10.8.2013 |
PT |
Jornal Oficial da União Europeia |
C 232/17 |
Publicação de um pedido de registo em conformidade com o artigo 50.o, n.o 2, alínea a), do Regulamento (UE) n.o 1151/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho, relativo aos regimes de qualidade dos produtos agrícolas e dos géneros alimentícios
2013/C 232/06
A presente publicação confere direito de oposição ao pedido nos termos do artigo 51.o do Regulamento (UE) n.o 1151/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho (1).
DOCUMENTO ÚNICO
REGULAMENTO (CE) N.o 510/2006 DO CONSELHO
relativo à proteção das indicações geográficas e denominações de origem dos produtos agrícolas e dos géneros alimentícios (2)
«ANGLESEY SEA SALT»/«HALEN MÔN»
N.o CE: UK-PDO-0005-01068-11.12.2012
IGP ( ) DOP ( X )
1. Nome
«Anglesey Sea Salt»/«Halen Môn»
2. Estado-Membro ou país terceiro
Reino Unido
3. Descrição do produto agrícola ou género alimentício
3.1. Tipo de produto
Classe 1.8. |
Outros produtos do anexo I do Tratado (especiarias, etc.) |
3.2. Descrição do produto correspondente à denominação indicada no ponto 1
«Anglesey Sea Salt/Halen Môn» é o nome dado aos flocos de sal extraídos do Estreito de Menai, em Anglesey, no norte do País de Gales. Trata-se de flocos brancos, achatados e macios, que contêm mais de 30 oligoelementos e não contêm aditivos. No momento da sua classificação têm um diâmetro máximo de 2 cm. O teor em minerais faz do «Anglesey Sea Salt/Halen Môn» um produto claramente diferente em termos de aspeto, textura, sabor e sensação na boca. Tem um sabor salgado muito concentrado e uma textura estaladiça decorrente do cálcio e magnésio naturalmente presentes após o processo de lavagem específico, que confere ao «Anglesey Sea Salt/Halen Môn» o seu aspeto branco e sabor puro, sem a amargura que o excesso de cálcio provoca.
As qualidades únicas do «Anglesey Sea Salt/Halen Môn» decorrem da matéria-prima — a água do mar — e do método de cristalização e lavagem do sal. O «Anglesey Sea Salt/Halen Môn» é um sal marinho sem aditivos, que contém de forma natural os seguintes oligoelementos e minerais:
Composição
— |
Cloreto de sódio |
Superior a 90 % em peso |
— |
Água |
Inferior a 4 % |
— |
Chumbo |
Inferior a 2 mg/kg |
— |
Estanho |
Inferior a 200 mg/kg |
— |
Arsénico |
Inferior a 0,5 mg/kg |
— |
Mercúrio |
Inferior a 0,1 mg/kg |
— |
Cádmio |
Inferior a 0,5 mg/kg |
— |
Cobre |
Inferior a 2 mg/kg |
— |
Zinco |
Vestígios |
— |
Magnésio |
Mínimo de 0,2 % |
— |
Iodo |
Inferior a 0,1 mg/kg |
— |
Cálcio |
Entre 0,08 % e 0,15 % |
São produzidos três tipos diferentes de flocos; grosso, fino e moído.
3.3. Matérias-primas (unicamente para os produtos transformados)
—
3.4. Alimentos para animais (unicamente para os produtos de origem animal)
—
3.5. Fases específicas da produção que devem ter lugar na área geográfica identificada
Todos os processos de produção e preparação têm lugar na área identificada, em condições controladas, de modo a garantir um produto final estável, incluindo:
— |
Bombagem e filtragem da água do mar |
— |
Concentração da salmoura |
— |
Cristalização |
— |
Extração dos cristais de sal |
— |
Lavagem. |
3.6. Regras específicas relativas à fatiagem, ralagem, acondicionamento, etc.
—
3.7. Regras específicas relativas à rotulagem
—
4. Delimitação concisa da área geográfica
A Ilha de Anglesey, situada no norte do País de Gales. O estreito de Menai é o braço de água que separa a Ilha de Anglesey do País de Gales continental. O estreito vai de Fort Belan na ponta sudoeste do lado continental (coordenadas SH 115 610440) e de Abermenai no lado de Anglesey (coordenadas SH SH615 443 na carta n.o 115 do serviço de cartografia britânico OS), até à linha entre o molhe que avança sobre os estreitos no ponto de coordenadas 580740 (no lado de Anglesey) e à extremidade do cais de Bangor (lado continental) de coordenadas 582 736. A área está sob a jurisdição de Caernarfon Harbour Trust.
5. Relação com a área geográfica
5.1. Especificidade da área geográfica
Historicamente, os primeiros registos de produção de sal na Ilha de Anglesey remontam à época romana, chegando a um pico no início do século XVIII. Existem vestígios de salinas em Holyhead, no norte de Salt Island («Ilha do Sal», ou «Ynys Halen» em galês), ligada por uma estrada à ilha principal. Salt Island deve o seu nome às salinas, onde se processava a água do mar para fazer sal marinho. A fábrica fechou no século XVIII porque se utilizava sal-gema para «fortalecer a salmoura», o que foi visto como uma adulteração.
O estreito de Menai é influenciado pelas águas da corrente do Golfo e não tem grandes cidades nem zonas industriais pesadas nas suas margens. Acresce que a amplitude extrema das marés, que resulta numa renovação das águas no estreito duas vezes por dia, fornece um conjunto equilibrado de oligoelementos que dinamiza a água do mar diariamente e dá ao «Anglesey Sea Salt/Halen Môn» o seu sabor e aspeto característicos.
A corrente do Golfo vem do Atlântico e banha a costa oeste da Grã-Bretanha. Estas águas costeiras são mais quentes do que as da costa leste, chegando no verão a atingir temperaturas médias de 15 graus à superfície e 12 graus no fundo. A salinidade média da água do mar é de 34,25 a 35 partes por 1 000, embora possa elevar-se a 36 partes por 1 000. A singularidade do produto deve-se em parte à amplitude extrema das marés, superior a 9,5 metros, o que significa uma renovação das águas do estreito duas vezes por dia. Esta maré alta pouco comum, que ocorre duas vezes por dia e acontece quando a corrente do Golfo banha a ilha, contribui para o equilíbrio de oligoelementos e possibilita a formação de uma nova massa de água do mar a cada dia.
Além disso, os bancos de areia e os bancos de bivalves permitem a pré-filtragem da água, e os moluscos extraem o cálcio da água do mar na época de crescimento. A qualidade da matéria-prima tem um impacto direto na qualidade do sal marinho, o que se comprova pelas diferenças sazonais no sabor e na textura do sal.
5.2. Especificidade do produto
As qualidades únicas do «Anglesey Sea Salt/Halen Môn» decorrem da matéria-prima — a água do mar — e do método de cristalização e lavagem do sal.
O «Anglesey Sea Salt/Halen Môn» é um sal marinho sem aditivos, que contém de forma natural os oligoelementos e minerais. O teor em minerais faz do «Anglesey Sea Salt/Halen Môn» um produto claramente diferente em termos de aspeto, textura, sabor e sensação na boca. Os flocos são grandes, crocantes, achatados e não granulados. Têm um sabor salgado muito concentrado e uma textura estaladiça. O processo específico de lavagem confere ao «Anglesey Sea Salt/Halen Môn» o seu aspeto branco e sabor puro, sem a amargura que o excesso de cálcio provoca. A lavagem é levada a cabo utilizando uma salmoura concentrada proveniente das mesmas massas de água locais, tanto para prevenir que os cristais se dissolvam como para garantir um nível correto de minerais, mantendo assim o sabor e o aspeto do sal.
Cada fabricante de sal recebe um «Learning Passport» (passaporte de aprendizagem) que contém uma série de tarefas a cumprir para aprender as competências necessárias a cada parte do processo de produção do sal.
Cada fase do processo é realizada de acordo com procedimentos normalizados de trabalho, que descrevem as ações a realizar e definem as normas de qualidade do sal.
Os fabricantes de sal são ensinados a lavar o sal até obter um cristal de tamanho exato, sabor e aspeto satisfatórios. Isto é conseguido através da formação contínua administrada no local, comparando o produto final com fotografias do sal dispostas na área de extração e prestando atenção ao tamanho e formato do floco de sal que se pretende obter. Os cristais que não cumpram estes padrões são objeto de novo tratamento.
O sabor é medido em comparação com sal não lavado, que é mais duro e amargo do que o produto final, com um delicado equilíbrio mineral.
5.3. Relação causal entre a área geográfica e a qualidade ou características do produto (para as DOP) ou uma determinada qualidade, a reputação ou outras características do produto (para as IGP)
As características do «Anglesey Sea Salt/Halen Môn» baseiam-se nas condições climáticas, na presença das marés e na ausência de indústria ou atividade portuária pesadas.
A amplitude extrema das marés, de mais de 9,5 metros, resulta na renovação das águas no estreito de Menai duas vezes por dia. A invulgar maré alta dupla, que ocorre quando as águas da corrente do Golfo banham a ilha, fornece um conjunto equilibrado de oligoelementos e traz diariamente novas massas de água que é possível explorar. Isto repercute-se no produto final e reflete-se na força e no sabor do «Anglesey Sea Salt/Halen Môn», graças aos quais é necessário utilizar menos quantidade de sal para alcançar o nível de condimentação desejado. O singular equilíbrio de minerais na água do mar afeta também a textura e o sabor. O chefe de cozinha Henry Harris, do restaurante ex-Fifth Floor Harvey Nichols, afirmava que o sal «sabe ao mais limpo dos oceanos».
O «Anglesey Sea salt/Halen Môn» goza de renome e reputação por parte da indústria alimentar, tanto no Reino Unido como no resto do mundo. Enquanto produto de qualidade, é utilizado por muitos chefes de cozinha e gastrónomos conceituados, aparecendo regularmente nas suas ementas. Muitos restaurantes de renome e empresas agroalimentares demonstraram a sua preferência por este sal.
Eis alguns comentários que reconhecem o sabor e a região do «Anglesey Sea Salt/Halen Môn»:
«O “Anglesey Sea Salt/Halen Môn” é insuperável: tem um sabor puro, uma consistência perfeita e uma textura deliciosamente estaladiça.»
Chris Chown
Chefe proprietário, Plas Bodegroes, Pwllheli, Gales
«Utilizo “Anglesey Sea Salt/Halen Môn” porque se adapta à minha filosofia na cozinha; os bons ingredientes não precisam de muito para fazerem boas receitas. O “Anglesey Sea Salt/Halen Môn” melhora cada prato em que entra.»
Jane Milton
Perita da indústria alimentar, blogger e chefe de cozinha
«O “Anglesey Sea Salt/Halen Môn” é extraído com grande cuidado, recorrendo-se a um sistema inovador que preserva todos os oligoelementos e minerais da água fresca e agitada do estreito de Menai. A estrutura mineral complexa do “Anglesey Sea Salt/Halen Môn” estimula as papilas gustativas e confere uma grande vitalidade a todos os alimentos.»
Colin Pressdee
Crítico gastronómico
«Os flocos delicados do “Anglesey Sea Salt/Halen Môn” deixam um delicioso sabor persistente na boca, como a água fresca do mar de Anglesey de onde são extraídos, e conferem uma dimensão profundamente irresistível a cada prato em que é utilizado. É um ingrediente que muda a nossa vida.»
Simon Majumdar
Autor, crítico gastronómico e locutor de rádio.
Referência à publicação do caderno de especificações
[Artigo 5.o, n.o 7, do Regulamento (CE) n.o 510/2006 (3)]
http://archive.defra.gov.uk/foodfarm/food/industry/regional/foodname/products/documents/anglesey-sea-salt-pdo-spec-20120905.pdf
(1) JO L 343 de 14.12.2012, p. 1.
(2) Substituído pelo Regulamento (UE) n.o 1151/2012.
(3) Ver nota de pé-de-página 2.