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Document 52023DC0001

RELATÓRIO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU, AO CONSELHO, AO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL EUROPEU E AO COMITÉ DAS REGIÕES Relatório técnico do JRC sobre a «Avaliação do potencial de eficiência energética na produção, no transporte e no armazenamento de eletricidade»

COM/2023/1 final

Bruxelas, 9.1.2023

COM(2023) 1 final

RELATÓRIO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU, AO CONSELHO, AO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL EUROPEU E AO COMITÉ DAS REGIÕES

Relatório técnico do JRC sobre a «Avaliação do potencial de eficiência energética na produção, no transporte e no armazenamento de eletricidade»

{SWD(2023) 1 final}


RELATÓRIO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU, AO CONSELHO, AO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL EUROPEU E AO COMITÉ DAS REGIÕES

Relatório técnico do JRC sobre a «Avaliação do potencial de eficiência energética na produção, no transporte e no armazenamento de eletricidade»

Resumo do relatório técnico do JRC sobre a «Avaliação do potencial de eficiência energética na produção, no transporte e no armazenamento de eletricidade»

O relatório apresenta, numa abordagem não-técnica, os resultados da avaliação efetuada para aferir do potencial de eficiência energética na conversão, na transformação, no transporte e no armazenamento de energia elétrica.

O relatório dá seguimento às orientações enunciadas no artigo 24.º, n.º 13, da Diretiva 2012/27/UE relativa à eficiência energética, com a redação que lhe foi dada pela Diretiva (UE) 2018/2002. Examinam-se os três principais pilares de possíveis ganhos de eficiência energética, nomeadamente ao nível dos combustíveis convencionais, do armazenamento e do transporte de corrente contínua de alta tensão (CCAT). O documento descreve estas três principais soluções tecnológicas na perspetiva da eficiência energética, a fim de explorar as poupanças de energia potencialmente alcançáveis. Passam-se em revista os níveis atuais de eficiência energética, dá-se conta das margens conhecidas de melhoria e apresenta-se uma estimativa aproximada das possíveis poupanças de energia primária a nível europeu. O relatório começa por investigar separadamente cada solução tecnológica; em seguida, no último capítulo, apresenta as conclusões e estabelece um escalonamento.

O capítulo 2 apresenta os resultados da tecnologia adotada e da avaliação da eficiência nas centrais térmicas, com especial referência às centrais elétricas convencionais a combustíveis fósseis (carvão, gás, petróleo), completados por dados estatísticos selecionados sobre eficiências, consumos, capacidades etc. O relatório descreve os níveis de eficiência atuais e prospetivos, incluindo estimativas de potenciais poupanças de energia primária com base em alguns pressupostos relacionados com a política de descarbonização atualmente adotada.

A razão pela qual a eficiência na produção de eletricidade a partir de fontes renováveis não é investigada é essencialmente económica. A estrutura de custos das instalações de produção mais comuns está fortemente distorcida para o lado dos custos de investimento (CapEx), estando os custos de exploração (OpEx) limitados à manutenção, uma vez que os operadores não têm de pagar custos de combustível. Por conseguinte, a eficiência de conversão da produção de eletricidade a partir de fontes renováveis, embora tecnicamente interessante, não foi ativamente investigada e a literatura científica é bastante limitada. Considerações não muito diferentes aplicam-se à produção de eletricidade em centrais nucleares: na maior parte dos reatores nucleares em funcionamento, apenas 30-35 % da energia térmica produzida pela cisão são convertidos em eletricidade, sendo o restante dissipado no ambiente como calor residual. Esta percentagem pouco melhorou nas últimas décadas. A estrutura de custos da produção de eletricidade em centrais nucleares é bastante semelhante, embora não seja idêntica, à da produção de eletricidade a partir de fontes renováveis: o CapEx (construção e desmantelamento das instalações) representa a maior parte dos custos, cabendo ao custo do combustível (normalmente urânio enriquecido) apenas uma pequena parte do custo total da produção. Também neste caso a questão está pouco estudada, uma vez que a prioridade é melhorar a segurança e reduzir os períodos de paragem para renovação do combustível e para manutenção. Alguns projetos de futuros reatores da «Geração IV» visam maior eficiência, mas até à data apenas existem protótipos.

O capítulo 3 descreve vários tipos de armazenamento disponíveis para sistemas elétricos, dando conta da maturidade das tecnologias e fornecendo mais elementos sobre as tecnologias com melhores perspetivas atuais e futuras (centrais hidroelétricas com acumulação por bombagem, baterias, ar comprimido, volantes). Embora o relatório contenha avaliações das eficiências de retorno, há que ter em conta que é difícil comparar diretamente, em termos de eficiência, alternativas de armazenamento a que se recorra para solucionar problemas técnicos muito diferentes. O relatório explica, por exemplo, que (ainda) não é possível utilizar supercondensadores para grandes quantidades de energia. Cada problema técnico deve ser enquadrado na classe adequada de sistemas de armazenamento, adotando-se nessa classe, evidentemente, a tecnologia mais eficiente. A mensagem principal é que as tecnologias de armazenamento são interessantes, não porque permitem poupanças diretas de energia primária, mas porque permitem integrar energia proveniente de fontes de energia renováveis nos sistemas de energia, melhorando assim a eficiência do conjunto do sistema.

O capítulo 4, relativo ao transporte de CCAT, apresenta conclusões semelhantes: não se justifica melhorar a eficiência das redes de transporte, que já é muito elevada (cerca de 98 %) e próxima dos limites físicos. O transporte de CCAT é interessante porque permite a transferência de energia em condições em que os sistemas de CAAT não são técnica nem economicamente viáveis – é o caso, nomeadamente, dos cabos submarinos que permitem a integração da energia eólica proveniente de grandes parques eólicos no mar, possibilitando uma poupança indireta de energia primária. Este capítulo descreve, portanto, as principais características dos sistemas CCAT, apresentando as condições de funcionamento mais eficientes e destacando possíveis utilizações futuras no contexto europeu. Na realidade, a melhoria de eficiência é indireta, por melhor integração das fontes de energia renováveis e minimização dos deslastres. No entanto, estas questões, bem como a integração do sistema, a resposta à procura e a procura de energia em geral, estão fora do âmbito do estudo.

O capítulo 5 apresenta as conclusões da avaliação efetuada sobre o potencial de cada tecnologia no que diz respeito a eficiência energética. Sempre que possível, procedeu-se a uma quantificação das poupanças realistas com base em pressupostos de simplificação, dando conta do potencial de melhoria em termos de poupança de energia primária.

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