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20.4.2023 |
PT |
Jornal Oficial da União Europeia |
C 137/12 |
Publicação do documento único a que se refere o artigo 94.o, n.o 1, alínea d), do Regulamento (UE) n.o 1308/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho e da referência à publicação do caderno de especificações de uma denominação do setor vitivinícola
(2023/C 137/09)
A presente publicação confere o direito de oposição ao registo da denominação, nos termos do artigo 98.o do Regulamento (UE) n.o 1308/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho (1), no prazo de dois meses a contar da data da presente publicação
DOCUMENTO ÚNICO
«TERRAS DE CISTER»
PGI-PT-02351
Data de apresentação do pedido: 2.3.2017
1. Nome a registar
Terras de Cister
2. Tipo de indicação geográfica
IGP – Indicação Geográfica Protegida
3. Categoria de produtos vitivinícolas
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1. |
Vinho |
4. Descrição do(s) vinho(s)
Vinhos brancos, rosados e tintos
Branco
Cor citrina de média intensidade. Aroma discreto e mineral com típico domínio de fruta cítrica e branca. Presença de notas vegetais e químicas, em equilíbrio com leve fruta tropical e de caroço. Boca de alongamento e corpo médios, com notas ácidas alinhadas com o álcool e a perceção doce.
São vinhos de elevada acidez natural, aroma intenso e caráter citrino, brilhante e fresco.
Rosado
De aspeto límpido a brilhante e cor rosada. Os aromas são fruta fresca, framboesa e frutos vermelhos. No geral, são persistentes, frescos e com acidez alta e vibrante.
Tinto
Cor rubi-clara, com tonalidade avermelhada vinosa. Aroma médio com equilíbrio de notas vegetais, de frutos vermelhos e de caroço maduros, assim como madeira e especiaria. Boca média de corpo e alongamento, adstringência e secura tátil com leve destaque. São vinhos leves, suaves, com boa frescura.
As restantes características analíticas respeitam os limites da regulamentação em vigor.
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Características analíticas gerais |
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Título alcoométrico total máximo (% vol.) |
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Título alcoométrico adquirido mínimo (% vol.) |
10,0 |
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Acidez total mínima |
em miliequivalentes por litro |
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Acidez volátil máxima (miliequivalentes por litro) |
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Teor máximo de dióxido de enxofre total (miligramas por litro) |
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5. Práticas de vinificação
a. Práticas enológicas essenciais
1. Vinhos brancos, rosados e tintos
Práticas culturais
As práticas culturais utilizadas nas vinhas que se destinam à produção dos vinhos com direito a IGP «Terras de Cister» devem ser as tradicionais na região, ou as recomendadas pela entidade certificadora.
As vinhas destinadas à produção dos vinhos com direito a IGP «Terras de Cister» são estremes, em forma baixa, em taça ou cordão e instaladas em solos dos seguintes tipos:
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solos litólicos húmicos de xistos e granitos; |
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solos mediterrânicos pardos e vermelhos de xistos; |
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solos litólicos não húmicos de granitos e de migmatitos; |
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solos de transição e solos mediterrânicos pardos ou vermelhos de xistos metamorfizados ou gneisses, apresentando no geral elevada acidez. |
2. Vinhos brancos, rosados e tintos
Restrição aplicável à vinificação
Os mostos destinados à produção de vinhos com IGP «Terras de Cister» devem apresentar um título alcoométrico volúmico natural igual ou superior a 9,0 (%vol.).
b. Rendimentos máximos
Vinhos brancos, rosados e tintos
120 hectolitros por hectare
6. Área geográfica delimitada
A área geográfica de produção da IGP «Terras de Cister» abrange, do distrito de Viseu, os municípios (ou parte de municípios), conforme se descreve:
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Armamar: União das Freguesias de Aricera e Goujoim, Coura e Tões da freguesia de Armamar, União das Freguesias de São Romão e Santiago, Cimbres, Queimada, Queimadela, Santa Cruz, São Cosmado, São Martinho das Chãs, e a parte da freguesia de Aldeias que não pertence à Região Demarcada do Douro; |
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Lamego: freguesias de Avões, União das freguesias de Bigorne, Magueija e Pretarouca, Britiande, União das freguesias de Cepões, Meijinhos e Melcões, Ferreirim, Lalim, Lazarim, Penude, Vila Nova de Souto d’El-Rei e a parte da freguesia de Várzea de Abrunhais que não pertence à Região Demarcada do Douro; |
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Moimenta da Beira; |
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Penedono; |
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São João da Pesqueira: a freguesia de Pereiros, da União das Freguesias de Vilarouco e Pereiros e Riodades; |
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Sernancelhe; |
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Tabuaço: freguesias de Arcos, Chavães, Granja do Tedo, Longa, a freguesia de Paradela da União das Freguesias de Paradela e Granjinha, a União das Freguesias de Pinheiros e Vale de Figueira e a parte da freguesia de Sendim que não pertence à Região Demarcada do Douro; |
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Tarouca. |
7. Principais castas de uva de vinho
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Alfrocheiro – tinta-bastardinha |
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Alicante-bouschet |
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Alicante-branco |
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Alvar |
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Alvar-roxo |
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Alvarelhão – brancelho |
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Alvarinho |
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Amaral |
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Aragonez – tinta-roriz; tempranillo |
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Arinto – pedernã |
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Arinto-do-interior |
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Assaraky |
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Azal |
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Baga |
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Barcelo |
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Bastardo – graciosa |
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Bical – borrado-das-moscas |
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Cabernet-franc |
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Cabernet-sauvignon |
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Camarate |
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Campanário |
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Castelão – joão-de-santarém(1); periquita |
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Cerceal-branco |
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Chardonnay |
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Cidreiro |
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Coração-de-galo |
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Cornifesto |
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Códega-do-larinho |
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Encruzado |
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Fernão-pires – maria-gomes |
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Folgasão – terrantez |
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Folgasão – roxo |
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Folha-de-figueira – dona-branca |
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Fonte – cal |
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Gewurztraminer |
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Gouveio |
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Grand-noir |
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Jaen – mencia |
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Jampal |
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Loureiro |
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Luzidio |
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Malvasia-Fina – boal; bual |
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Malvasia-fina-roxa |
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Malvasia-preta |
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Malvasia-rei |
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Marufo – mourisco-roxo |
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Merlot |
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Monvedro |
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Moreto |
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Pilongo |
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Pinot-blanc |
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Pinot-gris – pinot-grigio |
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Pinot-noir |
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Português-azul – blauer-portugieser |
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Rabo-de-ovelha |
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Riesling |
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Rufete – tinta-pinheira |
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Sauvignon – sauvignon-blanc |
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Semillon |
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Sercial – esgana-cão |
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Sercialinho |
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Syrah – shiraz |
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Síria – roupeiro, códega |
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Tamarez – molinha |
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Terrantez |
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Tinta – barroca |
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Tinta – carvalha |
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Tinta-francisca |
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Tinta-negra – molar, saborinho |
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Tintem |
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Tinto-cão |
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Touriga-franca |
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Touriga-fêmea |
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Touriga-nacional |
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Trincadeira – tinta-amarela, trincadeira-preta |
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Tália – ugni-blanc; trebbiano-toscano |
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Uva-cão |
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Verdelho |
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Verdial-branco |
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Vinhão – sousão |
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Viosinho |
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Vital |
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Água-santa |
8. Descrição da(s) relação(ões)
Vinhos brancos, rosados e tintos
Elementos relativos à área geográfica que sejam importantes para a ligação
Fatores naturais
Situada no nordeste de Portugal, rodeada por um conjunto de serras que a protege das influências exteriores, entre a Serra de Santa Helena (1 102 m), o Monte Raso (851 m) e a Serra da Nave-Leomil (1 015 m).
Este triângulo montanhoso confere à região características mesológicas e climáticas particulares, constituindo uma barreira natural às massas de ar húmidas do litoral e aos ventos agrestes continentais.
Outro traço fundamental que define a paisagem e delimita geográfica e naturalmente a região são os dois principais rios: o Távora e o Varosa
O clima, muito marcado pelas características orográficas da região, é predominantemente um clima temperado continental, Os verões são bastantes quentes e secos, com elevadas amplitudes térmicas. Os invernos são frios e prolongados com muita geada, por vezes tardia.
A precipitação é moderada, chovendo mais nos meses de inverno, havendo um défice hídrico nos meses mais quentes do verão. A humidade relativa apresenta-se um pouco elevada com nevoeiros provenientes do vale do rio Távora.
Os solos são essencialmente graníticos, areno-argilosos, leves, com reduzida capacidade para a retenção de água, baixos teores em matéria orgânica e altos teores de potássio e fósforo, apresentando em geral elevada acidez.
Fatores humanos
A história de produção de vinhos nesta região está estritamente ligada não só às características da sua geografia, mas também com a instalação dos Monges de Cister na região no séc. XII. Os monges construíram mosteiros e igrejas e plantaram as primeiras vinhas na região que hoje se designa por «Terras de Cister».
As castas contribuem igualmente para a especificidade dos produtos vínicos com direito a esta indicação geográfica em conjugação com outros fatores naturais e humanos. Para além das muitas castas autóctones que imprimem um forte caráter regional, existem na região outras castas de introdução relativamente recente, perfeitamente adaptadas à geografia e às condicionantes da paisagem, de valor reconhecido que reforçam a importância vitivinícola da região.
Características específicas dos vinhos associadas à área geográfica
São vinhos frescos, em que as notas ácidas se encontram equilibradas com o álcool e a perceção doce.
De aromas e estrutura delicados, caracterizam-se por uma elevada acidez natural, mineralidade e baixo teor alcoólico, evidenciando ainda uma boa expressão aromática das castas.
Os vinhos brancos e rosados denotam frescura e acidez relevante e equilibrada.
Os vinhos tintos são leves, suaves e com boa frescura.
Nexo de casualidade
A proteção conferida pelas características orográficas que dominam a paisagem é elemento caracterizador da área geográfica e influencia o clima. Este, por sua vez, tem implicação no desempenho vitícola e na maturação das uvas, com influência direta na qualidade dos vinhos. Esta influência revela-se muito na suavidade e expressão aromática dos vinhos.
Os verões quentes resultam em boas condições para a completa maturação das uvas, com reflexo na componente aromática dos vinhos. Por sua vez, as amplitudes térmicas diárias no verão permitem um correto equilíbrio entre o desenvolvimento dos açúcares e o nível de acidez nas uvas, que se reflete de igual forma no equilíbrio dos vinhos obtidos.
Os solos, predominantemente graníticos e de natureza ácida, bem como o baixo índice de matéria orgânica, conferem aos vinhos uma componente mineral e são fatores decisivos para a sua característica acidez natural elevada.
A orografia da região conduz ainda à prática de uma viticultura de montanha, a que se associam práticas culturais tradicionais, criando condições para a produção de vinhos de características específicas, marcados por uma elevada acidez natural, frescura, caráter e estrutura.
Por outro lado, as castas aptas à produção dos vinhos na região, perfeitamente adaptadas ao clima, constituem um elemento determinante das características qualitativas dos vinhos, com destaque para as suas características aromáticas.
9. Outras condições essenciais
Vinhos brancos, rosados e tintos
Quadro jurídico:
Legislação nacional
Tipo de condição adicional:
Derrogação relativa à produção na área geográfica delimitada
Descrição da condição:
É permitida a elaboração de vinhos com IGP «Terras de Cister» a partir de uvas produzidas na área da região e vinificadas fora dela, mediante autorização, caso a caso, da entidade certificadora, desde que o local de vinificação esteja situado a uma distância não superior a 15 km em relação ao limite da IGP «Terras de Cister» e haja parecer favorável da entidade certificadora da região vitivinícola limítrofe envolvida onde as uvas vão ser vinificadas.
Vinhos brancos, rosados e tintos
Quadro jurídico:
Legislação nacional
Tipo de condição adicional:
Disposições adicionais relativas à rotulagem
Descrição da condição:
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Aprovação prévia da rotulagem: os rótulos dos produtos IGP «Terras de Cister» são submetidos previamente à aprovação da entidade certificadora. |
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Marca obrigatória registada no INPI, mas não exclusiva para a IGP. |
Hiperligação para o caderno de especificações
https://www.ivv.gov.pt/np4/8616.html