sítio Web. Foram tomadas medidas suplementares
para melhorar a interação com a sociedade civil e o público. A nova lei dos
grupos de pressão (lobbying), adotada em novembro de 2011, regulamenta
nomeadamente as relações do Parlamento com estes grupos. Em geral, assistiu‑se
a novos progressos neste domínio. Já foi iniciada a aplicação da legislação
recentemente adotada em matéria eleitoral. As funções legislativa e de controlo
do Parlamento foram ainda reforçadas, designadamente no que diz respeito às
questões ligadas ao Estado de direito. A transparência dos trabalhos do
Parlamento e a cooperação com a sociedade civil melhoraram. As capacidades em
termos administrativos e de conhecimentos especializados do Parlamento foram
reforçadas em termos de pessoal e formação. É necessário prosseguir esses
esforços para consolidar o papel legislativo do Parlamento, nomeadamente no que
se refere aos controlos da plena compatibilidade da nova legislação com o
acervo da UE. A capacidade de supervisão e controlo do executivo pelo
Parlamento tem de ser ainda reforçada. Administração pública Por iniciativa do Governo, e
com o apoio da UE e de outras organizações internacionais, foi lançada uma
reforma global do setor público a fim de reorganizar e racionalizar a administração
pública, tendo o Governo aprovado, em abril
2012, um plano para a respetiva reorganização. No âmbito da aplicação desta reforma, foi
adotado direito derivado adicional a fim de racionalizar as estruturas da
administração pública, aumentar a sua eficiência, reforçar a cooperação com as
organizações não governamentais e introduzir audições públicas sobre a redação
dos textos legislativos. Desde janeiro de 2012, tornou‑se
necessário realizar avaliações de impacto para a nova legislação, que deverão
ser apresentadas ao Governo juntamente com o parecer do Ministério das Finanças
sobre o impacto orçamental da aplicação das novas leis. Desde essa data foram
emitidos, no total, 90 pareceres sobre a nova legislação. As competências do Tribunal de Contas foram
alargadas de modo a incluir a auditoria do financiamento dos partidos políticos
através da adoção de alterações à lei do financiamento dos partidos políticos.
A capacidade e a independência do Tribunal de Contas devem ser reforçadas,
nomeadamente a este respeito. O Governo adotou uma estratégia para o
desenvolvimento desta instituição em abril de 2012. Globalmente, o
Montenegro efetuou alguns progressos adicionais para enfrentar os desafios da
reforma da administração pública, embora seja ainda necessário finalizar o
plano global para a sua reorganização. O quadro jurídico tem de ser melhorado,
em especial no domínio dos procedimentos de recrutamento dos funcionários
públicos, do reforço das instituições incumbidas da gestão geral da função
pública e dos procedimentos administrativos. É necessário reforçar a aplicação
da nova legislação e prosseguir a reforma da administração pública, tendo
devidamente em conta a necessidade de reforçar as áreas relacionadas com a
integração europeia e a sustentabilidade financeira da reforma. Há que criar
mecanismos para a aplicação e o acompanhamento da estratégia de reforma da
administração pública. Sistema judicial No que diz respeito à independência e
imparcialidade do sistema judicial, estão em curso procedimentos para a
adoção das alterações constitucionais que procuram promover o aumento da
independência judicial, nomeadamente através de nomeações despolitizadas e com
base no mérito dos membros dos Conselhos Superiores da Magistratura e do
Ministério Público, bem como dos procuradores do Ministério Público. Em 28 de
setembro de 2011, o Parlamento adotou os projetos de alterações constitucionais
por uma maioria de 2/3, tal como requerido. Na sequência das consultas
realizadas entre o Governo e os partidos da oposição, a Comissão Parlamentar
dos Assuntos Jurídicos e Constitucionais adotou, em março de 2012, um conjunto
de alterações constitucionais, que será objeto de votação em sessão plenária. A
reforma constitucional iniciada deverá alinhar o sistema judicial pelas normas
europeias, nomeadamente ao impedir que as nomeações se façam por influência
política e ao reforçar a independência dos tribunais, sobretudo através da
substituição dos deputados que eram membros do Conselho Superior da
Magistratura por advogados de renome e de um novo procedimento de nomeação do
presidente do Supremo Tribunal de Justiça pelo Conselho Superior da
Magistratura. Deverão também ser adotadas alterações constitucionais que
reforçam a capacidade e a independência do Tribunal Constitucional e definem
condições claras para o despedimento dos juízes e procuradores. Prosseguiu a aplicação da legislação sobre os
tribunais, o Conselho Superior da Magistratura e a Procuradoria‑Geral,
que foi alterada em julho passado para reforçar a obrigação de responsabilização
e a independência dos tribunais. Em janeiro, o Supremo Tribunal de Justiça
instituiu a comissão que nomeará os membros do Conselho Superior da
Magistratura de entre os juízes. Com base na lista de candidatos selecionados
por esta comissão, a Conferência de Juízes elegeu em março os novos membros do
Conselho Superior da Magistratura de entre os juízes. Os Conselhos Superiores
da Magistratura e do Ministério Público adotaram os respetivos regulamentos
internos, que definem as suas estruturas organizativas, funcionamento e
processos de tomada de decisão. Em setembro de 2011, o Conselho Superior da
Magistratura instituiu a comissão de realização de provas escritas para a
nomeação dos juízes em início de carreira e a comissão para o controlo dos tribunais.
As primeiras provas escritas destinadas aos juízes foram realizadas em
fevereiro de 2012, tendo, até à data, sido designados quatro juízes segundo os
novos critérios. No entanto, continuam a ser publicadas vagas para tribunais
especializados e falta ainda estabelecer um sistema de recrutamento único à
escala nacional, com base em critérios transparentes e objetivos, para os
juízes e os procuradores. O funcionamento dos Conselhos Superiores da
Magistratura e do Ministério Público é dificultado pelas falhas de capacidade
administrativa e pela insuficiência das dotações orçamentais de que dispõem. Através do recurso a um sistema informático,
continua‑se a proceder à repartição aleatória dos processos nos
tribunais, à exceção dos mais pequenos que têm pouco pessoal. No que diz
respeito à responsabilização dos tribunais, todas as decisões do
Tribunal Administrativo e do Tribunal de Segunda Instância passaram a ser
acessíveis ao público. As comissões para controlar o cumprimento do código
deontológico, respetivamente, dos juízes e dos procuradores foram nomeadas em
outubro de 2011. A comissão para controlar o cumprimento do código deontológico
dos juízes tratou duas queixas recebidas durante o período de referência, tendo
sido ambas rejeitadas. Foram designados os membros da comissão disciplinar,
juntamente com dois assistentes para apoiar na verificação das queixas sobre
alegados casos de corrupção no sistema judicial. Foi lançado um processo
disciplinar contra um juiz em janeiro de 2012. Até à data, não foram
introduzidos processos disciplinares contra os procuradores. A dupla
competência da comissão disciplinar, ou seja, a investigação e a decisão em
matéria de processos disciplinares, tem de ser revista. Os procedimentos para a
supressão da imunidade no exercício de funções devem ser reforçados, a fim de
assegurar a plena responsabilização dos juízes e procuradores no quadro do
direito penal. É ainda necessário instituir um sistema fiável de avaliação
profissional dos juízes e procuradores. No que se refere à
eficiência dos tribunais, o Montenegro tomou novas medidas para reduzir
o número de processos em atraso. Com cerca de 11 500 processos
pendentes de anos anteriores em todos os tribunais no Montenegro no final de
2011, o número de processos em atraso em 2011 foi cerca de 4 % inferior ao
nível registado em 2010. Em janeiro de 2012 foram nomeados mais quatro
notários, em acréscimo aos 34 notários nomeados em julho passado. Na sequência
da entrada em vigor da lei da execução de dívidas e da garantia dos créditos,
que transfere poderes em matéria de execução das decisões cíveis para os
oficiais de justiça, o Parlamento adotou, em dezembro de 2011, a lei dos
oficiais de justiça. Contudo, a execução das decisões cíveis continua a ser
deficiente, sendo ainda necessário recrutar oficiais de justiça e proceder à
avaliação do funcionamento do sistema de oficiais de justiça recentemente
estabelecido. A fim de aumentar
a eficiência de todo o sistema judicial, o Conselho Superior da Magistratura
deu início à criação de unidades especiais de juízes que se ocupam dos
processos de menores nos Tribunais Superiores de Podgorica e Bijelo Polje. O
Parlamento adotou um Código de Justiça para Menores em dezembro de 2011. O plano de ação para a aplicação da estratégia de reforma do sistema
judicial no período 2007-2012 foi revisto em dezembro de 2011. Foi tomada uma
primeira série de medidas para racionalizar a rede dos tribunais. No que se
refere ao acesso à justiça, na sequência da entrada em vigor da lei da
assistência jurídica gratuita em janeiro de 2012, foram adotados três diplomas
de aplicação e criados serviços de apoio jurídico gratuito em todos os
tribunais de primeira instância. Contudo, a aplicação da legislação é
dificultada pela falta de dotações orçamentais para estes serviços. É
necessário reforçar a independência e a sustentabilidade administrativa e
financeira do centro de estudos judiciário e estabelecer uma formação inicial
com programas fixos para todos os membros do aparelho judicial. A qualidade das
estatísticas judiciais tem de ser melhorada de acordo com as normas europeias e
com base em indicadores fiáveis, como as taxas de produtividade e de resolução
de processos. É ainda necessário introduzir um sistema que controle claramente
a duração dos julgamentos. As vias de recurso disponíveis no caso da violação
do direito a um processo equitativo têm um efeito limitado e devem ser revistas
de acordo com o direito de recurso efetivo, decorrente do artigo 13.° da
Convenção Europeia dos Direitos do Homem. Em geral,
registaram-se novos progressos no domínio da reforma judicial. Já foi iniciada
a aplicação da legislação recentemente adotada e o processo de reforma
constitucional avançou. Foram realizados progressos no que diz respeito
à publicação das decisões judiciais. O número de processos em atraso foi ainda
reduzido, tendo sido introduzido um novo sistema de execução para aumentar a
eficiência. Contudo, a execução das decisões em matéria civil continua a ser
deficiente e há que racionalizar a rede judicial. Tem de ser ainda estabelecido
um sistema de recrutamento único à escala nacional para as nomeações de juízes
em início de carreira. Há que melhorar a fiabilidade das
estatísticas judiciais e criar um sistema que controle a duração dos
julgamentos. É preciso racionalizar e consolidar a formação no domínio
judicial. Política de combate à corrupção O Governo prosseguiu a execução da estratégia
de luta contra a corrupção e a criminalidade organizada e do seu Plano de Ação
2011-2012 revisto. A comissão nacional responsável pelo acompanhamento da
execução do plano de ação adotou o seu terceiro relatório em abril de 2012,
concluindo que já teve início a aplicação da maioria das medidas previstas para
o segundo semestre de 2011. O quadro institucional global que acompanha a
aplicação do plano de ação está a funcionar bem. O Montenegro envidou esforços suplementares
para reforçar o seu quadro jurídico em matéria de luta contra a corrupção, a
fim de garantir o alinhamento pelo acervo da UE e pelas normas internacionais.
As alterações à lei do trabalho aprovadas pelo Parlamento em novembro de 2011
completam o quadro jurídico relativo aos informadores (whistleblowers)
com disposições que garantem a sua proteção no setor privado. Em abril
de 2012, o Governo adotou alterações à lei do livre acesso à informação. As
alterações à lei do financiamento dos partidos políticos, aprovadas em dezembro
de 2011, regulam o quadro institucional de supervisão, as contribuições em
espécie e o limite máximo das quotas dos membros, que corresponde a 10 %
do rendimento anual de um membro. O Tribunal de Contas é agora responsável pela
auditoria dos balanços anuais dos partidos políticos e pelos relatórios sobre
os custos da campanha eleitoral, ao mesmo tempo que a Comissão Nacional de
Eleições está agora encarregada de controlar a aplicação de outros aspetos da
lei. No entanto, as competências administrativas e profissionais desta comissão
têm de ser reforçadas a fim de assegurar uma supervisão plenamente eficaz e
independente. Há que reforçar os mecanismos
para o controlo do financiamento dos partidos políticos e das campanhas
eleitorais e a imposição de sanções, o que deve ser indicado mais
pormenorizadamente no quadro jurídico. O
sistema de sanções continua a não ser suficientemente dissuasivo e é pouco
diferenciado, devendo as obrigações de informação e prestação de contas por
parte dos partidos políticos ser ainda reforçadas. Já foi iniciada a aplicação da legislação
recentemente adotada em matéria de conflitos de interesses e de contratos públicos.
Após a entrada em vigor da lei alterada da prevenção dos conflitos de
interesse, os 36 deputados que eram também membros de conselhos de
administração de empresas públicas demitiram-se destes postos e os
16 deputados que detinham também posições executivas (incluindo
2 presidentes de câmaras municipais) demitiram‑se das suas funções.
Os membros da comissão de adjudicação de contratos públicos foram designados em
fevereiro de 2012, tendo‑lhes sido atribuído um orçamento para o seu
funcionamento. Em dezembro de 2011, o Governo adotou uma estratégia e um plano
de ação para o desenvolvimento do sistema de contratos públicos e uma decisão
de criação de um organismo de coordenação para o controlo da sua aplicação.
Contudo, a comissão dos contratos públicos não enviou até à data notificações à
Procuradoria, sendo necessário reforçar o sistema de controlo. Foram tomadas outras medidas para prevenir a
corrupção. Em dezembro de 2011, a Direção para a iniciativa de luta contra a
corrupção (DACI) passou a estar sob a tutela do Ministério da Justiça, no
intuito de assegurar uma melhor coordenação das ações de luta contra a
corrupção. Durante o período de referência, a DACI recebeu 70 queixas
relativas a alegações de corrupção envolvendo a administração autónoma local, a
administração pública, o poder judicial, os setores da saúde e da educação,
tendo apresentado 27 relatórios sobre alegados casos de corrupção à
polícia. O afluxo de queixas também resultou de algumas campanhas de
sensibilização levadas a cabo pela DACI para a denúncia da corrupção e a
proteção dos informadores. Com base na avaliação dos riscos nos domínios
vulneráveis à corrupção, adotada pelo Governo em julho passado, as autoridades
competentes apresentaram relatórios sobre a aplicação das recomendações
formuladas na avaliação. Foram tomadas medidas para prevenir a corrupção nos
tribunais. O Conselho Superior da Magistratura decidiu conceder um subsídio
especial aos juízes que trabalham nas áreas da criminalidade organizada,
corrupção, terrorismo e crimes de guerra. Foi
prestada formação contínua aos juízes e aos procuradores no domínio da luta
contra a corrupção com o intuito, nomeadamente, de facilitar a aplicação do
novo Código do Processo Penal (CPP). As organizações da sociedade civil
continuam a contribuir ativamente para reforçar o quadro estratégico e fornecer
elementos de prova essenciais para a abertura de processos de corrupção.
Contudo, as declarações de rendimentos dos juízes e procuradores ainda não
foram verificadas face a outras informações e é necessário reforçar ainda as
medidas para impedir a corrupção no seio do sistema judicial. Há que melhorar
as competências da DACI e reforçar as suas capacidades a fim de coordenar as
ações de prevenção da corrupção e acompanhar a aplicação do Plano de Ação do
Governo na luta contra a corrupção e a criminalidade organizada. Foram realizados novos progressos para
suprimir a corrupção. A plena entrada em vigor do novo CPP em setembro de 2011
conduziu a uma aceleração significativa da fase de inquérito penal e reduziu o
risco de fugas de informação. A capacidade institucional e operacional dos
procuradores, dos juízes e da polícia para lutar contra a corrupção foi
reforçada através de um apoio substancial à formação e de equipamento
adicional. O recurso a medidas de investigação especiais tornou‑se mais
sistemático em virtude de um acréscimo da capacidade administrativa e técnica
da unidade de controlos especiais. Nove representantes da administração da
polícia, do serviço de prevenção do branqueamento de capitais e do
financiamento do terrorismo e das administrações fiscais e aduaneiras foram
nomeados para fazer parte da equipa de investigação especial, que ficou
operacional em outubro de 2011. Foram concedidos recursos financeiros
adicionais à equipa apesar de ser ainda necessário reforçar as suas
capacidades, em especial através da facilitação do acesso às bases de dados com
informações pertinentes. O Montenegro continuou a aumentar o número de
investigações, ações e condenações para os casos de corrupção. No entanto, a
ocorrência de corrupção a alto nível continua a causar preocupação. No período
de referência, quatro empregados da administração dos bens públicos de Ulcinj
foram condenados, num tribunal de segunda instância, a penas de prisão por
abuso de autoridade e um agente aduaneiro por suborno. Foram pronunciadas
sentenças de primeira instância em dezembro de 2011, janeiro e março de 2012
contra dezasseis pessoas, incluindo dois funcionários municipais condenados à
prisão, gestores de uma empresa pública e um juiz. Estão em curso audiências no
tribunal para o caso de corrupção a alto nível «Zavala», que envolve o antigo
Presidente da Câmara de Budva, o seu adjunto e um deputado, e para outros dois
casos contra 23 pessoas acusadas de abuso de autoridade e suborno. Durante
o período abrangido pelo relatório, dois agentes da polícia foram formalmente
acusados de suborno. Estão em curso inquéritos contra o antigo presidente da
Câmara Municipal de Ulcinj, o presidente e um juiz de um Tribunal de Primeira Instância,
a antigo e o atual diretor de uma empresa pública em Budva e três empregados do
Ministério do Interior. No entanto, há que
melhorar sistematicamente os resultados obtidos na luta contra a corrupção,
nomeadamente em termos de inquéritos e condenações definitivas nos casos de
corrupção a alto nível. O facto de todos os processos por corrupção a alto
nível terem sido iniciados com base em elementos de prova fornecidos por
terceiros causa preocupação. O número de casos de corrupção em que foi ordenada
a apreensão de ativos é ainda muito baixo. Até à data, não se recorreu às
disposições do CPP nem do código penal em matéria de apreensão e confisco
alargado dos ativos de origem criminosa. Os procedimentos para efeitos de
apreensão, confisco e gestão do produto do crime têm de ser ainda objeto de
regulamentação. A cooperação entre os serviços melhorou em certa medida mas tem
de ser ainda reforçada, em especial para assegurar o papel de liderança dos
procuradores nos inquéritos. A impossibilidade de acesso dos procuradores às
bases de dados em questão e a sua falta de capacidade prejudicam a aplicação
efetiva do CPP. É, em especial, necessário reforçar a capacidade administrativa
da Procuradoria Especial de luta contra a criminalidade organizada, a corrupção,
o financiamento do terrorismo e os crimes de guerra. Apesar do reforço da sua
capacidade administrativa, a comissão para a prevenção dos conflitos de
interesses ainda não tem capacidade para controlar a exatidão das declarações
de rendimentos e das declarações de interesses dos funcionários públicos de
modo a poder detetar os casos de enriquecimento ilícito, por não possuir
poderes de investigação nem acesso às bases de dados pertinentes. A
independência dos tribunais continua a suscitar preocupação, afetando a
determinação de luta contra a corrupção. Esta última continua a suscitar sérias
preocupações. Em geral,
registaram‑se progressos no que diz respeito à luta contra a corrupção.
Já foi iniciada a aplicação da legislação recentemente adotada nos domínios
essenciais do financiamento dos partidos políticos, da prevenção dos conflitos
de interesses e dos contratos públicos. É necessário reforçar ainda as suas
disposições em termos de mecanismos de controlo. Foram tomadas novas medidas
para melhorar os resultados no domínio da luta contra a corrupção, como
demonstrado por uma série de novas investigações de casos de corrupção a alto
nível. Contudo, o número de condenações definitivas e de processos por
corrupção em que foi ordenada a apreensão ou o confisco de ativos continua a
ser reduzido. É necessário reforçar ainda a cooperação interserviços, em
especial entre a polícia e os procuradores, e consolidar o papel da liderança
da Procuradoria em conformidade com o novo CPP. Cooperação policial e luta contra a criminalidade
organizada A cooperação policial a nível regional e
internacional melhorou no que diz respeito à criminalidade organizada. Foram
conduzidas algumas operações policiais em colaboração com as autoridades de
vários Estados-Membros da UE, os países da região, a Interpol e a Europol, o
que conduziu a um aumento do número de ações penais e detenções. O acordo sobre
extradição entre o Montenegro e a antiga República jugoslava da Macedónia foi
assinado em outubro de 2011. As autoridades policiais do Montenegro e da Bósnia
e Herzegovina assinaram um memorando de cooperação para a luta conjunta contra
a corrupção, a criminalidade organizada, o tráfico de droga e o terrorismo.
Foram igualmente assinados dois acordos sobre cooperação policial com a Croácia
e a antiga República jugoslava da Macedónia. A ratificação do acordo com a
Croácia relativo à execução recíproca das decisões judiciais em matéria penal
teve lugar em dezembro de 2011. Desde setembro de
2011, o novo CPP está a ser aplicado por todos os organismos públicos
competentes. Em novembro de 2011, foram adotadas alterações ao regulamento
sobre a organização interna e a descrição de funções da administração da
polícia que introduziram mais unidades organizacionais especializadas neste
serviço. Em janeiro de 2012, foi adotado um plano de ação para combater a
criminalidade organizada que introduz indicadores e medidas operacionais, em
conformidade com as prioridades definidas na avaliação da ameaça de
criminalidade organizada de 2011. Desde que se tornou operacional em outubro de
2011, a equipa de investigação especial iniciou inquéritos financeiros sobre
três casos importantes de criminalidade organizada, tendo recebido recursos
financeiros adicionais. Desde dezembro de 2011, um organismo de coordenação
está a controlar ativamente os resultados da aplicação da estratégia de
desenvolvimento e funcionamento da polícia. No entanto, as relações entre a
Procuradoria e a polícia devem ser esclarecidas e melhoradas no quadro do novo
CPP, especialmente no que diz respeito à condução de inquéritos financeiros;
são também necessários equipamentos e pessoal especializado adicionais para a
gestão dos casos complexos. As disposições que regem o recurso às medidas de
investigação especial deverão ser revistas a fim de prolongar os prazos
impostos, demasiado limitativos. O projeto de policiamento com base em
informações deve ser alargado progressivamente a todo o país, devendo o pessoal
da polícia receber formação paralelamente. Devem ser consagradas dotações
financeiras suplementares ao aumento das capacidades de investigação e dos
recursos concretos, incluindo as TI, nos serviços da polícia. O Montenegro
continuou a registar resultados em termos de processos por criminalidade
organizada. Foram emitidos dois veredictos em segunda instância para casos de
tráfico de droga e tráfico de seres humanos. Foram proferidas três sentenças em
primeira instância para dois casos de produção e contrabando de droga,
respetivamente, em setembro de 2011 e em janeiro de 2012, e para um caso de
branqueamento de capitais, em janeiro de 2012. No que diz respeito ao processo
Saric, dois membros de uma organização criminosa foram condenados,
respetivamente, a 6 e 8 anos de prisão por tráfico de droga e
branqueamento de capitais, num valor superior a 12 milhões de EUR. Foi
pronunciada uma acusação em dezembro de 2011 no processo Kalic, que envolvia
três indivíduos indiciados de branqueamento de capitais, tendo o valor dos
ativos apreendidos sido superior a 28 milhões de EUR. Foram iniciadas audições
em seis novos casos. Foram iniciados inquéritos entre o final de 2011 e os
primeiros meses de 2012 sobre três casos de contrabando de droga e um caso de
falsificação de passaportes, envolvendo um total de 65 pessoas. O valor dos ativos
de origem criminosa apreendidos temporariamente no país aumentou e eleva‑se
a mais de 40 milhões de EUR, segundo as estimativas da Administração dos
Bens Públicos, que é responsável pela sua gestão. Em abril de 2012, foram
adotadas alterações à lei da gestão dos bens apreendidos a título temporário ou
permanente. Contudo, é necessário reforçar o serviço competente, especialmente
no que toca à sua capacidade para avaliar e gerir com eficácia bens apreendidos
e confiscados temporariamente. É necessário direito derivado para garantir a
aplicação das decisões judiciais e procedimentos relativos à gestão dos bens
apreendidos e confiscados. O número total de inquéritos financeiros e de ativos
apreendidos permanece baixo, devido às capacidades administrativas muito
deficientes neste domínio. A lei da prevenção
do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo foi alterada em
fevereiro de 2012 para ser alinhada pelo acervo da UE. Em dezembro de 2011,
foram reforçados o intercâmbio de informações e a cooperação entre o Ministério
das Finanças, a Administração para a Prevenção do Branqueamento de Capitais e
do Financiamento do Terrorismo (APMLTF), o Banco Central, a comissão dos
valores mobiliários e a Agência de Supervisão dos Seguros. A APMLTF abriu, no
total, 107 processos e participou num inquérito financeiro conduzido pela
Procuradoria Especial de luta contra a criminalidade organizada, a corrupção, o
financiamento do terrorismo e os crimes de guerra. Contudo, há que consolidar
os conhecimentos especializados da polícia neste domínio, bem como os
resultados das investigações financeiras proativas. As capacidades da AMLTF
para supervisionar o sistema bancário deverão ser reforçadas. Em geral, são de assinalar novos progressos no domínio da luta contra a
criminalidade organizada. Os resultados continuaram a melhorar. A cooperação
internacional aumentou e várias operações policiais resultaram na apreensão de
droga e de ativos de origem criminosa. Contudo, o tráfico de droga continua a
ser um motivo importante de preocupação dado que o país é uma zona de trânsito
na rota do contrabando com origem e destino à UE. O quadro jurídico continuou a
ser reforçado, embora a sua aplicação exija uma atenção constante. As
capacidades de investigação dos organismos responsáveis pela aplicação da lei e
da Procuradoria devem ser reforçadas, em especial no domínio da investigação
financeira. É necessário reforçar a cooperação entre serviços. Liberdade de
expressão e liberdade de reunião e associação A despenalização da difamação contribuiu para
reduzir o número de ações judiciais intentadas contra os meios de comunicação
social. O número deste tipo de processos em atraso nos tribunais está a
diminuir gradualmente, em conformidade com as diretrizes do Supremo Tribunal de
Justiça que regulam o nível de indemnização nos processos de difamação contra
os meios de comunicação social. Estas diretrizes têm por base a jurisprudência
do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. As ações de formação para juízes e
procuradores foram organizadas pelo centro de estudos judiciários, com especial
ênfase para o direito à liberdade de expressão, decorrente do artigo 10.° da
Convenção Europeia dos Direitos do Homem. Os funcionários públicos de alto
nível continuaram a promover um ambiente mais favorável e seguro para os meios
de comunicação social, nomeadamente através da condenação dos ataques e da
promoção de inquéritos sobre os casos de violência contra eles perpetrados. No entanto, nalguns dos antigos processos de
difamação, as multas não pagas foram comutadas em penas de prisão. Estes casos
têm de ser alinhados pela prática do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem
(TEDH), em especial para assegurar que não seja imposta uma sentença de prisão
no caso de multas por pagar. Há que realizar progressos suplementares em certos
casos recentes e mais antigos de violência contra os meios de comunicação
social, que têm de ser ainda cuidadosamente investigados e processados,
incluindo o ataque físico contra um jornalista de investigação em março de
2012. Também em março deste ano foi criado um
organismo de autorregulação dos meios de comunicação social, que reúne alguns
dos meios de comunicação social principais e locais. Foi recentemente
estabelecido um organismo paralelo, que representa alguns importantes meios de
comunicação social nacionais. Foi contratado pessoal adicional para reforçar as
capacidades de controlo da Agência dos Meios de Comunicação Social Eletrónicos.
O organismo público de radiodifusão está atualmente a atravessar um processo de
reformas estruturais, a fim de se tornar mais moderno e autónomo. A falta de
sustentabilidade financeira e de recursos operacionais poderá, no entanto,
comprometer o funcionamento dos meios de comunicação social, bem como do
sistema de autorregulação do setor audiovisual. As recentes alterações
legislativas à lei dos meios de comunicação social eletrónicos comprometem a
independência do organismo regulador do setor audiovisual. A sua falta de
recursos para monitorizar os meios de comunicação social em todo o país suscita
preocupação. O profissionalismo e a independência da radiodifusão pública não
foram ainda plenamente atingidos. Continuou‑se a reforçar a cooperação com
a sociedade civil. Em fevereiro de 2012, foram adotados dois decretos que
reforçam o papel da sociedade civil, um sobre a cooperação entre as autoridades
da administração pública e as organizações não governamentais (ONG) e outro
sobre a realização de debates públicos dos projetos de legislação. O Conselho de Cooperação com as ONG já se
encontra plenamente operacional e reúne‑se periodicamente. Participou na
elaboração de legislação pertinente, incluindo a elaboração de alterações à lei
sobre os jogos de azar, que prevê a prestação de apoio financeiro às ONG. Os
representantes das organizações da sociedade civil estão atualmente envolvidos
nas atividades dos diferentes organismos governamentais, através da sua
participação em grupos de trabalho e comissões que tratam de várias áreas
políticas. O registo público das ONG foi atualizado. Em geral,
registaram-se alguns progressos no reforço da liberdade dos meios de
comunicação social e progressos significativos no reforço da cooperação com a
sociedade civil. Contudo, é necessário prosseguir a aplicação consistente das
diretrizes do Supremo Tribunal de Justiça que regulam o nível de indemnização
nos processos de difamação contra os meios de comunicação social, havendo que
encontrar medidas alternativas à prisão para as multas não pagas provenientes
de processos de difamação anteriores. Os processos por resolver de violência
contra os meios de comunicação social suscitam preocupação. São necessários
esforços suplementares para assegurar uma cooperação sustentável a longo prazo
entre as autoridades e a sociedade civil. Políticas de combate à discriminação,
pessoas deslocadas e ciganos, ashkali e egípcios As capacidades administrativas e orçamentais
do Provedor de Justiça foram reforçadas. Esta instituição elaborou relatórios
que analisam, respetivamente, o estado das instalações da administração da
polícia utilizadas para os detidos, a proteção contra a discriminação e a
situação das crianças exploradas para mendigar. Estes relatórios foram
aprovados entre outubro e novembro de 2011 pela Comissão Parlamentar dos
Direitos Humanos e da Liberdade, que se tornou mais ativa na promoção dos
direitos humanos e na luta contra a discriminação. Em março de 2012, a área de
competências do Vice-Primeiro‑Ministro e do Ministro da Justiça foi
alargada para passar a abranger os direitos humanos. O Conselho para a Proteção contra a Discriminação
já está operacional. Os quinze membros deste organismo foram nomeados em
fevereiro de 2012, incluindo representantes da comunidade cigana e um membro em
representação das organizações da sociedade civil que se ocupam dos direitos da
comunidade lésbica, gay, bissexual e transexual (LGBT). Prosseguiram as
campanhas de luta contra a discriminação e a formação profissional destinada
aos funcionários públicos. As autoridades continuaram a promover ativamente um
ambiente favorável ao respeito dos direitos dos LGBT no país. Encontra‑se
em pleno funcionamento um centro de acolhimento e uma linha de apoio e
aconselhamento para os LGBT. A capacidade do Provedor de Justiça tem de ser
reforçada em termos de recursos humanos e financeiros. A aplicação da
legislação no domínio da luta contra a discriminação está atrasada. As
capacidades institucionais no domínio da promoção, acompanhamento e aplicação
efetiva dos direitos humanos são limitadas, em particular no que respeita aos
direitos das pessoas com deficiência e aos casos sociais e vulneráveis. Os LGBT
continuam a ser objeto de discriminação e seria necessário que as autoridades
empreendessem um acompanhamento completo desses casos. Foram realizados progressos para garantir o
estatuto jurídico das pessoas deslocadas - nomeadamente dos ciganos, ashkali e
egípcios - e assegurar o respeito pelos seus direitos. As alterações à lei dos
estrangeiros foram aprovadas em novembro de 2011, a fim de adiar o prazo para a
apresentação do pedido de estatuto de estrangeiro até dezembro de 2012. O
número de pedidos está a aumentar de forma lenta mas constante: cerca de
48 % das pessoas deslocadas apresentaram pedidos, tendo 29 % obtido o
estatuto de residente estrangeiro no país. Foram tomadas várias medidas para
facilitar a legalização do estatuto das pessoas deslocadas em situação
vulnerável. Em fevereiro de 2012 foram adotadas decisões para alterar o plano
urbano da zona de Konik, que constituem o quadro para a construção de habitação
para a população existente. O Montenegro tem tido um papel ativo no processo da
Declaração de Sarajevo. A decisão temporária de conceder igualdade de direitos
económicos e sociais às pessoas deslocadas foi prorrogada até junho de 2013.
Continuaram a ser efetuados progressos para facilitar o registo civil dos
ciganos, ashkali e egípcios, em especial dos que se encontram deslocados no
interior do país. O Governo adotou uma estratégia para melhorar a sua situação
no período 2012-2016 e um plano de ação para a sua execução. Foi oferecida
formação profissional a estes grupos. É preciso fazer avançar o registo das
pessoas deslocadas, particularmente no que se refere aos casos mais
vulneráveis. São necessárias medidas suplementares para melhorar o acesso aos
direitos económicos e sociais das pessoas deslocadas e das comunidades cigana,
ashkali e egípcia. As ciganas são vítimas de dupla discriminação: na qualidade
de membros de um grupo minoritário e enquanto mulheres. A lei da habitação social deve ser adotada o
mais rapidamente possível, o que constituirá um fator determinante para a
realização de novos progressos no campo Konik. Em termos gerais,
foram realizados alguns novos progressos em matéria de luta contra a
discriminação, tendo sido legalizado o estatuto das pessoas deslocadas e
assegurado os direitos dos ciganos, ashkali e egípcios. Dever‑se‑ão
reforçar as capacidades institucionais para controlar, promover e fazer
respeitar os direitos humanos na prática, bem como para lutar contra a
discriminação. Há que concluir a resolução do problema do estatuto jurídico das
pessoas deslocadas e reforçar as políticas de inclusão dirigidas aos ciganos,
ashkali e egípcios. 3. Conclusão O Montenegro registou novos progressos na
execução das reformas nos domínios do Estado de direito e dos direitos
fundamentais, nomeadamente na luta contra a corrupção e a criminalidade
organizada. Dados os novos progressos realizados, a
Comissão continua a ser da opinião que o Montenegro realizou o necessário grau
de conformidade com os critérios de adesão e, em particular, com os critérios
políticos de Copenhaga, para poder iniciar as negociações de adesão. Tendo em
conta o que precede, bem como as conclusões do Conselho de dezembro de 2011, a
Comissão confirma a sua recomendação de que seja dado início às negociações de
adesão com o Montenegro. Durante as negociações de adesão, a Comissão
continuará a atribuir especial importância ao domínio do Estado de direito e
dos direitos fundamentais, nomeadamente à luta contra a corrupção e a
criminalidade organizada, de modo a garantir a obtenção de resultados sólidos.
Fará pleno uso dos instrumentos disponíveis em todas as fases do processo de
adesão. Neste contexto, a nova abordagem proposta pela Comissão e avalizada
pelo Conselho Europeu de dezembro de 2011, no que diz respeito aos capítulos do
poder judicial e dos direitos fundamentais e da justiça, liberdade e segurança,
permitirá alicerçar com firmeza as reformas neste domínio e garantir um
acompanhamento rigoroso da sua execução. [1] COM(2010) 670 final. [2] As principais prioridades dizem respeito aos seguintes
domínios: quadro legislativo eleitoral e funções legislativa e de controlo do
Parlamento; reforma da administração pública; reforma do sistema judicial; luta
contra a corrupção; luta contra a criminalidade organizada; liberdade dos meios
de comunicação social e cooperação com a sociedade civil; aplicação do quadro
de luta contra a discriminação e a situação das pessoas deslocadas. Para
consultar o texto integral das principais prioridades, remete‑se para o
documento COM (2010) 670. [3] COM(2011) 666 final. [4] SEC(2011) 1204 final.