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Document 52015TA1209(29)
Report on the annual accounts of the European Securities and Markets Authority for the financial year 2014 together with the Authority’s reply
Relatório sobre as contas anuais da Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados relativas ao exercício de 2014 acompanhado da resposta da Autoridade
Relatório sobre as contas anuais da Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados relativas ao exercício de 2014 acompanhado da resposta da Autoridade
JO C 409 de 9.12.2015, p. 255–265
(BG, ES, CS, DA, DE, ET, EL, EN, FR, HR, IT, LV, LT, HU, MT, NL, PL, PT, RO, SK, SL, FI, SV)
9.12.2015 |
PT |
Jornal Oficial da União Europeia |
C 409/255 |
RELATÓRIO
sobre as contas anuais da Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados relativas ao exercício de 2014 acompanhado da resposta da Autoridade
(2015/C 409/29)
INTRODUÇÃO
1. |
A Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (a seguir designada por «Autoridade»), sediada em Paris, foi criada pelo Regulamento (UE) n.o 1095/2010 do Parlamento Europeu e do Conselho (1). São seus objetivos melhorar o funcionamento do mercado financeiro interno da União Europeia através de um nível elevado, eficaz e coerente de regulação e supervisão, promover a integridade e estabilidade dos sistemas financeiros e reforçar a coordenação internacional no domínio da supervisão para garantir a estabilidade e a eficácia do sistema financeiro (2). A Autoridade foi criada em 1 de janeiro de 2011. |
INFORMAÇÕES EM APOIO DA DECLARAÇÃO DE FIABILIDADE
2. |
O método de auditoria adotado pelo Tribunal inclui procedimentos de auditoria analíticos, testes diretos das operações e uma avaliação dos controlos-chave dos sistemas de supervisão e de controlo da Autoridade, completados por provas resultantes dos trabalhos de outros auditores e por um exame das tomadas de posição da gestão. |
DECLARAÇÃO DE FIABILIDADE
Responsabilidade da gestão
Responsabilidade do auditor
Opinião sobre a fiabilidade das contas
Opinião sobre a legalidade e regularidade das operações subjacentes às contas
|
10. |
As observações que se seguem não colocam em questão as opiniões do Tribunal. |
OBSERVAÇÕES SOBRE A FIABILIDADE DAS CONTAS
11. |
O montante das taxas cobradas às entidades supervisionadas (agências de notação de risco e repositórios de transações) em 2014 (6 6 23 000 euros) inscrito como receita nas demonstrações provisórias dos resultados financeiros baseia-se numa estimativa e não nos custos reais das atividades de supervisão realizadas (9). As taxas cobradas às entidades supervisionadas devem ser tão próximas quanto possível dos custos efetivos incorridos neste domínio. Para alcançar esse objetivo, a Autoridade está a realizar um exercício de modelização dos custos baseados nas atividades. |
OBSERVAÇÕES SOBRE A LEGALIDADE E REGULARIDADE DAS OPERAÇÕES
12. |
Quando foi criada, em 2010, a Autoridade herdou um conjunto de contratos-quadro no domínio da informática do CARMEVM (Comité das Autoridades de Regulamentação dos Mercados Europeus de Valores Mobiliários), o seu organismo antecessor, relativos à armazenagem dos seus centros de dados, assim como ao desenvolvimento e à manutenção dos seus sistemas informáticos. O facto de estes contratos-quadro não terem sido substituídos mediante a realização de concursos públicos atempados levou a que dois deles fossem prolongados para além da sua duração inicial. Resultou igualmente na aquisição, pela Autoridade, de alguns serviços informáticos através de uma central de compras francesa (Union de Groupements d’Achats Publics — UGAP). Durante o exercício, a Autoridade também recorreu à UGAP para aquisição de mobiliário e de equipamento de escritório. Em 2014, o total dos pagamentos ascendeu a 9 56 000 euros. O Tribunal informou a Autoridade de que o recurso à UGAP não estava em conformidade com o regulamento financeiro, tendo a mesma deixado de o fazer a partir desse momento. A Autoridade já substituiu todos os contratos-quadro da CARMEVM no domínio da informática pelos seus próprios contratos-quadro. |
OBSERVAÇÕES SOBRE A GESTÃO ORÇAMENTAL
13. |
A taxa total de anulação das dotações transitadas de 2013 foi elevada, representando 19 %, ou seja, 9 40 054 euros. Esta situação decorre essencialmente de atrasos por parte dos contratantes na prestação dos serviços solicitados, mas também do cancelamento da aquisição de licenças relativamente a um projeto anulado, de dificuldades na execução de um contrato para pessoal interino e da passagem do anterior contrato-quadro de consultadoria informática para o novo. |
14. |
O nível global de dotações autorizadas aumentou de 93 % em 2013 para 99 % em 2014, o que indica que as autorizações foram realizadas mais atempadamente. No entanto, o nível das dotações autorizadas transitadas para 2015 relativas ao título III (despesas operacionais) foi elevado, tendo ascendido a 4 0 63 580 euros ou 45 % (2013: 3 6 88 487 euros ou 58 %). Deste montante, aproximadamente 2 milhões de euros dizem respeito a serviços informáticos e a outros serviços prestados em 2014 que ainda não tinham sido pagos pela Autoridade no final do exercício. Foram celebrados contratos num montante de 1,3 milhões de euros perto do final do exercício, estando a prestação dos respetivos serviços prevista para 2015. O montante remanescente das transições é explicado pela natureza plurianual dos contratos assinados. |
SEGUIMENTO DADO ÀS OBSERVAÇÕES DOS EXERCÍCIOS ANTERIORES
15. |
O anexo I apresenta uma síntese das medidas corretivas tomadas em resposta às observações do Tribunal relativas aos exercícios anteriores. |
O presente relatório foi adotado pela Câmara IV, presidida por Milan Martin CVIKL, Membro do Tribunal de Contas, no Luxemburgo, na sua reunião de 8 de setembro de 2015.
Pelo Tribunal de Contas
Vítor Manuel da SILVA CALDEIRA
Presidente
(1) JO L 331 de 15.12.2010, p. 84.
(2) O anexo II indica sucintamente as competências e atividades da Autoridade, sendo apresentado a título informativo.
(3) As demonstrações financeiras incluem o balanço e a demonstração de resultados financeiros, a demonstração dos fluxos de caixa, a demonstração da variação da situação líquida, bem como uma síntese das políticas contabilísticas significativas e outras notas explicativas.
(4) Os relatórios de execução orçamental incluem a conta de resultados da execução orçamental e o seu anexo.
(5) Artigos 39.o e 50.o do Regulamento Delegado (UE) n.o 1271/2013 da Comissão (JO L 328 de 7.12.2013, p. 42).
(6) As regras contabilísticas adotadas pelo contabilista da Comissão inspiram-se nas Normas Internacionais de Contabilidade do Setor Público (IPSAS) emitidas pela Federação Internacional de Contabilistas ou, quando pertinente, nas Normas Internacionais de Contabilidade (IAS)/Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) emitidas pelo Conselho das Normas Internacionais de Contabilidade.
(7) Artigo 107.o do Regulamento (UE) n.o 1271/2013.
(8) Regulamento (UE, Euratom) n.o 966/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho (JO L 298 de 26.10.2012, p. 1).
(9) A necessidade de cobrar taxas com base nos custos reais é referida no artigo 4.o do Regulamento Delegado (UE) n.o 1003/2013 da Comissão, de 12 de julho de 2013, sobre os repositórios de transações (JO L 279 de 19.10.2013, p. 4), que complementa o Regulamento (UE) n.o 648/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho, e o n.o 3 do artigo 19.o do Regulamento Financeiro da Autoridade.
ANEXO I
Seguimento dado às observações dos exercícios anteriores
Ano |
Observações do Tribunal |
Fase da medida corretiva (Concluída/Em curso/Pendente/N/A) |
2011 |
O orçamento da Autoridade relativo ao exercício de 2011 ascendia a 16,9 milhões de euros. Em conformidade com n.o 1 do artigo 62.o do regulamento de criação da Autoridade, o orçamento relativo ao exercício de 2011 foi financiado em 60 % por contribuições dos Estados-Membros e dos países da EFTA e em 40 % pelo orçamento da União. No final de 2011, a Autoridade registou um resultado orçamental positivo de 4,3 milhões de euros. Em conformidade com as disposições do seu regulamento financeiro, a totalidade deste montante foi em seguida registada nas contas como um passivo relativamente à Comissão Europeia. |
Em 2014 foi registado um resultado orçamental negativo |
2011 |
Constataram-se insuficiências no que se refere a seis compromissos jurídicos assumidos antes das autorizações orçamentais (4 83 845 euros). |
Em curso (1) |
2011 |
O Tribunal identificou vários casos, num montante total de 2 07 442 euros, em que as dotações de pagamento transitadas para 2012 não correspondiam aos compromissos jurídicos assumidos. Estas transições foram, portanto, irregulares e deveriam ser anuladas. |
Concluída |
2012 |
Durante o seu segundo ano de atividade, a Autoridade deu um passo importante com a adoção e execução dos requisitos básicos para todas as normas de controlo interno. Contudo, ainda não foi concretizada a plena aplicação das normas. |
Em curso |
2012 |
O cumprimento dos prazos e a documentação dos procedimentos de adjudicação de contratos podem ser consideravelmente melhorados. |
Em curso |
2012 |
Em 2012, a Autoridade efetuou 22 transferências orçamentais num montante de 3,2 milhões de euros (16 % do orçamento total de 2012), o que revela insuficiências no planeamento do orçamento. |
Concluída |
2013 |
O nível global de dotações autorizadas aumentou de 86 % em 2012 para 93 % em 2013, o que indica que as autorizações foram realizadas mais atempadamente. No entanto, no Título III (despesas operacionais), o nível de dotações autorizadas transitadas para 2014 foi elevado, tendo ascendido a 3 6 88 487 euros (58 %). Esta situação deve-se a serviços informáticos executados em 2013 mas ainda não pagos (0,8 milhões de euros), a serviços informáticos previstos no programa de trabalho de 2014 e contratados no final do ano (1,1 milhões de euros), a alguns atrasos nas adjudicações de contratos no domínio da informática (0,4 milhões de euros) e ainda à natureza plurianual de alguns projetos informáticos. |
N/A |
2013 |
Em 2013, a Autoridade efetuou 12 transferências orçamentais num montante de 5,1 milhões de euros, ou 18 % do orçamento (contra 22 transferências num montante de 3,2 milhões de euros, ou 16 % do orçamento, em 2012), o que revela insuficiências contínuas no planeamento do orçamento. |
Concluída |
2013 |
Em 2013 registaram-se atrasos em cerca de 27 % dos pagamentos efetuados relativos a bens e serviços recebidos. Nos casos de pagamentos efetuados tardiamente, o atraso médio foi de 32 dias. Em 2013, os juros de mora pagos ascenderam a 3 834 euros. |
Em curso |
2013 |
Em conformidade com o Protocolo relativo aos Privilégios e Imunidades da União Europeia (2) e com a Diretiva da UE relativa ao IVA, (3) a Agência está isenta do pagamento de impostos indiretos. O montante total de IVA cobrado à Autoridade no período 2011-2013 ascendeu a 3,3 milhões de euros. No último trimestre de 2012, na sequência de extensas negociações com o Estado-Membro de acolhimento, a Autoridade começou a reclamar reembolsos do IVA mas apenas 1,3 milhões de euros tinham sido reclamados no final de 2013. |
Concluída |
(1) Em 2014 foram concedidas a posteriori 15 autorizações, num montante total de 5 72 167,95 euros, e efetuados a posteriori quatro aumentos das autorizações, num montante total de 1 391,72 euros.
(2) Protocolo (n.o 7) relativo aos Privilégios e Imunidades da União Europeia (JO C 115 de 9.5.2008, p. 266).
(3) Diretiva 2006/112/CE do Conselho (JO L 347 de 11.12.2006, p. 1).
ANEXO II
Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (Paris)
Competências e atividades
Domínios de competência da União segundo o Tratado (Artigo 114.o do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia) |
O Parlamento Europeu e o Conselho, deliberando de acordo com o processo legislativo ordinário, e após consulta do Comité Económico e Social, adotam as medidas relativas à aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos Estados-Membros, que tenham por objeto o estabelecimento e o funcionamento do mercado interno. |
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Competências da Autoridade [Regulamento (UE) n.o 1095/2010 do Parlamento Europeu e do Conselho e Regulamento (CE) n.o 1060/2009 do Parlamento Europeu e do Conselho] |
Atribuições
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Governação |
Conselho de Supervisores Composição Presidente (sem direito a voto): o mais alto dirigente da autoridade pública nacional competente para a supervisão das instituições financeiras em cada Estado-Membro; um representante da Comissão (sem direito a voto), um representante do Comité Europeu do Risco Sistémico (sem direito a voto), e um representante de cada uma das duas outras Autoridades Europeias de Supervisão (sem direito a voto). Atribuições Orienta os trabalhos da Autoridade e fica encarregado de adotar as decisões referidas no capítulo II do regulamento de criação da Autoridade. Conselho de Administração Composição Presidente e seis outros membros do Conselho de Supervisores, eleitos por e de entre os membros com direito a voto do Conselho de Supervisores. O diretor-executivo e um representante da Comissão participam nas reuniões, sem direito a voto (embora o representante da Comissão tenha direito a voto nas questões orçamentais). Atribuições Assegura que a Autoridade prossegue a sua missão e exerce as atribuições que lhe são conferidas pelo regulamento de criação. Presidente Representante da Autoridade responsável pela preparação dos trabalhos do Conselho de Supervisores; preside às suas reuniões e às reuniões do Conselho de Administração. Nomeado pelo Conselho de Supervisores após ter sido ouvido pelo Parlamento Europeu. Diretor-executivo Nomeado pelo Conselho de Supervisores após confirmação pelo Parlamento Europeu. Encarregado da gestão da Autoridade; prepara os trabalhos do Conselho de Administração. Auditoria interna Serviço de Auditoria Interna (SAI) da Comissão Europeia. Auditoria externa Tribunal de Contas Europeu. Autoridade de quitação Parlamento Europeu sob recomendação do Conselho. |
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Meios colocados à disposição da Autoridade em 2014 |
Orçamento definitivo
Efetivos em 31 de dezembro de 2014
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Atividades e serviços fornecidos em 2014 |
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Fonte: anexo fornecido pela Autoridade. |
RESPOSTA DA AUTORIDADE
11. |
Tal como referido na observação, a ESMA desenvolveu em 2014 um exercício de modelização dos custos baseados nas atividades, por forma a permitir um acompanhamento meticuloso das suas atividades de supervisão. Este modelo será aplicado pela ESMA em 2015. Por conseguinte, a partir deste ano, as taxas cobradas às entidades supervisionadas serão definidas com base nos custos reais, e não nas estimativas, das atividades de supervisão realizadas. |
12. |
A ESMA confirma o encerramento de todos os contratos do CARMEVM (o último contrato foi encerrado em 20 de agosto de 2014), e que deixou de recorrer à UGAP tanto para a aquisição de produtos e serviços. |
13. |
A ESMA está consciente da elevada taxa de anulações das dotações transitadas de 2013. Por forma a limitar o nível elevado de dotações transitadas, foi revisto em 2014 o processo de fim de exercício mediante o fornecimento de instruções exatas e oportunas e da organização de reuniões internas com os intervenientes financeiros da ESMA. |
14. |
No que se refere ao nível elevado de dotações transitadas no título III, a Autoridade toma nota da observação do Tribunal, e confirma a explicação relacionada com a natureza plurianual dos projetos informáticos mandatados legalmente. |