A. Necessidade de agir
|
Qual o problema e por que tem dimensão europeia?
|
Não obstante os esforços e os investimentos efetuados até à data, a UE não tem os supercomputadores de maior desempenho e os que existem dependem de tecnologia não europeia. A oferta disponível em termos de tempo de computação é insuficiente para satisfazer uma procura que não cessa de crescer. Para contornar esta lacuna, a indústria e os cientistas europeus são obrigados a tratar os seus dados fora da UE, situação passível de criar problemas de privacidade, de proteção de dados, de manutenção de segredos comerciais e de propriedade dos dados, nomeadamente em aplicações sensíveis.
Embora os custos se tenham tornado proibitivos para a maioria dos intervenientes no mercado, incluindo os governos nacionais europeus, os Estados-Membros não coordenam as suas estratégias de investimento em computação de alto desempenho (HPC) nem agregam os recursos disponíveis. Em comparação com os seus concorrentes dos EUA, China ou Japão, a Europa apresenta um claro subinvestimento na HPC, com um défice de financiamento de 500 a 750 milhões de EUR anuais.
A cadeia de fornecimento de tecnologia de HPC europeia é débil e a integração de tecnologias europeias nas máquinas de HPC operacionais continua a ser insignificante. Sem perspetivas claras da existência de um mercado-piloto nem da venda de um sistema à exaescala ao setor público, os fornecedores europeus não assumirão o risco de desenvolverem as máquinas por sua iniciativa.
Sem a ação necessária para assegurar o desenvolvimento de todo o ecossistema de HPC (dos componentes tecnológicos aos sistemas e máquinas, passando pelas aplicações e competências) e a coordenação e agregação dos investimentos em infraestruturas de HPC de ponta baseadas em tecnologias da UE, serão de esperar efeitos negativos a longo prazo, tanto na economia digital como ao nível da soberania e da liderança científica e industrial da Europa.
|
Resultados esperados
|
Os objetivos consistem em adquirir e implantar na Europa, em prazos concorrenciais, uma infraestrutura de HPC à pré-exaescala de nível mundial; disponibilizá-la a utilizadores públicos e privados para o desenvolvimento de aplicações industriais e científicas de ponta suscetíveis de promover o desenvolvimento de um vasto ecossistema à pré-exaescala na Europa; apoiar o desenvolvimento atempado da próxima geração de tecnologias de HPC europeias e a sua integração em sistemas à exaescala, de modo a poder adquiri-los em prazos concorrenciais em relação aos nossos concorrentes mundiais. Tal permitirá que a UE se posicione entre as principais potências mundiais no domínio da supercomputação, com o lançamento, por volta de 2022, de supercomputadores à exaescala baseados em tecnologias competitivas da UE. Para atingir este objetivo, é necessário começar a trabalhar já, visto que, normalmente, um ciclo de desenvolvimento prolonga-se por quatro a cinco anos.
|
Qual o valor acrescentado da ação a nível da UE (subsidiariedade)?
|
A fragmentação dos esforços públicos no domínio da HPC envidados à escala da UE e nos Estados-Membros leva a uma utilização ineficiente dos recursos e a um intercâmbio transfronteiriço parcial de competências especializadas. Nenhum Estado-Membro dispõe de meios financeiros para adquirir capacidades de computação à exaescala e para desenvolver, adquirir e operar o necessário ecossistema de HPC à exaescala pelos seus próprios meios, em prazos competitivos no confronto com os EUA, a China ou o Japão. Uma infraestrutura partilhada e a utilização comum das capacidades existentes seriam benéficas para todos: indústria, PME, ciência, setor público e, em especial, os Estados-Membros sem infraestruturas de HPC nacionais autossuficientes. Mais concretamente, assegurariam à UE a independência no acesso a tecnologia de HPC de topo.
|
B. Soluções
|
Quais são as várias opções para cumprir os objetivos? Há alguma opção preferida? Em caso negativo, por que razão?
|
As diferentes opções são as seguintes: Manutenção do statu quo, consórcio para uma infraestrutura europeia de investigação, empresa comum (EC), agrupamento europeu de interesse económico, programa do tipo Galileo e organização intergovernamental. A empresa comum (EC) é a opção preferida, porquanto é o único instrumento que permite combinar de forma eficaz e eficiente a aquisição e propriedade comuns de supercomputadores, bem como o investimento conjunto no desenvolvimento da tecnologia para as máquinas adquiridas.
|
Quais são as perspetivas dos vários intervenientes? Quem apoia cada uma das opções?
|
Do total de inquiridos que responderam à consulta específica, 85 % (61 % de organizações académicas ou de investigação, 22 % de empresas, 4 % do setor público e 2 % de associações industriais) concordaram que o atual estado da HPC na Europa representa um problema e atestaram a necessidade de mais ação ao nível da UE. Treze países (doze Estados-Membros da UE e um país associado) assinaram já a Declaração EuroHPC, na qual se comprometem a trabalhar em conjunto e com a Comissão Europeia com vista à aquisição e implantação de uma infraestrutura integrada de HPC de nível mundial.
|
C. Impactos da opção preferida
|
Quais são os benefícios da opção preferida (ou, se esta não existir, das opções principais)?
|
Uma empresa comum (EC) teria claramente impactos positivos de natureza económica, social e ambiental em comparação com todas as outras opções equacionadas. Conduziria à implantação de uma infraestrutura de HPC de nível mundial na Europa, com um desempenho computacional competitivo e uma disponibilidade acrescida para os utilizadores públicos e privados europeus (cientistas, indústria, incluindo as PME, e setor público). Permitiria acelerar os progressos da ciência na Europa, bem como a competitividade da indústria de fornecimento de tecnologia europeia e da indústria utilizadora em muitos setores e domínios de aplicação de grande relevância económica, social e ambiental.
|
Quais são os custos da opção preferida (ou, se esta não existir, das opções principais)?
|
A EC EuroHPC será financiada em conjunto pelos membros participantes. A contribuição financeira da União para a EC, destinada a cobrir despesas administrativas e operacionais, irá até aos 476 milhões de EUR no atual quadro financeiro.
|
Quais são os efeitos para as PME e a competitividade?
|
As PME colheriam grandes benefícios, uma vez que teriam um melhor acesso aos supercomputadores de maior desempenho do mundo, hoje em dia uma ferramenta essencial para fornecer produtos competitivos no mercado global. De igual modo, a construção do ecossistema de HPC proporcionará às PME mais oportunidades de participação no desenvolvimento e comercialização de soluções de HPC.
|
Haverá impactos significativos nos orçamentos e administrações públicas nacionais?
|
Os Estados participantes na EuroHPC deverão fazer uma contribuição financeira para as despesas operacionais da EC EuroHPC da ordem dos 476 milhões de EUR no atual quadro financeiro.
|
Haverá outros impactos significativos?
|
É de prever uma redução dos encargos administrativos, pois haverá uma única entidade jurídica a coordenar os programas e investimentos nacionais e europeus no domínio da HPC.
|
Proporcionalidade?
|
A opção preferida inclui medidas equilibradas, todas consideradas necessárias para alcançar os objetivos em causa, sem impor encargos excessivos às partes interessadas.
|
D. Seguimento
|
Quando será reexaminada a política proposta?
|
A empresa comum deve ficar operacional até 2019, nomeadamente para iniciar o processo de aquisição dos computadores à pré-exaescala no atual quadro financeiro. Após os subsequentes ensaios de aceitação das máquinas adquiridas, a política será reexaminada para determinar se a EC está a ser eficaz e eficiente na coordenação dos programas europeus e dos Estados-Membros com vista à criação de um ecossistema à exaescala até 2022/2023.
|