RELATÓRIO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E AO CONSELHO sobre os progressos realizados pela Roménia no âmbito do mecanismo de cooperação e de verificação /* COM/2014/037 final */
1. INTRODUÇÃO Em julho de
2012, a Comissão Europeia elaborou um relatório sobre uma avaliação global dos
progressos realizados pela Roménia, cinco anos após a criação do Mecanismo de
Cooperação e de Verificação (MCV)[1]. O
relatório assinalou que muitas das traves-mestras necessárias estavam
implantadas e que o MCV dera um importante contributo para a reforma na
Roménia. O enfoque passou a estar na execução de reformas. O relatório, a sua
metodologia e conclusões foram também aprovados nas conclusões do Conselho de
Ministros[2]. No relatório
foram igualmente incluídos os acontecimentos de julho de 2012 na Roménia, que
suscitam questões específicas sobre o Estado de direito e a independência do
poder judicial na Roménia. A Comissão consagrou um relatório intercalar a estas
questões em janeiro de 2013[3].
O relatório concluiu que a Roménia tinha dado execução a diversas, mas não à
totalidade das recomendações da Comissão sobre estas questões. O relatório
salientou igualmente a necessidade de acelerar os progressos em relação às
recomendações da Comissão sobre a reforma do sistema judicial, a integridade e
a luta contra a corrupção. O presente
relatório avalia os progressos realizados pela Roménia desde esses relatórios
nos dois principais domínios MCV da reforma judicial e do combate à corrupção.
O historial do MCV demonstrou até agora que os avanços não são simples, de tal
forma que os progressos num domínio podem ser limitados ou anulados pelos
reveses noutro domínio. Em dezembro de 2013, as decisões no Parlamento serviram
como um aviso de que os princípios e objetivos fundamentais da reforma são
ainda objeto de contestação — foi necessária a intervenção do Tribunal
Constitucional para reiterar esses princípios. Tal facto torna particularmente
difícil avaliar a sustentabilidade das reformas e apreciar o grau de dinamismo
a nível interno necessário para garantir uma tendência positiva geral. É de salientar
que as circunstâncias difíceis de 2012 não comprometeram a determinação de
muitas instituições e pessoas singulares da Roménia em prosseguirem os seus
esforços para consolidar os progressos. A Comissão considera que o processo de
acompanhamento do MCV, as oportunidades proporcionadas pelos fundos da UE e o
empenhamento construtivo da Comissão e de muitos Estados-Membros continuam a
ser um valioso apoio à reforma na Roménia. O próximo relatório será apresentado
dentro de um ano, aproximadamente.
2. PONTO
DA SITUAÇÃO EM RELAÇÃO AO PROCESSO DE REFORMA NA ROMÉNIA
2.1 O sistema judicial A independência
do sistema judicial e o Estado de direito constituíram um tema específico do
relatório de julho de 2012 e do seu seguimento de janeiro de 2013[4]. Têm
sido também questões permanentes no debate nacional romeno, com uma maior
ênfase colocada pelas instituições judiciais sobre este aspeto do seu trabalho,
o que pode ter influenciado o nível de confiança nas instituições judiciais na
Roménia[5].
Independência do
sistema judicial e Estado de direito A ordem
constitucional Embora não
fazendo estritamente parte do poder judicial, a Constituição e o Tribunal
Constitucional estão no cerne do Estado de direito. O desafio à autoridade do
Tribunal Constitucional no verão de 2012 não foi repetida, e este tem, pelo
contrário, consolidado o seu papel como um árbitro importante. Este tribunal
continuará a desempenhar um papel fundamental na defesa de princípios
fundamentais como a separação de poderes, incluindo qualquer futuro debate
sobre uma alteração constitucional. Prevendo-se que
o debate constitucional voltará a ocorrer este ano, será importante assegurar
que o Conselho Superior da Magistratura (CSM) tenha a oportunidade de
apresentar as suas observações sobre todos os domínios relevantes para o
sistema judicial. Em especial, será necessário excluir alterações que aumentam
a oportunidade de os políticos influenciarem a liderança do sistema judicial ou
desafiar a independência ou a autoridade judicial. Por esta razão, o
compromisso do governo para consultar em particular a Comissão de Veneza é um
sinal importante do empenhamento da Roménia de basear as futuras alterações
constitucionais nas normas europeias. As autoridades romenas tornaram também
clara a sua intenção de manter informada a Comissão Europeia. Pressão sobre a
independência judicial No verão e no
outono de 2012, a Comissão recebeu um grande número de declarações das
instituições judiciais sobre as críticas diretas dos responsáveis políticos e
ataques dos meios de comunicação social com motivações políticas a juízes,
magistrados do Ministério Público e membros das suas famílias, bem como a
instituições judiciais e do Ministério Público[6]. O número e
força desses ataques parecem ter diminuído desde 2012, mas há exemplos de que
continuam a verificar-se. Estes incluem casos em que as instituições judiciais
e os magistrados foram diretamente criticados na sequência de decisões
judiciais sobre importantes personalidades políticas. Esta situação
contrasta com a prática em muitos outros Estados-Membros, em que o respeito
pelo princípio da separação dos poderes e da independência judicial, através de
normas ou convenções, limita a medida em que os políticos emitem observações
sobre decisões judiciais. O CSM é o
principal defensor da independência da justiça e cumpriu a sua missão de forma
sistemática e profissional, o que ajudou a que a questão tenha sido tomada mais
seriamente pelos cidadãos e pelos responsáveis políticos. Este aspeto
revelou-se uma parte cada vez mais importante da missão do CSM, podendo um
procedimento claro e publicamente acessível sobre a forma de o CSM reagir nestes
casos ajudar a consolidar este papel. O CSM pode igualmente analisar outras
formas de mostrar apoio institucional à aplicação na prática da independência
judicial, apoiando os magistrados individualmente em tais circunstâncias[7]. O Ministro da
Justiça lançou igualmente uma iniciativa útil para estabelecer um diálogo entre
os meios de comunicação social e os magistrados. Uma melhor compreensão mútua e
uma abordagem profissional à gestão dos meios de comunicação social nas
instituições judiciais podem contribuir para melhorar as relações entre estes.
Mas mantém-se o caso de que será difícil realizar progressos neste domínio se
continuarem as críticas sobre magistrados e decisões judiciais. Respeito das
decisões judiciais Esta matéria
está relacionada com um aspeto importante da separação dos poderes e do Estado
de direito, o respeito das decisões judiciais. Tal respeito manifesta-se a
diferentes níveis. A não execução de decisões judiciais ou os processos em que
a administração pública se opõe injustificadamente a uma decisão judicial
constitui um desafio ao caráter vinculativo das decisões judiciais. Este problema
afeta os órgãos mais elevados do Estado. Desde julho de 2012, o sistema
judicial teve de recorrer, por mais de uma vez, ao Tribunal Constitucional pela
falta de vontade do Parlamento de cessar mandatos na sequência de decisões
judiciais definitivas de incompatibilidade de um deputado. A mais recente
decisão do Tribunal Constitucional sobre esta questão data de novembro de 2013;
contudo o Senado ainda não tomou qualquer medida. Nomeações de
alto nível As nomeações a
nível do sistema judicial são uma das formas mais claras de demonstrar a
independência dos magistrados judiciais e do Ministério Público. O processo do
MCV sublinhou a importância de adotar procedimentos claros, objetivos e
ponderados para proceder a tais nomeações[8]: nomeações
não motivadas politicamente de pessoas com um elevado grau de profissionalismo
e integridade são essenciais para a confiança do público no sistema judicial. O historial do
ano tem resultados mistos[9].
No caso da liderança do Supremo Tribunal, não existem sinais de interferência
no processo. A situação é mais difícil no caso do Ministério Público, em que o
processo de nomeação lançado em setembro de 2012 registou fortes influências
políticas que subsequentes alterações no processo não evitaram. Tal pode ter
desencorajado alguns elementos a candidatarem-se. A proposta final de
candidatos incluía algumas individualidades com registos no domínio da luta
contra a corrupção. No entanto, os resultados globais não foram o resultado de
um processo transparente concebido para permitir o exame das qualidades dos
candidatos e uma verdadeira concorrência. A Comissão lamentou a decisão de não
se seguir um procedimento sólido, observando que tal impôs sobre os nomeados o
ónus de demonstrar o seu empenho na prossecução do trabalho dessas instituições
na luta contra a corrupção. No outono de
2013, surgiu outra questão difícil com as nomeações de responsáveis e adjuntos
das secções da Direção Nacional Anticorrupção (DNA). Mais uma vez, as
nomeações temporárias para lugares interinos foram abruptamente interrompidos,
tendo sido efetuadas nomeações pelo Ministro da Justiça que não seguiram
totalmente o procedimento de consulta do Chefe da DNA. Devido às críticas
formuladas pelo público e pelo CSM, foi realizado um segundo processo mais
consensual em conformidade com as regras, de que resultou um conjunto diferente
de nomeações permanentes. Em razão do calendário, suscitaram-se igualmente
preocupações a nível da população para denunciar uma eventual ligação com
decisões da DNA sobre individualidades políticas, paralelamente às críticas
públicas vindas da classe política contra magistrados do Ministério Público[10]. Quadro jurídico Os novos códigos jurídicos Os relatórios
sucessivos do MCV seguiram o processo de desenvolvimento dos novos códigos
jurídicos na Roménia. Em julho de 2012, o relatório MCV sublinha que esse
processo representou uma modernização substancial do quadro jurídico da Roménia.
Embora a implementação não tenha sido fácil, em especial quando tiveram de ser
mantidos sistemas paralelos, existe um sentimento crescente de que as
principais instituições judiciais têm trabalhado juntamente com o Ministério da
Justiça para facilitar a transição. Pensa-se que os preparativos para a entrada
em vigor do novo Código Penal têm beneficiado da experiência do passado[11].
O Ministério da Justiça obteve igualmente um orçamento e lugares adicionais
para apoiar a implementação dos novos códigos. Foi útil estabelecer prazos
ligeiramente mais longos, mas realistas, para o processo. O novo Código de
Processo Penal, a implementar a partir de fevereiro, é uma empresa de grande
envergadura: todas as disposições são diretamente aplicáveis e o código introduz
duas novas instituições, o «juiz dos direitos e liberdades» e o «juiz da câmara
preliminar». É, por conseguinte, particularmente importante que os problemas
sejam previstos e resolvidos, sempre que possível. O acompanhamento regular do
efeito real e a aplicação das novas disposições serão importantes uma vez que
os novos códigos entrem em vigor. Outra
dificuldade é a instabilidade dos novos códigos alguns meses antes da sua
entrada em vigor. Foram identificados vários problemas de ordem jurídica, que poderão
implicar alterações dos códigos ou da legislação de aplicação do Código do
Processo Penal ainda por adotar e antes da entrada em vigor[12]. Além
disso, em dezembro, o Parlamento romeno votou uma série de alterações
controversas ao Código Penal, que foram declaradas inconstitucionais pelo
Tribunal Constitucional (ver infra). Coerência da jurisprudência A introdução dos
códigos é também uma importante oportunidade para abordar a questão da
coerência da jurisprudência. A incoerência e falta de previsibilidade na
jurisprudência dos tribunais ou na interpretação da legislação continua a ser
uma das principais preocupações para a comunidade empresarial e para a
sociedade em geral. O Supremo
Tribunal de Cassação e Justiça (STCJ) tomou uma série de medidas úteis para dar
resposta a esta questão. Os novos códigos do processo centram as
segundas instâncias no seu objetivo primário de cassação e reforçam o papel do
Supremo Tribunal de Justiça na melhoria da coerência. O processo de reenvio a
título prejudicial permitirá recorrer ao Supremo Tribunal para que tome uma
decisão interpretativa vinculativa tanto para o tribunal em causa como para os
processos futuros. O Supremo Tribunal e o CSM adotaram medidas importantes no
que respeita à formação e publicação de decisões judiciais fundamentadas,
permitindo, nomeadamente, aos juízes e funcionários judiciais
aceder a todas as decisões judiciais de todos os outros tribunais do país. O
próximo passo deverá ser o de garantir que todas as decisões judiciais sejam
acessíveis às profissões jurídicas e ao público em geral[13]. O funcionamento
normal do sistema é, no entanto, entravado pela resistência de alguns
quadrantes em seguir a jurisprudência ou a orientação de tribunais superiores. A
incerteza subsequente compromete a confiança no sistema judicial, criando
ineficiência e frustração para os operadores económicos e os cidadãos. Os
presidentes dos tribunais poderiam fazer mais para convencer os seus colegas da
importância da coerência, em especial, para contestar as decisões que parecem
divergir em relação à prática do Supremo Tribunal. Pela sua parte, o Supremo
Tribunal tem de eliminar os casos em que as suas próprias decisões parecem
incoerentes. Uma fonte de
dificuldades adicional na aplicação uniforme da legislação diz respeito à
qualidade e à estabilidade do quadro legislativo. O elevado número de decretos
de urgência e de procedimentos parlamentares que não respeitem um mínimo de
transparência impedem frequentemente uma avaliação, consulta e
preparação adequadas, mesmo quando a urgência não é clara. Tal
facto é fonte de confusão e erros na aplicação de lei por parte dos juízes,
magistrados do Ministério Público, juristas, empresas, administrações e
cidadãos e aumenta o risco de lacunas que podem ser utilizadas para interpretar
a lei de forma divergente. Reforma estrutural do sistema judicial Estratégia para
o desenvolvimento do sistema judicial (2014-2018) O Ministério da
Justiça tem vindo a trabalhar no sentido de desenvolver uma estratégia para o
desenvolvimento do sistema judicial (2014-2018). A estratégia visa reforçar as
reformas em curso e as instituições judiciais, bem como aumentar a confiança no
sistema judicial. Os objetivos globais — maior eficiência, reforço
institucional, integridade, qualidade, transparência e acesso à justiça — são
coerentes com os trabalhos efetuados nos outros Estados-Membros e a nível
europeu. O
objetivo é vir a adotar a estratégia e o plano de ação que a acompanha em
fevereiro de 2014. Para esta iniciativa, é essencial uma cooperação estreita
entre o Governo e as instituições judiciais, tendo o Ministério conseguido
fazer convergir as posições das instituições envolvidas. O consenso conferirá
maior autoridade à estratégia. Seria igualmente importante associar ao processo
outras profissões jurídicas, como os advogados, os notários e os
oficiais de justiça. Para qualquer
futura reforma do sistema judicial seria importante melhorar a capacidade de
gestão do sistema judicial para uma tomada de decisões mais bem documentadas,
com base na recolha de dados fiáveis sobre o funcionamento do sistema judicial,
na investigação e no planeamento a longo prazo. Outros Estados-Membros
utilizaram também práticas como sondagens entre os utilizadores e inquéritos ao
pessoal, a fim de melhor compreender quais as deficiências do sistema. Gestão da carga
de trabalho e eficiência da justiça A excessiva
carga de trabalho de alguns tribunais e de alguns departamentos do Ministério
Público é reconhecida como um problema persistente, agravado pela incerteza
quanto ao impacto dos códigos. Várias tendências positivas no sistema judicial,
incluindo a especialização, uma melhor utilização dos funcionários judiciais, e
a adoção de medidas a nível das práticas judiciais para prevenir atrasos
abusivos, podem ter um impacto positivo. No entanto, é
também importante analisar a eterna questão[14] do
reequilíbrio dos recursos disponíveis através de uma redefinição do mapa
judicial. Esta mudança iria, porém, exigir uma alteração da legislação e, não
obstante o apoio do Ministério da Justiça, afigura-se que o apoio do Parlamento
continua a ser incerto. Integridade do
sistema judicial O CSM sublinhou
que tenciona aplicar uma política de tolerância zero relativamente aos
problemas de integridade no âmbito do sistema judicial; com a ajuda dos
serviços de inspeção está a desenvolver uma abordagem mais coerente e
exaustiva. Será importante que tal abordagem se reflita igualmente na adoção de
uma abordagem coerente por parte da secção administrativa do Supremo Tribunal.
O número de processos aumentou, aparentemente[15],
mas será necessário um controlo suplementar, a fim de determinar se o efeito
dissuasivo está a funcionar.
2.2 Quadro em matéria de integridade
O quadro em
matéria de integridade é um dos elementos fundamentais do MCV. Baseia-se em instituições
e normas que visam garantir que as expectativas são claras e corretamente
aplicadas. Também se apoia fortemente na aceitação política e cultural de que a
integridade é um importante princípio para funcionários públicos e que as
infrações devem implicar consequências. A Agência
Nacional para a Integridade (ANI) e o Conselho Nacional para a Integridade
(CNI) No ano passado,
a Agência Nacional para a Integridade (ANI) continuou a consolidar os seus
resultados[16].
Existem, no entanto, obstáculos contínuos e diferenças entre os progressos
realizados em matéria de incompatibilidades, de conflitos de interesse e de
riqueza injustificada. Em especial, a ANI e a sua administração têm enfrentado
uma série de ataques, que, frequentemente, pareciam coincidir com processos
instruídos pela ANI contra altos responsáveis políticos. O Conselho Nacional
para a Integridade provou o seu valor enquanto organismo de supervisão capaz de
explicar o mandato da ANI e de intervir em público, se necessário. A ANI afirmou-se
estavelmente como instituição e o governo destinou-lhe mais recursos para
garantir o seu funcionamento eficaz. Tendo em conta a importância das suas
relações com outros organismos governamentais, a ANI celebrou uma série de
acordos de cooperação que regem tais relações, embora com resultados diferentes
entre si. As decisões da ANI são frequentemente impugnadas em tribunal, mas os
dados revelam que, em mais de 80 % dos casos sobre conflitos de
interesses, os tribunais confirmaram as conclusões da ANI. Os tribunais
parecem ter-se familiarizado com o quadro em matéria de integridade. A
jurisprudência não é ainda homogénea, com decisões contraditórias a nível dos
tribunais de recurso, mas também ao nível do Supremo Tribunal de Cassação e
Justiça (STJC), e os processos judiciais sobre incompatibilidade são ainda
longos. O STCJ deve ainda pronunciar-se sobre a possibilidade de impugnar uma
decisão da comissão de investigação sobre o enriquecimento que consiste em não
remeter para tribunal um caso da ANI. A duração do processo de anulação de
contratos assinados em violação das normas sobre os conflitos de interesses e a
escassa eficácia das ações intentadas pela administração pública para perseguir
tais ilícitos reduzem igualmente o poder dissuasor da atividade da ANI, além de
implicar uma perda para as finanças públicas. A decisão de
desenvolver um novo sistema para a verificação ex-ante de conflitos de
interesses no processo de adjudicação de contratos públicos constitui um
complemento significativo para as atividades da ANI[17]. É
claramente desejável que os potenciais conflitos de interesses possam ser
identificados e evitados antecipadamente, antes da assinatura dos contratos. Para
que o sistema funcione, será importante impor uma obrigação jurídica de as
entidades adjudicantes responderem aos problemas identificados pela ANI. É
igualmente necessário inserir uma disposição segundo a qual, se o contrato não
for anulado e a decisão da ANI for confirmada, o funcionário em situação de
conflito de interesses será responsável pelo pagamento de uma percentagem
mínima do custo do contrato. Se for bem sucedida, a abordagem deverá ser
rapidamente alargada dos fundos da UE a todos os procedimentos de adjudicação
de contratos. Seria lógico
tirar as devidas lições da atividade atual da ANI, a fim de aperfeiçoar o seu
quadro jurídico. Um pacote de medidas que está agora a ser discutido com o
governo inclui medidas importantes como a anulação imediata de um contrato
quando é adotada uma decisão definitiva relativa ao conflito de interesses,
mais controlos na fase de nomeação e um acesso mais fácil às declarações de
interesse. A ANI poderia igualmente aproveitar a ocasião para conduzir uma
codificação do quadro jurídico em matéria de integridade, que deve garantir que
qualquer perceção de ambiguidades no atual quadro sejam suprimidas. Contudo, tais
medidas sensíveis sofrem a incerteza provocada pelas tentativas repetidas do
Parlamento de reduzir a eficácia do quadro em matéria de integridade[18], que
incluem, por exemplo, as tentativas do verão de 2013 de alterar as regras sobre
a incompatibilidade dos representantes eleitos a nível local ou as recentes
tentativas de alterar o Código Penal, excluindo categorias completas de pessoas
da aplicação das normas sobre a integridade, nomeadamente as normas sobre os
conflitos de interesses (ver infra). Incluem, além disso, os casos em que o
Parlamento se revelou pouco disposto a executar uma decisão da ANI, mesmo
quando confirmada por uma decisão do tribunal. Consequentemente, uma proposta
do Governo de alteração da lei sobre a ANI deverá reforçar e consolidar a ANI
para demonstrar a vontade política de manter em vigor um quadro jurídico eficaz
em matéria de integridade. Quadro em matéria de
integridade: Parlamento Os anteriores
relatórios do MCV apontaram ainda o risco de as regras parlamentares permitirem
que os deputados se subtraiam à justiça[19].
O relatório do MCV de janeiro observou que o Parlamento adotou, em janeiro de
2013, alterações ao estatuto dos deputados, que modificam os procedimentos de
levantamento da imunidade nos casos de busca, prisão ou detenção de deputados,
bem como no caso de ações contra ex-ministros. As alterações ao estatuto são
consideradas úteis, porque introduzem uma maior clareza sobre a cessação do
mandato por motivos de incompatibilidade e fixam os prazos para o exame por
parte do Parlamento de pedidos de detenção, prisão ou busca de deputados
apresentados pelo Ministério Público. Todavia, o Parlamento não é obrigado a
fundamentar a eventual recusa a que seja intentada uma ação judicial[20]. Estas
disposições só entraram em vigor em julho devido a uma impugnação perante o
Tribunal Constitucional e os regulamentos de execução e um novo código de
conduta[21]
ainda não foram adotados. A eficácia do estatuto terá de ser avaliada ao longo
do tempo. Infelizmente, a prática parlamentar durante o outono de 2013 nem
sempre denota uma vontade dos deputados de procurar adotar novas regras para
conferir novo rigor ao processo[22].
Em especial, como prova das preocupações expressas no relatório de janeiro, o
Parlamento não aplicou uma decisão do Supremo Tribunal que confirmava uma
decisão da ANI[23].
2.3 Luta contra a corrupção de alto nível
Segundo os
anteriores relatórios do MCV e as conclusões do Conselho, as medidas adotadas
pelas instituições responsáveis pela luta contra a corrupção de alto nível
constituem um dos principais instrumentos de que dispõe a Roménia para realizar
os objetivos previstos no MCV. Desde os últimos relatórios da Comissão, tanto a
DNA, a nível do Ministério Público[24],
como o STJC, na fase de julgamento[25],
mantiveram um balanço positivo em circunstâncias difíceis. Tanto em termos de
acusações como de condenações, a aplicação da justiça a individualidades
políticas de alto nível foi uma importante demonstração do alcance da justiça
romena. A prática dos
tribunais melhorou substancialmente, nomeadamente em termos de rapidez das
investigações da DNA e do julgamento[26].
Foi colmatada uma grave lacuna para impedir que um processo seja atrasado pela
demissão de um cargo como o de deputado, e há advogados oficiosos adstritos ao
Supremo Tribunal a fim de evitar que a ausência de um advogado de defesa seja
utilizada para obter um adiamento. A luta contra a
corrupção no âmbito da magistratura[27]
constitui um elemento fundamental para a credibilidade do sistema. Neste
domínio, procurou-se melhorar a coerência e o caráter dissuasor das sanções,
apresentando um projeto de lei que suprima a pensão de reforma especial dos
magistrados em caso de condenação definitiva por crimes intencionais, incluindo
a corrupção[28].
No entanto, a
luta contra a corrupção de alto nível, enfrenta obstáculos significativos.
Apesar das investigações, acusações e condenações em curso, há provas de que a
corrupção não é sempre tratada como um crime grave. No âmbito do sistema
judicial, a elevada percentagem de penas suspensas parece demonstrar a
relutância dos juízes em levar a cabo as decisões de condenação[29] — em
contradição com as diretrizes do Supremo Tribunal em matéria de pronúncia de
sentenças. Outra questão importante a este respeito consistirá em melhorar o
balanço em termos de confisco e de recuperação de bens. Os poderes alargados de
confisco, de modo a permitir o confisco de bens de familiares, foram
introduzidos recentemente e relativamente pouco utilizados[30]. Esta relutância
é confirmada quando os políticos romenos fazem declarações em que manifestam
expressamente solidariedade com pessoas condenadas por corrupção. A aplicação
incoerente das regras relativas aos ministros demissionários dá uma impressão
de subjetividade. Esta situação pode estar também ligada às alterações ao
Código Penal aprovadas pelo Parlamento em dezembro de 2013, sem debate ou
consulta pública prévios. Os organismos judiciais romenos, incluindo o Supremo
Tribunal e o Conselho Superior da Magistratura, expressaram sérias preocupações
quanto a essas alterações, com o fundamento de que estas teriam permitido que
os deputados[31]
se subtraiam à aplicação da legislação em matéria de delitos de corrupção como
o suborno, o tráfico de influências e o abuso de poder. Os dados da DNA indica
que cerca de 28 deputados foram condenados ou estão a ser julgados por
corrupção[32]. Outra das
alterações propostas reduzia consideravelmente o prazo de prescrição. Os
relatórios do MCV formularam frequentemente observações sobre o regime de
prescrição na Roménia[33],
que inclui uma disposição relativamente insólita, segundo a qual a prescrição
termina apenas no momento da sentença definitiva. Outras disposições
importantes incluem a redefinição do conflito de interesses, a fim de subtrair
uma vasta gama de categorias de pessoas à responsabilidade por um crime[34].
Outra proposta de alteração sugerida eliminaria aparentemente todas as
consequências dos crimes de corrupção para as pessoas já condenadas[35]. Estas alterações
provocaram reações da magistratura romena[36]
e da comunidade internacional.[37]
Uma das questões suscitadas foi o facto de, em conformidade com a Convenção da
ONU sobre a Corrupção, as normas sobre a corrupção e sobre o conflito de
interesses deverem aplicar-se a todos os funcionários públicos que desempenham
funções legislativas, executivas, administrativas ou judiciais[38].
O Tribunal Constitucional da Roménia decidiu, em janeiro de 2014, que as
alterações eram inconstitucionais, referindo, em especial, a necessidade de
respeitar as obrigações decorrentes do direito internacional, bem como o
princípio da igualdade perante a lei consagrado na Constituição da Roménia. A
decisão do Tribunal Constitucional foi uma importante demonstração do
funcionamento das garantias constitucionais, mas o facto de que tenham sido
aprovadas alterações em direta contradição com estes princípios fundamentais
levanta perplexidades.
2.4 Luta contra a corrupção a todos os níveis
O MCV exige
igualmente acentuados esforços para resolver os casos de corrupção em todos os
níveis da sociedade romena. As sondagens revelam uma forte e constante
preocupação dos cidadãos pelo caráter difuso da corrupção[39]. Se,
por um lado, o facto de levar a julgamento personalidades importantes acusadas
de corrupção pode ter efeitos positivos em termos de perceção, a luta contra a
corrupção a todos os níveis requer igualmente um empenhamento constante para
reduzir a possibilidade de corrupção e para demonstrar que a descoberta de um
caso de corrupção comporta determinadas consequências. As medidas preventivas e
de gestão são ainda insuficientes[40].
A Estratégia
Nacional Anticorrupção (ENA) é uma iniciativa importante que logrou alargar a
aplicação de um quadro comum a uma ampla variedade de instituições romenas [41], contribuindo
indiscutivelmente para difundir as melhores práticas e para incentivar os
organismos públicos a consagrarem recursos e atenção à luta contra a corrupção[42]. O
passo seguinte consistiria em aplicar regras mais coerentes em domínios como a
avaliação dos riscos e normas de controlo interno. Na ausência de poderes de
execução[43],
todavia, a estratégia depende fortemente da definição de prioridades por parte
dos responsáveis das diferentes instituições. Existem meios para demonstrar o
compromisso de combate à corrupção, tal como a vontade de assinalar infrações a
instituições de luta contra a corrupção: as notáveis diferenças entre os
resultados das várias instituições no que respeita à aplicação destas medidas
revelam uma abordagem pouco coerente. Outra abordagem
importante seria a de assegurar que as novas políticas e legislação sejam já
elaboradas tendo em conta a prevenção da corrupção. Um exemplo seria no âmbito
das iniciativas destinadas a promover a descentralização e a regionalização:
aquando da delegação de decisões financeiras, esta deveria ser acompanhada de
uma avaliação de risco e de medidas para compensar os novos fatores de
vulnerabilidade[44].
Foram
prosseguidos projetos de luta contra a corrupção apoiados por fundos da UE, por
exemplo nos Ministérios da Educação, da Saúde, da Justiça e do Desenvolvimento
Regional, bem como no Agência Nacional da Administração Fiscal, com resultados
interessantes e possíveis exemplos de melhores práticas. A Comissão prevê
basear-se nestas iniciativas para desenvolver projetos específicos para o
próximo período de programação. Para além da
necessidade de reforçar os meios para evitar a corrupção e os conflitos de
interesses em matéria de contratos públicos, a racionalização da legislação e a
garantia de maior estabilidade são consideradas questões fundamentais por parte
de magistrados e dos profissionais que se ocupam de contratos públicos na
Roménia[45].
Várias ONG, empresas e peritos independentes assinalaram a contínua
vulnerabilidade à corrupção dos processos de adjudicação de contratos públicos.
Embora este não seja um problema exclusivo da Roménia, há também a questão da
capacidade administrativa para gerir os processos, em especial a nível local, o
que exige especial atenção, nomeadamente no que diz respeito à prevenção. Um
problema importante será o de reforçar a cooperação entre a ANRMAP e a ANI para
a criação do sistema de verificação ex-ante de conflitos de interesses no
processo de adjudicação de contratos públicos, incluindo a rápida extensão da
abordagem adotada nos concursos com fundos da UE a todos os contratos públicos
na Roménia.
3. CONCLUSÃO E
RECOMENDAÇÕES
Esta avaliação mostra que a Roménia realizou
progressos em muitos domínios desde o anterior relatório MCV. O balanço das
principais instituições judiciais e das instituições responsáveis pela
integridade permaneceu positivo. Está em boa via a introdução das alterações
legislativas necessárias e há muito esperadas, tendo o espírito de colaboração
entre as instituições judiciais e o Ministério da Justiça permitido resolver
mais facilmente questões relacionadas com a gestão. Neste sentido, a situação
beneficiou de um clima político mais calmo desde a primavera de 2013. No entanto, subsistem preocupações quanto à
independência judicial e existem muitos exemplos de resistência às medidas em
matéria de integridade e anticorrupção a diversos níveis políticos e
administrativos. A alteração apressada e não transparente do Código Penal em
dezembro de 2013 suscitou uma preocupação generalizada porque foi considerada
uma séria ameaça ao regime jurídico em matéria de luta contra a corrupção e de
promoção da integridade, ainda que o Tribunal Constitucional tenha feito
funcionar o sistema das garantias constitucionais, declarando-a
inconstitucional. A medida importante relativa às nomeações importantes não deu
resultados homogéneos, com alguns procedimentos aplicados de forma aberta,
transparente e meritocrática, enquanto outros são criticáveis porque sujeitos a
interferências políticas. Esta situação tem consequências quanto à medida em
que o processo de reforma na Roménia pode ser considerado sustentável. A
capacidade de resistência dos principais organismos de luta contra a corrupção
no que diz respeito a uma pressão contínua mostrou que a reforma criou raízes
em setores importantes da sociedade romena. Em contrapartida, a facilidade com
que as pedras angulares da reforma podem ser impugnadas no Parlamento serve
como aviso de que não existe consenso quanto à prossecução dos objetivos da
MCV.
A Comissão convida a Bulgária a tomar medidas nos seguintes
domínios:
Independência judicial
A defesa da
independência do sistema judicial por parte das autoridades supremas deste
sistema deve prosseguir. A integridade e o profissionalismo devem constituir os
principais fatores que orientam procedimentos claros em matéria de nomeações.
Neste domínio a Roménia deve: ·
Assegurar
que o Código de Conduta dos Deputados preveja disposições claras, a fim de que
os deputados e o processo parlamentar respeitem a independência do poder judicial
e, em especial, das decisões judiciais; ·
Proporcionar
as condições necessárias para que o Conselho Superior da Magistratura consolide
os seus trabalhos em matéria de proteção da independência do poder judicial e
no apoio individual a magistrados que se deparem com ataques à independência
judicial; ·
Aproveitar
a oportunidade oferecida pela possível revisão da Constituição para acompanhar
as disposições em vigor sobre a separação de poderes com uma declaração clara
sobre a obrigação de os poderes executivo e legislativo respeitarem a
independência do poder judicial; ·
Intensificar
os esforços em matéria de informação e sensibilização da imprensa e dos
cidadãos sobre o papel e o estatuto do sistema judicial e sobre os processos em
curso.
Reforma judicial
Os progressos
realizados no reforço da coerência da jurisprudência e da prática judicial
devem ser intensificados, incluindo a adoção de medidas para acelerar os
processos judiciais e para aproveitar as novas oportunidades, como o
alargamento do âmbito de aplicação do confisco de bens. Neste domínio a Roménia
deve: ·
Avançar
com maior empenho para enfrentar as questões da carga de trabalho e adotar as
medidas legislativas necessárias para reestruturar o sistema dos tribunais; ·
Dotar
os órgãos de gestão do sistema judicial das necessárias ferramentas de
informação sobre o funcionamento do sistema da justiça (tais como instrumentos
estatísticos, gestão dos processos, sondagens aos utilizadores e inquéritos ao
pessoal) para facilitar a adoção de decisões mais fundamentadas e para
demonstrar os progressos realizados; ·
Assegurar
a publicação eletrónica integral e oportuna e a atualização contínua de todas
as decisões judiciais e respetivas fundamentações; ·
Assegurar
um processo que envolva todas as profissões jurídicas e a administração
pública; ·
Finalizar
a legislação relativa às pensões dos magistrados condenados por um crime; ·
Melhorar
o seguimento das decisões judiciais a todos os níveis, a fim de garantir que
tais decisões e as sanções pecuniárias sejam adequadamente aplicadas. 3. Integridade Os progressos
alcançados a nível de um quadro em matéria de integridade devem ser
consolidados através de uma clarificação do quadro jurídico, de modo a
assegurar que não existam dúvidas sobre a sua aplicação. Neste domínio a
Roménia deve: ·
Assegurar
que não existam exceções à aplicação da legislação em matéria de
incompatibilidades, conflitos de interesse e riqueza injustificada; ·
O
Governo e a ANI devem trabalhar em conjunto para desenvolver e propor
legislação para melhorar o quadro em matéria de integridade; ·
Aplicar
o controlo ex-ante dos contratos públicos por parte da ANI, com vista a alargar
o controlo ex-ante dos fundos da UE a todos os concursos públicos; ·
Garantir
que a aplicação do novo estatuto parlamentar reforce ao máximo a aplicação
automática das decisões judiciais definitivas.
Luta contra a corrupção
A determinação
com que a lei foi aplicada à corrupção de alto nível deve ser mantida e
alargada à pequena corrupção. Neste domínio a Roménia deve: ·
Garantir
que a legislação em matéria de corrupção seja aplicável a todos em condições de
igualdade; ·
Melhorar
a coerência e o caráter dissuasor das sanções aplicadas nos casos de corrupção
em todos os tribunais da Roménia; ·
Intensificar
os esforços tendo em vista a ação penal contra a pequena corrupção; ·
Desenvolver
a Estratégia Nacional Anticorrupção para introduzir valores de referência e
obrigações mais coerentes para a administração pública, tornando públicos os
resultados. [1] COM(2012) 410 final. [2] 24 de setembro de 2012 [3]
COM(2013) 47 final. A sua análise e recomendações foram aprovadas nas
conclusões adotadas pelo Conselho «Assuntos Gerais» em 11 de março de 2013. [4] COM(2012) 410 final e
COM(2013) 47 final. [5] No Eurobarómetro
especial n.º 385 sobre a justiça, a confiança da população da Roménia no
sistema judicial, num valor de 44 %, não estava longe da média da UE
(53 %) e a Roménia ocupou o 17.º lugar da UE- 28 em termos de confiança. [6] COM (2013) 47 final, p.
4. [7] Relatório técnico,
secção 1.1.1. [8] Por
exemplo, o documento COM(2012) 410 final incita a um «processo de nomeação
transparente e objetivo [para as instituições de luta contra a corrupção],
através de concursos abertos com critérios claros, visando assegurar a
liderança mais forte possível e com o objetivo de garantir a continuidade do
funcionamento destas instituições.» Ver também as conclusões do Conselho de
Ministros, mais recentemente, de 13 de março de 2013. [9] Relatório técnico,
secção 1.5. [10] Relatório técnico,
secção 1.5. [11] Relatório técnico,
secção 1.2.2. [12] Relatório
técnico, secção 1.2.2. [13] A secção 1.3.2 do
relatório técnico estabelece as diferentes iniciativas tomadas até à data. [14] Ver, por exemplo,
COM(2012) 410 final, p. 8. [15] Relatório técnico,
secção 1.4.4. Esta secção regista igualmente o grande número de processos
impugnados com êxito perante o Supremo Tribunal, o que compromete a eficácia
das medidas. [16] Relatório técnico,
secção 2.1.3. [17] A secção 2.1.4. do
relatório técnico descreve pormenorizadamente o processo. [18] O documento COM(2012)
410 final, p. 14 apresenta exemplos de anos recentes. [19] Ver,
por exemplo, COM(2012) 410 final, p. 14. [20] O documento COM(2013)
47 final, p. 7, recomenda que sejam «exigidas justificações exaustivas se
o Parlamento não deixar a aplicação da legislação seguir o seu curso.» [21] O Presidente da Câmara
dos Deputados não excluiu a possibilidade que o código de conduta se inspire
nas práticas internacionais e um projeto foi enviado ao Parlamento Europeu em
dezembro de 2013. [22] Relatório técnico,
secção 2.2. [23] Apesar do apoio
explícito do STCJ e do Tribunal Constitucional num processo relativo a um
senador. [24] Em 2013, registou-se um
aumento significativo do número de arguidos enviados a julgamento (1073, no
total). Ver o relatório técnico, secção 3.2.3. [25] Os números comunicados
pelo Supremo Tribunal são comparáveis aos comunicados em 2012. Ver o relatório
técnico, secção 3.1. [26] Dos 205 processos da
DNA em que as decisões definitivas foram proferidas no período de referência, a
maior parte (cerca de 73 %) foi objeto de uma decisão em menos de
4 anos (a maioria deles no prazo de 2 anos). Ver o relatório técnico,
secção 3.1. [27] Alguns casos recentes
foram comunicados pelo STCJ e a DNA. [28] Este projeto de lei foi
aprovado pela Câmara de Deputados, mas está ainda a ser examinado no Senado. [29] Nos casos conduzidos
pela DNA entre 1 de janeiro e 15 de outubro de 2013, 853 arguidos foram
condenados a penas de prisão. Em 22,2 % dos casos (189 sanções) foi ditada
a execução da sentença, enquanto nos restantes 77,8 % (664 sanções) a
execução foi suspensa (suspensão condicional ou suspensão sujeita a
vigilância). Ver o relatório técnico, secção 3.6.1. [30] O Ministério da Justiça
referiu que a Lei de 2012 relativa aos poderes alargados de confisco tinha sido
utilizada pelo Ministério Público entre 1 de janeiro e 1 de setembro de 2013 em
34 casos. Apenas foi adotada uma decisão judicial que envolve o confisco
alargado, estando o processo atualmente em fase de recurso perante o Supremo
Tribunal de Cassação e de Justiça. [31] Bem como o Presidente e
as pessoas que exercem profissões, de advogado, notário e oficial de justiça. [32] Relatório técnico,
secção 3.2.1. [33] O documento COM(2012)
410 final recomendou suspender os prazos de prescrição após o início de uma
investigação judicial. [34] Mais de 100 autarcas e
adjuntos estão atualmente a ser julgados em casos de infrações no âmbito das
competências da DNA. [35] O debate sobre esta
alteração foi adiada. [36] Ver por exemplo o
comunicado de imprensa da DNA: http://www.pna.ro/comunicat.xhtml?id=4510&jftfdi=&jffi=comunicat;
e o STCJ: http://www.scj.ro/sesizari%20CC/Hot%20SU%201%202013.pdf [37] Ver, por exemplo, a
reação da Embaixada dos Estados Unidos na Roménia: http://romania.usembassy.gov/policy/media/pr-12112013.html [38] Ver, por exemplo, o
artigo 4.º, n.º 5, da proposta de Diretiva relativa à luta contra a
fraude lesiva dos interesses financeiros da União através do direito penal,
COM(2012) 363 final de 11.7.2012. Tal está também em conformidade com a
Convenção das Nações Unidas sobre a corrupção, que define funcionário público, para
efeitos da aplicação das normas em matéria de corrupção, como qualquer pessoa
que exerce funções legislativas, executivas, administrativas ou judiciais num
Estado Contratante, tanto nomeado como eleito. [39] Ver Eurobarómetro n.°
374 de fevereiro de 2012, http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/ebs/ebs_374_en.pdf e o Índice de Perceção da
Corrupção - Transparência Internacional - 2013: http://cpi.transparency.org/cpi2013/results/ [40] A título de exemplo, é
de salientar que muitos autarcas se encontravam numa situação de
incompatibilidade, não tendo sido tomada qualquer medida até que a ANI chamou a
atenção para o problema. Por conseguinte, os controlos administrativos
falharam. [41] Por exemplo, quase
80 % das autoridades locais participam agora na Estratégia, tendo nomeado
pessoas de contacto para as atividades relacionadas com a aplicação da ENA. [42] A ENA tem também um
portal que oferece a possibilidade de comunicar dados sobre os indicadores das
medidas preventivas, bem como as autoavaliações das instituições públicas. [43] Para além de uma lista
negra das pessoas que não publicaram os seus relatórios. [44] A lei da descentralização
foi recentemente impugnada com sucesso no Tribunal Constitucional. [45] Por exemplo, a
aprovação de várias alterações no quadro geral da legislação em matéria de
contratos públicos em menos de um ano suscitou uma grande confusão. Além disso,
o aumento dos limites máximos dos processos de adjudicação de contratos
públicos que podem ser efetuados sem o lançamento de um concurso público
aumentam as vulnerabilidades.