COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO PLANO DE AÇÃO «EMPREENDEDORISMO 2020» Relançar o espírito empresarial na Europa /* COM/2012/0795 final */
ÍNDICE 1........... O nosso desafio: mais
empreendedores para a Europa.................................................... 3 2........... Eixo de Ação 1 - Desenvolver o ensino
e a formação no domínio do empreendedorismo para apoiar o crescimento e a
criação de empresas............................................................................... 6 2.1........ Novas bases: generalizar e melhorar
a qualidade do ensino do empreendedorismo…....... 6 2.2........ … e novos limites: um ensino
superior no domínio do empreendedorismo........................ 7 3........... Eixo de Ação 2 – Criar um contexto
propício à prosperidade e ao crescimento dos empresários 8 3.1........ Melhorar o acesso ao financiamento................................................................................ 9 3.2........ Apoiar as novas empresas nas fases
cruciais do seu ciclo de vida e ajudá-las a crescer.. 11 3.3........ Explorar as novas oportunidades de
negócio na era digital............................................. 14 3.4........ Facilitar a transmissão de empresas............................................................................... 16 3.5........ Tornar o insucesso num sucesso: uma
segunda oportunidade para casos de falência não fraudulenta 18 3.6........ Encargos regulamentares: regras mais
claras e simples................................................... 20 4........... Eixo de Ação 3 - Utilizar modelos de
empreendedorismo e alcançar grupos específicos 23 4.1........ Novas perceções: os empresários, um
modelo a seguir.................................................. 23 4.2........ Novos horizontes: chegar às
mulheres, aos idosos, aos migrantes, aos desempregados e aos jovens 24 4.2.1..... Mulheres...................................................................................................................... 25 4.2.2..... Idosos.......................................................................................................................... 26 4.2.3..... Empresários migrantes.................................................................................................. 27 4.2.4..... Desempregados, em especial os jovens......................................................................... 28 5........... Conclusões................................................................................................................... 29 Anexo: Plano de Ação «Empreendedorismo 2020» - Relançar o Espírito Empresarial
na Europa. 31 COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO PLANO DE AÇÃO «EMPREENDEDORISMO 2020» Relançar o espírito empresarial na
Europa Desde 2008, a Europa tem sofrido os efeitos da
mais severa crise económica verificada nos últimos 50 anos: pela primeira vez,
existem na Europa mais de 25 milhões de desempregados e, na maioria dos Estados-Membros,
as pequenas e médias empresas (PME) ainda não conseguiram recuperar para os
níveis pré-crise. Anteriormente à atual crise económica e
financeira, a economia europeia enfrentava vários desafios estruturais nos
domínios do emprego e da competitividade e diversos obstáculos ao
empreendedorismo. Muitos persistiram, mas a crise foi também catalisadora de
uma forte mudança e reestruturação. Além disso, a economia mundial
transformou-se na última década. O rápido crescimento da procura e da produção nos
mercados globais pressionou o fornecimento de recursos e energético, alterando
as estruturas de custo das empresas europeias, muitas das quais dependem da
importação desses fornecimentos. A estratégia «Europa 2020» procurou responder
a esta situação, lançando as bases para o futuro crescimento e competitividade,
que deverá ser inteligentes, sustentáveis e inclusivos e ter em conta os
principais desafios societais. Corrigir os problemas do passado e colocar a UE
numa via de desenvolvimento mais sustentável para o futuro é uma
responsabilidade partilhada pelos Estados-Membros e as instituições da UE.
Consciente da estreita interligação das nossas economias, a UE procura agora
remodelar a sua governação económica para garantir respostas políticas mais eficazes
aos desafios atuais e futuros. Para retomar o crescimento e níveis mais
elevados de emprego, a Europa precisa de mais empreendedores. No seguimento da análise da iniciativa «Small Business Act» de abril de
2011 e da comunicação relativa à política industrial adotada em outubro último,
o plano de ação proposto apresenta uma nova visão e um certo número de ações
que importa desenvolver tanto a nível da UE como dos Estados-Membros para
apoiar o empreendedorismo na Europa. Essa visão assenta em três eixos:
desenvolver o ensino e a formação no domínio do empreendedorismo; garantir um
contexto empresarial propício; utilizar modelos de empreendedorismo e alcançar
grupos específicos. 1. O nosso desafio: mais
empreendedores para a Europa O empreendedorismo é um poderoso motor de
crescimento económico e criação de emprego[1]: conduz à
criação de novas empresas e postos de trabalho, abre novos mercados e favorece
o desenvolvimento de novas competências e capacidades. No domínio da indústria,
por exemplo, é especialmente importante para o rápido desenvolvimento dos seis
setores de crescimento emergentes, identificados aquando da atualização da
comunicação da Comissão relativa à política industrial[2]. O empreendedorismo aumenta a competitividade
e a capacidade de inovação das economias e é crucial para a realização dos
objetivos de várias políticas setoriais europeias[3]. Comercializar novas ideias
melhora a produtividade e gera riqueza. Sem os postos de trabalho criados pelas
novas empresas, o crescimento médio líquido do emprego seria negativo[4]. As novas empresas, em
especial as PME, representam a mais importante fonte de criação de emprego:
geram mais de 4 milhões de novos empregos anualmente na Europa[5]. Todavia, o motor desta
recuperação tem dado sinais de fraqueza: desde 2004, a percentagem de
população que prefere uma atividade por conta própria a um emprego assalariado
baixou em 23 dos 27 Estados-Membros da UE[6].
Se há três anos o trabalho não assalariado seria a primeira escolha de
45 % dos europeus, essa percentagem caiu atualmente para 37 %[7]. Pelo contrário, os EUA e a
China registam uma percentagem bastante mais elevada: 51 % e 56 %
respetivamente. Além disso, quando criadas, as novas empresas crescem
mais lentamente[8]
na UE do que nos EUA ou nos países emergentes e apenas um número
inferior consegue integrar o grupo das maiores empresas mundiais[9]. O nível de empreendedorismo e a sua natureza
variam grandemente entre os Estados-Membros, e as razões do fraco entusiasmo
por uma carreira empresarial são, pois, diversas. Certos Estados-Membros com
níveis mais elevados de empreendedorismo são menos eficazes do que outros no
apoio ao crescimento das novas e das pequenas empresas. De um modo geral, os
potenciais empresários europeus estão confrontados com um contexto difícil:
o ensino não garante bases adequadas a uma carreira empresarial, o acesso ao
crédito e aos mercados e a transmissão das empresas são difíceis, existe o
receio de sanções punitivas em caso de insucesso e os encargos administrativos
são excessivos. A Análise Anual do Crescimento de 2013 salientou recentemente a
necessidade de melhorar o contexto empresarial para reforçar a competitividade
das economias da UE. Além disso, as medidas de apoio às PME continuam
desequilibradas, uma vez que um número significativo de Estados-Membros da
UE ainda não considera devidamente as características das pequenas empresas, em
especial das microempresas[10],
seja ao elaborar a sua legislação, seja ao não conceder uma segunda
oportunidade aos empresários honestos em situação de falência[11]. Não só as
condições gerais constituem um desafio, como existe uma cultura generalizada
que não reconhece ou recompensa suficientemente as iniciativas empreendedoras,
nem valoriza os empresários de sucesso, enquanto modelos geradores de emprego e
rendimento. Para que o empreendedorismo se torne o motor de crescimento da
nossa economia, a Europa necessita de uma profunda mudança cultural. No contexto da crise económica atual e do novo
mecanismo de governação económica, a presente comunicação alarga e reforça a
intervenção nos domínios em que, na opinião da Comissão, e no âmbito da análise
do «Small Business Act»[12],
continuam a ser necessárias melhorias aos níveis nacional e europeu. Cada PME é
diferente: a variedade de dimensões, ramos de atividade e formas jurídicas
exige uma atenção devidamente adaptada por parte dos decisores políticos[13]. Este princípio aplica-se
igualmente às profissões liberais e aos empresários em nome individual que
também contribuem de forma significativa para a economia da UE[14]. O princípio «think
small first» deve constituir a pedra angular das políticas nacionais e
europeias. É preciso envidar
esforços para que a atividade empresarial se torne mais atraente para os
europeus. Tal inclui igualmente os empresários sociais cujo potencial é
frequentemente subestimado[15].
Estes empresários criam empregos duradouros e demonstraram ter maior
resistência à crise do que a economia geral. São inovadores, promovem a
inclusão social e contribuem para a realização dos objetivos da estratégia
«Europa 2020». A situação atual
só poderá ser ultrapassada mediante uma ação corajosa e coordenada por parte
de todas as administrações aos níveis europeu, nacional e regional. O presente
plano de ação propõe uma ação conjunta decisiva para libertar o potencial
empreendedor da Europa, eliminar os atuais obstáculos e revolucionar a cultura
do empreendedorismo na Europa. Visa facilitar a criação de novas empresas e
garantir um contexto mais favorável à prosperidade e ao crescimento dos
empresários já existentes. Prevê três
áreas de intervenção imediata: 1.
Desenvolver o ensino e a formação no domínio do empreendedorismo para apoiar o
crescimento e a criação de empresas; 2. Criar
condições gerais propícias aos empresários, eliminando os atuais obstáculos estruturais
existentes e apoiando-os nas fases cruciais do ciclo de vida das empresas; 3. Promover
uma cultura do empreendedorismo/empresarial na Europa e favorecer a emergência
de uma nova geração de empreendedores. 2. Eixo de Ação 1 - Desenvolver o ensino e a formação no domínio do
empreendedorismo para apoiar o crescimento e a criação de empresas 2.1. Novas
bases: generalizar e melhorar a qualidade do ensino do empreendedorismo… Investir no ensino do empreendedorismo
representa um dos investimentos com maiores benefícios que a Europa pode fazer. Vários estudos sugerem que entre 15 % e 20 % dos alunos que
participam num programa «mini-empresa» no ensino secundário criam mais tarde a
sua própria empresa, o que corresponde a um número cerca de três a cinco vezes
superior ao da população em geral[16].
Independentemente de virem a constituir uma empresa de natureza comercial ou
social, os jovens que participam neste tipo de aprendizagem desenvolvem os seus
conhecimentos empresariais e um conjunto de aptidões e atitudes
essenciais, incluindo a criatividade, o espírito de iniciativa, a
tenacidade, o trabalho em equipa, a compreensão dos riscos e o sentido de
responsabilidade. Estas são as bases que ajudam os empresários a transformar
as suas ideias em ações e que aumentam também consideravelmente a
empregabilidade. O empreendedorismo é uma competência essencial
do Quadro Europeu[17]
e um domínio de intervenção no âmbito da recente Comunicação da Comissão
«Repensar a Educação»[18].
O papel do empreendedorismo enquanto instrumento para aumentar os níveis de
empregabilidade também é salientado na Análise Anual do Crescimento de 2013[19]. Alguns Estados-Membros
introduziram com êxito estratégias nacionais de ensino do empreendedorismo ou
tornaram obrigatória a aquisição de competências empreendedoras no quadro dos
currículos nacionais, mas são precisos mais esforços. O ensino deve
aproximar-se da vida real, introduzindo modelos de aprendizagem baseados na
experiência prática e beneficiando da experiência de verdadeiros
empresários. Importa igualmente definir os resultados de
aprendizagem neste domínio para todos os educadores, a fim de possibilitar a
utilização na sala de aula de metodologias eficazes para o ensino do
empreendedorismo. A experiência prática nesta matéria também
pode ser adquirida fora dos programas de ensino. Os jovens devem ser
encorajados a desenvolver competências empreendedoras através de aprendizagens
informais e não formais como o voluntariado. Essa experiência deve igualmente
ser validada e reconhecida, em conformidade com a proposta de recomendação da
Comissão neste domínio[20]. A criação de parcerias com as empresas poderá
assegurar uma maior adequação dos currículos do ensino e formação ao mundo
real. Certas iniciativas como o Fórum VET‑Business[21] e as Alianças de Conhecimentos
Setoriais[22]
possibilitam o envolvimento das empresas. Os estabelecimentos de ensino devem
ser incentivados a valorizar uma abordagem geral mais empreendedora, a fim de
garantir o desenvolvimento e a afirmação de uma cultura do empreendedorismo e
da inovação, no âmbito da sua missão, da liderança, do contributo enquanto
partes interessadas, dos currículos e dos resultados de aprendizagem. 2.2. … e
novos limites: um ensino superior no domínio do empreendedorismo O papel do ensino superior no domínio do
empreendedorismo extravasa largamente a transmissão de conhecimentos,
implicando igualmente a participação em ecossistemas, parcerias e alianças
industriais. Num momento em que as políticas públicas a favor do
empreendedorismo se focalizam cada vez mais nas empresas de alta tecnologia e
de forte crescimento, os estabelecimentos de ensino superior contribuem
ativamente para as políticas de inovação dos Estados-Membros e da UE. O Instituto Europeu de Tecnologia (IET), que
foi pioneiro no reconhecimento da importância fulcral do empreendedorismo para
a inovação a nível da UE, tem ajudado a lançar pontes entre o ensino e a
inovação destinada à indústria. Foram criadas várias «start-ups» no âmbito das
Comunidades do Conhecimento e Inovação («Knowledge and Innovation Communities»,
KIC) do IET. Os programas do IET garantem uma exposição dos estudantes à
excelência científica, proporcionando-lhes simultaneamente a aquisição de
competências empreendedoras, o acesso a serviços ligados à criação de empresas
e a participação em programas de mobilidade. As parcerias podem constituir uma
poderosa plataforma para o desenvolvimento dessas competências nos diferentes
setores, intervindo diretamente na sua transmissão, aplicação e atualização. As universidades
devem valorizar uma abordagem mais empreendedora[23]. Para isso, a Comissão
Europeia, em colaboração com a OCDE, já definiu um conjunto de orientações para
as universidades que promovem o empreendedorismo. Essas orientações pretendem
auxiliar as universidades na sua autoavaliação e melhorar a sua capacidade
através da utilização de módulos de aprendizagem específicos. O acesso às
orientações será alargado gradualmente: Assim, a
Comissão irá: ·
Desenvolver uma iniciativa pan-europeia para a
aquisição de competências empreendedoras, reunindo a perícia europeia e
nacional existente em matéria de análise de impacto, de conhecimentos, de
desenvolvimento de metodologias e de aprendizagem pelos pares entre
profissionais dos Estados-Membros. ·
Reforçar a cooperação com os Estados-Membros a
fim de avaliar a introdução do ensino do empreendedorismo em cada país com base
na experiência real e dar apoio às administrações públicas que desejem aprender
com outras administrações bem-sucedidas neste domínio. ·
Estabelecer, conjuntamente com a OCDE, um
conjunto de orientações que incentivem o desenvolvimento de estabelecimentos de
ensino e de formação promotores do empreendedorismo[24].
·
Promover o reconhecimento e a validação de
competências empreendedoras adquiridas num contexto de aprendizagem não formal
ou informal[25]. ·
Divulgar as orientações universitárias no
domínio do empreendedorismo no início de 2013, facilitar o intercâmbio entre
universidades interessadas em aplicar as orientações e promover gradualmente a
sua aplicação junto dos estabelecimentos de ensino superior da União Europeia; ·
Apoiar os mecanismos eficazes de criação de
empresas baseados nas universidades («spin-offs», etc.) e os novos ecossistemas
entre universidades e empresas centrados nos grandes desafios societais. Os Estados-Membros
são convidados a: ·
Assegurar a integração do empreendedorismo
enquanto competência essencial nos currículos nacionais, incluindo do ensino
básico, secundário, profissional e superior e da educação de adultos, até ao
final de 2015. ·
Oferecer aos jovens a possibilidade de
beneficiarem, pelo menos, de uma experiência prática de caráter empresarial[26], até ao final da escolaridade obrigatória, nomeadamente gerir uma
«mini-empresa» ou ser responsável por um projeto empresarial de uma empresa
comercial ou por um projeto de natureza social. ·
Incentivar a formação no domínio do
empreendedorismo de jovens e adultos no âmbito do sistema educativo, através
dos recursos dos Fundos Estruturais (nomeadamente, o Fundo Social Europeu,
FSE), e em consonância com os planos nacionais de emprego, em especial
enquanto instrumento de uma educação de segunda oportunidade para as pessoas
não integradas nos programas de ensino ou formação ou desempregadas. Explorar plenamente as possibilidades de formação
disponíveis a título do Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural
(FEADER). ·
Promover a utilização de módulos de aprendizagem
no domínio do empreendedorismo para jovens que beneficiem dos mecanismos
nacionais de garantia para a juventude[27]. 3. Eixo de Ação 2 – Criar
um contexto propício à prosperidade e ao crescimento dos empresários As novas empresas requerem uma atenção
específica. Seis áreas principais exigem a introdução de medidas
destinadas a eliminar os obstáculos existentes que entravam a constituição e o
crescimento dessas empresas: ·
O acesso ao financiamento;
·
O apoio concedido aos empresários nas fases
cruciais do ciclo de vida das empresas e do seu crescimento; ·
Explorar as novas oportunidades de negócio na era
digital; ·
A transmissão de empresas;
·
Os procedimentos em caso de falência e a concessão
de uma segunda oportunidade aos empresários honestos; ·
A redução dos encargos regulamentares. 3.1. Melhorar
o acesso ao financiamento Sem um financiamento adequado e sem liquidez,
nenhuma empresa pode funcionar, investir e crescer. Com efeito, o acesso ao
financiamento é uma das alavancas do crescimento das PME[28]. De acordo com uma consulta
pública lançada pela Comissão em julho de 2012, o acesso ao financiamento
constitui uma das mais importantes limitações ao crescimento e ao
empreendedorismo na Europa. As PME têm dependido dos empréstimos bancários,
pelo que as atuais restrições ao crédito resultantes da crise estão a ter um
impacto desproporcionado sobre estas empresas. Acresce que os empresários
têm sobretudo dificuldade em obter financiamento nas fases iniciais da sua
atividade. Em dezembro de 2011, a Comissão Europeia apresentou um plano de
ação com o objetivo de melhorar o acesso das PME[29] ao financiamento e um conjunto
de propostas sobre os fundos de capital de risco e os fundos de
empreendedorismo social[30].
Além disso, as PME foram objeto de atenção especial na diretiva sobre os
instrumentos financeiros[31]
e no âmbito das negociações finais sobre a diretiva relativa aos requisitos de
capital[32].
No entanto, é preciso redobrar esforços aos níveis europeu e nacional no
sentido de ultrapassar as deficiências dos mercados (nomeadamente, explorando
alternativas ao crédito bancário para as PME), complementar o limitado
financiamento privado disponível e assegurar uma maior divulgação da informação
relativa ao financiamento. É igualmente importante reforçar a
qualidade e a rentabilidade dos projetos de empresas em fase de arranque
(«start-ups»). O apoio financeiro à experimentação, à demonstração e à
implementação de novas tecnologias, o reforço das atividades de capital de
risco, os investimentos dos «business angels», os
viveiros de empresas e os empréstimos às PME com elevado potencial são alguns
dos domínios em que é possível agir. Os empresários necessitam de fundos
para comercializar os produtos da investigação e do desenvolvimento e testar
modelos de negócio inovadores. O apoio a estes setores é proposto pela
Comissão no âmbito do futuro programa para a competitividade das empresas e
PME (COSME)[33]
e do programa «Horizon 2020», apoio que será reforçado através dos
Fundos Estruturais europeus[34]. Os agentes da economia social e as empresas
sociais são importantes fatores de criação de emprego e de inovação social. Embora enfrentem problemas similares à maioria
das PME, podem deparar-se com dificuldades adicionais no acesso ao
financiamento, como salientado pela Comissão no futuro Programa da União
Europeia para a Mudança e a Inovação Social e na regulamentação relativa aos
Fundos Estruturais[35]. Uma componente importante de um ecossistema
empreendedor bem-sucedido é o conjunto de investidores que intervêm numa fase
precoce das empresas (investidores em capital de risco «venture capitals» e os
«business angels») e que fornecem o capital de lançamento («seed capital») e
garantem a primeira ronda de investimentos. Estes
investidores recorrem a uma ampla rede de pares e fornecem um conhecimento e
apoio valiosos sobre o mercado e o desenvolvimento dos investimentos em
dinheiro inteligente («smart money»). Estes
investimentos também podem ser estimulados através de incentivos fiscais. Em 2008, a Comissão criou a rede Enterprise
Europe Network, uma parceria com mais de 600 organizações de acolhimento,
incumbida nomeadamente de fornecer às empresas e aos potenciais empresários
todas as informações necessárias sobre o acesso ao financiamento da UE e as
finanças da UE. Até hoje, o acesso a uma informação mais adequada sobre os
apoios da UE continua a ser um dos principais pedidos das empresas. A
Comissão está a trabalhar em conjunto com as partes interessadas no sentido de reforçar
a rede, de forma a torná-la mais ativa e eficaz. Assim, a
Comissão irá: ·
Financiar programas destinados a desenvolver um
mercado de microfinanciamento na Europa, através de iniciativas como o
instrumento de microfinanciamento «Progress» e a ação comum de apoio às
instituições de microfinanciamento (JASMINE), e disponibilizar meios de
microfinanciamento aos Estados-Membros e regiões através do Fundo Social
Europeu e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. ·
Facilitar o acesso direto das PME aos mercados
de capitais através do desenvolvimento de um sistema de bolsa próprio da UE
para transacionar ações e obrigações emitidas pelas PME («mercados de
crescimento das PME»), no contexto da revisão da diretiva relativa aos mercados
de instrumentos financeiros (MiFID). Os
Estados-Membros são convidados a: ·
Avaliar a necessidade de alterar a atual
legislação financeira nacional com o objetivo de facilitar formas novas e
alternativas de financiamento para «start-ups» e PME em geral, nomeadamente no
que diz respeito às plataformas de financiamento coletivo («crowdfunding»), bem
como analisar a necessidade de simplificar a legislação fiscal para estimular o
desenvolvimento de mercados financeiros alternativos, como os investimentos de
«business angels». ·
Utilizar os recursos dos fundos estruturais para
garantir mecanismos de apoio ao microfinanciamento a título das várias
prioridades de investimento do Fundo Social Europeu (FSE) e do Fundo Europeu de
Desenvolvimento Regional (FEDER). ·
Explorar todo o potencial do FEADER para
facilitar o acesso dos empresários ao financiamento, em especial na fase
inicial das atividades agrícolas (por exemplo, a instalação de jovens
agricultores) e nas zonas rurais em geral, incluindo através de instrumentos
financeiros. 3.2. Apoiar
as novas empresas nas fases cruciais do seu ciclo de vida e ajudá-las a crescer Cerca de 50 % das novas empresas
fracassam nos primeiros cinco anos de atividade. Para que os empresários
europeus possam crescer como desejado, deverão ser consagrados mais recursos
para ajudá-los a ultrapassar este período. As empresas carecem
frequentemente de um ecossistema apropriado que lhes permita desenvolver-se. A utilização de serviços de apoio conhecedores
dos mercados pode ser uma ajuda preciosa e aumentar significativamente a taxa
de sucesso das novas empresas. Uma ajuda eficaz implica programas globais que
integrem elementos essenciais como a formação em gestão, o apoio em I&D e a
ligação em rede com os pares e com os potenciais fornecedores e clientes. Os
empresários necessitam cada vez mais de aconselhamento e apoio para poderem
responder à limitação de recursos e à insegurança dos fornecimentos através de
investimentos estratégicos e do desenvolvimento de produtos. Muitas pequenas
empresas estão igualmente sob pressão crescente das empresas que fornecem quer
em termos de cumprimento das novas normas e requisitos de conceção, quer de uma
maior eficiência e reciclagem dos recursos utilizados. A redução dos custos de cumprimento das obrigações
fiscais melhoraria o contexto empresarial, em especial para as pequenas
empresas. Dados os reduzidos recursos e experiência,
os elevados custos de cumprimento que resultam da complexidade da legislação
fiscal e dos procedimentos de declaração têm maior impacto nas pequenas
empresas e nas novas empresas do que nas empresas de maior dimensão. Os
Estados-Membros deverão igualmente considerar a possibilidade de simplificação
dos procedimentos de registo do IVA e criação de um balcão único eletrónico de
registo para facilitar o comércio eletrónico transfronteiriço das pequenas
empresas. A ciência e a investigação oferecem um grande
número de ideias novas para a criação de empresas de sucesso, mas é possível ir
mais longe na utilização pelas empresas dos resultados da investigação. Assim,
deverão ser partilhadas mais informações com as empresas sobre os resultados
dos projetos financiados pelos programas-quadro para a investigação e o
desenvolvimento. As novas empresas são frequentemente vítimas
de práticas comerciais enganosas. Tal pode incluir a prestação de
informações falsas ou enganosas sobre um serviço ou o envio de ofertas que
consistem em faturas sem contrato prévio ou de formulários enganosos
solicitando a atualização das informações fornecidas nos anuários
profissionais. A Comissão publicou uma estratégia[36] contendo uma lista
pormenorizada de ações futuras destinadas a reforçar a proteção das empresas e
tenciona apresentar uma proposta legislativa em 2013. A eliminação dos obstáculos ao Mercado Único
e, dessa forma, a criação de condições equitativas ajudará as pequenas empresas
a desenvolver as suas atividades transfronteiriças.
Tal inclui eliminar a dupla tributação fiscal, bem como as disparidades e
medidas fiscais que constituem obstáculos transfronteiriços ao Mercado Único e
ao investimento estrangeiro na UE. Além disso, na maioria dos países da UE, os
quadros normativos em matéria de segurança social dos trabalhadores não
assalariados divergem substancialmente das normas aplicáveis aos assalariados,
o que cria barreiras adicionais aos empresários. É sobretudo importante apoiar
as novas empresas em caso de transição do desemprego para uma atividade
independente. As disposições que visam facilitar a situação das pessoas que
dependem das prestações sociais (nomeadamente, as prestações de desemprego)
para criarem as suas próprias empresas e tornarem-se economicamente
independentes podem revelar-se úteis (colmatando as lacunas dos sistemas
sociais). Por conseguinte, os Estados-Membros devem analisar a possibilidade de
os trabalhadores independentes beneficiarem de prestações (por exemplo,
prestações de saúde, de reforma, de invalidez, de desemprego em caso de
encerramento/falência, etc.) comparáveis às dos trabalhadores por conta de
outrem, sem reduzir as prestações destes últimos. Para prosperar, os empresários e as PME
necessitam de uma perícia específica e personalizada, que os ajude a
desenvolver vantagens competitivas e a beneficiar de cadeias de valor mundiais
e de uma gestão partilhada dos recursos humanos. Os «clusters» (agrupamentos
de empresas), as redes de empresas e outros tipos de associações de empresas
podem proporcionar um contexto favorável, na medida em que reúnem os
agentes relevantes do mundo empresarial, da educação, da investigação e do
setor público[37]. Entre as PME, algumas empresas, como as empresas
sociais, adotam muitas vezes modelos de negócio específicos que exigem
mecanismos de apoio apropriados. O agrupamento
de PME pode gerar um aumento da competitividade[38]. Por conseguinte, os
Estados-Membros devem considerar a possibilidade de melhorar os seus sistemas
fiscais, de forma a permitir um maior número de agrupamentos deste tipo. Além disso, os empresários podem retirar
benefícios consideráveis do Mercado Único. Contudo, atualmente, o bom
funcionamento deste mercado continua a ser prejudicado por um certo número de
obstáculos. Em 3 de outubro de 2012, a Comissão Europeia publicou o Ato para
o Mercado Único II[39]
com o objetivo de reduzir as barreiras existentes. A implementação efetiva
destas medidas pode promover o empreendedorismo na Europa, em domínios como os
serviços transfronteiriços, o reconhecimento dos diplomas e qualificações e o
direito de estabelecimento. Além disso, devem ser incentivados os intercâmbios
com empresários experientes da UE, nomeadamente no âmbito do programa da
Comissão «Erasmus para Jovens Empresários». Assim, a
Comissão irá: ·
Identificar e promover as boas práticas dos
Estados-Membros, com vista a criar um enquadramento fiscal mais propício ao
empreendedorismo. ·
Apoiar a cooperação entre «clusters» e redes de
empresas; ·
Apoiar a ligação em rede e o intercâmbio de boas
práticas entre organismos responsáveis por iniciativas que visem uma utilização
mais eficiente dos recursos pelas PME; ·
Reforçar a parceria entre a rede Enterprise
Europe Network e as organizações de acolhimento, os balcões únicos e todas as
organizações de apoio às PME, a fim de: i) divulgar informações sobre
iniciativas da UE, fontes de financiamento e apoios à inovação; (ii) incentivar
os Estados-Membros a reforçar as medidas destinadas a aumentar a
disponibilidade de investimento por parte dos empresários e das PME e (iii)
oferecer uma assistência eficaz que ajude as empresas a beneficiar plenamente
do Mercado Único e a aceder aos mercados de países terceiros. ·
Rever as normas que proíbem certas práticas
comerciais enganosas[40], com vista a reforçá-las e a melhorar a aplicação da legislação contra
tais práticas em casos transfronteiriços. ·
Explorar plenamente o potencial do Mercado Único
Eletrónico para as PME, eliminando os atuais obstáculos ao comércio eletrónico
transfronteiriço[41].
·
Prosseguir o desenvolvimento do programa Erasmus
para Jovens Empresários, a fim de satisfazer a crescente procura por parte de
novos empresários de todo o Mercado Único[42]. ·
Incentivar os intercâmbios de jovens empresários
entre a UE e os países terceiros. ·
Ajudar os Estados-Membros a desenvolver
mecanismos integrados de apoio através de seminários sobre o reforço das
capacidades, financiados a título de assistência técnica pelo FSE, destinados
às partes interessadas relevantes, incluindo os prestadores de ensino e
formação, a fim de desenvolver estratégias integradas e definir ações
específicas, nomeadamente para jovens empresários. ·
Continuar a desenvolver o portal Your Europe
Business, com informações sobre o Mercado Único provenientes da Comissão e dos
Estados-Membros. Os
Estados-Membros são convidados a: ·
Assegurar condições nacionais de administração
fiscal mais favoráveis às empresas que iniciam a sua atividade. Reduzir os
custos do cumprimento das obrigações fiscais, simplificando o procedimento de
declaração fiscal e o pagamento dos impostos e alargando a utilização de meios
eletrónicos, nomeadamente acelerando a plena aplicação do Mercado Único
Digital. ·
Promover a coordenação fiscal, de modo a evitar
que as disparidades no tratamento fiscal conduzam a situações de dupla
tributação ou a outras práticas fiscais prejudiciais que impeçam o Mercado
Único, entravando as atividades transfronteiriças das empresas e os investimentos
transfronteiriços em capital de risco. ·
Reavaliar as normas fiscais aplicáveis às
sociedades, tendo em vista o alargamento do prazo de prescrição das perdas e
deduções no imposto sobre o rendimento coletivo. ·
Considerar a aplicação, a partir de 2013, da
opção oferecida às PME de um sistema de contabilidade de caixa para efeitos de
IVA. ·
Adotar as medidas necessárias para apoiar a
comercialização dos projetos de inovação, investigação e desenvolvimento, tendo
em conta os desafios específicos das empresas recentemente criadas. ·
Considerar a possibilidade de os proprietários
de novas empresas poderem solicitar eventuais ajustamentos aos prazos de
pagamento das contribuições sociais, por um período de tempo limitado e com
base na situação específica da empresa e numa sólida fundamentação. ·
Explorar plenamente as novas possibilidades de
apoio do Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER) a «start-ups»
e ao desenvolvimento de programas completos de intercâmbio profissional de
empresários e de visitas a explorações agrícolas, apoiando simultaneamente os
«clusters», as redes de empresas e as atividades de cooperação nos setores da
agricultura, da silvicultura, da transformação agroalimentar e entre empresas
rurais não agrícolas. 3.3. Explorar
as novas oportunidades de negócio na era digital Uma melhor utilização das tecnologias da
informação e da comunicação (TIC) pode contribuir significativamente para o
desenvolvimento das novas empresas. As TIC constituem
a principal fonte de crescimento das economias nacionais e as PME europeias
crescem duas a três vezes mais rapidamente ao utilizar estas tecnologias. Tal
como salientado na Comunicação sobre a Política Industrial[43], «os empresários têm de
explorar todas as possibilidades oferecidas pelo mercado único digital na
UE, que se espera venha a crescer 10 % ao ano até 2016». Baseando-se na Agenda Digital e nas iniciativas
emblemáticas da política industrial, a Comissão ajudará os empresários e as
PME a explorar todos os benefícios das TIC, tanto em termos de oferta
de novos produtos e serviços digitais, como de procura e de
utilização inteligente destas tecnologias. Do lado da oferta, os empresários Web
representam uma categoria específica de empresários geradores de novos serviços
e produtos digitais que utilizam a Internet enquanto componente indispensável.
As «start-ups» Web tendem a crescer e a fracassar mais rapidamente do que as
restantes empresas e a mudar de escala de forma exponencial, o que se traduz em
ganhos mais importantes, mas também em riscos mais elevados. Operam num
ecossistema complexo e em rápida mutação, onde a ligação em rede e a
experimentação são primordiais. A constituição destas «start-ups» é menos
dispendiosa e os obstáculos em termos de acesso ao mercado são reduzidos,
tornando-se este tipo de empresas um atraente veículo para iniciar uma carreira
empresarial. Os empresários Web requerem, por esse motivo, medidas de apoio
ajustadas que reforcem estruturalmente o ecossistema destas «start-ups». Do lado da procura, o investimento em
tecnologias digitais deixou de ser uma opção: atualmente, as empresas só
são competitivas quando acedem ao mundo digital. Isto
representa uma oportunidade e um desafio, em especial para as PME, uma vez que
estão frequentemente menos dotadas para responder à crescente sofisticação dos
novos modelos de negócio. Os empresários digitais são aqueles que
exploram plenamente os produtos e serviços digitais, incluindo a «computação em
nuvem» («cloud computing»), com o objetivo de reinventar os seus modelos de negócio
e melhorar a competitividade[44].
As iniciativas da UE «Smart use of information technologies: the integration of
SMEs in global industrial value chains» e «e‑Skills» ajudarão a promover
a utilização das tecnologias digitais e a conectar as PME ao mundo digital. O potencial do comércio eletrónico no âmbito
das oportunidades oferecidas aos empresários pelo Mercado Único Digital não foi
ainda totalmente explorado. Um conjunto de
ações específicas deverá reforçar a confiança no comércio em linha[45]. Assim, a Comissão
irá: ·
Promover a base de conhecimentos sobre as principais tendências do mercado e os modelos de negócio
inovadores, criando em linha Mecanismos de Monitorização do Mercado e um Painel
de Avaliação, em colaboração com as principais partes interessadas, com vista a
facilitar o diálogo e a definir uma agenda conjunta de ação. ·
Sensibilizar
os empresários e as PME através de uma campanha de informação à escala
europeia, sobre as vantagens dos novos progressos digitais; a campanha
promoverá a divulgação de histórias europeias de sucesso, a organização de
concursos e prémios pan-europeus para sensibilizar os empresários para a
evolução do mundo empresarial e para as novas oportunidades de negócio. ·
Facilitar a criação de redes que despertem e apoiem as novas ideias de negócio, como a criação de
uma Rede Europeia de Tutores para formar, aconselhar e dar orientação
prática sobre a atividade empresarial na era digital, e a realização de
encontros que favoreçam novas parcerias entre as partes interessadas. ·
Lançar ações específicas para os empresários
Web, nomeadamente: i)
criar uma parceria europeia a favor das «start-ups» (Start-up Europe
Partnership), para explorar as possibilidades existentes em matéria de
conhecimentos especializados, tutoria, tecnologias e serviços; ii) criar um
clube Web Entrepreneurs Leaders Club com o objetivo de reunir empresários Web
de projeção mundial e reforçar a cultura do empreendedorismo Web na Europa;
lançar uma rede europeia de aceleradores de empresas Web; iv) trabalhar com os investidores
europeus para intensificar os fluxos de capital de risco e o «crowdfunding» a
favor das «start-ups» Web; e v) apoiar o talento Web estimulando a emergência
de cursos abertos em linha (Massive Online Open Courses)[46] e a criação de plataformas
de tutoria e de reforço das competências. ·
Reforçar as competências e qualificações, intensificando as suas ações no domínio das cibercompetências
para melhorar as competências de liderança eletrónica, as disciplinas
científicas e criativas e as competências de gestão e empreendedoras necessárias
para dar resposta aos novos mercados e tecnologias. Os Estados-Membros
são convidados a: ·
Reforçar o apoio nacional ou regional às
«start-ups» digitais e Web e incentivar formas alternativas de financiamento
para as novas empresas tecnológicas em fase de arranque, como os sistemas de
cupões («voucher schemes») a favor da inovação no domínio das TIC. ·
Promover o acesso dos empresários aos dados
«Open Data» e «Big Data» reunidos através de programas financiados pelo setor público
ou da indústria, como a base de dados culturais Europeana[47]. Apoiar os
mais talentosos empresários, por exemplo, incentivando os diplomados mais
brilhantes a iniciar as suas carreiras numa «start-up». ·
Apoiar a rápida adoção das iniciativas políticas
em curso, como a reforma no domínio da proteção dos dados e a proposta relativa
a um direito europeu comum de compra e venda que reduzirá os obstáculos à
utilização da computação em nuvem na UE. ·
Garantir a melhor utilização possível dos fundos
europeus destinados ao empreendedorismo Web e digital, tendo em conta as normas
aplicáveis e as prioridades. 3.4. Facilitar
a transmissão de empresas Todos os anos, aproximadamente 450 000
empresas com um total de 2 milhões de trabalhadores são objeto de transmissão em
toda a Europa. No entanto, as transmissões podem ser de tal forma difíceis que estão
estimadas perdas de cerca de 150 000 empresas com 600 000 postos de
trabalho por ano[48].
As principais causas desta situação são de natureza regulamentar ou resultam de
encargos fiscais, de uma preparação inadequada, da falta de mercados
transparentes para estas transações e dos longos períodos necessários para o
cumprimento das formalidades. Além disso, a forma jurídica da empresa (empresa
individual) e a sua idade (em especial, as empresas com menos de três anos) são
elementos adicionais de vulnerabilidade. As empresas mais pequenas estão
portanto mais expostas aos efeitos de transmissões mal-sucedidas. Estas empresas são normalmente empresas já
estabelecidas, com os seus produtos, mercados e clientes já estabelecidos, e
apresentam uma maior probabilidade de sobrevivência do que as novas empresas.
Os potenciais empresários devem estar conscientes de que a aquisição de uma
empresa já estabelecida pode ser uma alternativa interessante à criação de uma
nova empresa. As transmissões devem ser facilitadas tanto para o
transmitente como para o adquirente. A transmissão de uma empresa de uma geração
para outra é uma característica própria da empresa familiar e representa o maior
desafio para este tipo de empresa. Tal deve ser entendido enquanto transmissão
da titularidade da empresa, consistindo essa titularidade não num bem líquido,
mas em algo que foi criado e desenvolvido pela família ao longo de gerações,
incluindo os seus valores, as tradições e o saber‑fazer. O âmbito e a
escala de abordagens diversas em matéria de direitos de sucessão e impostos
sobre bens imobiliários na UE demonstram que muito tem ainda de ser feito para
melhorar o quadro normativo aplicável à transmissão de empresas familiares. A questão da
transmissão de empresas foi especificamente abordada no «Small Business Act»[49], na Análise do SBA para a
Europa de 2011[50]
e na Comunicação da Comissão de 2006 «Realizar o programa comunitário de
Lisboa em prol do crescimento e do emprego: Transmissão de Empresas –
Continuidade pela renovação»[51].
Embora alguns países europeus tenham registado
progressos e adotado um quadro normativo mais favorável nesta matéria, mesmo
nesses países ainda existe por vezes um conhecimento insuficiente por parte da
comunidade empresarial e das partes interessadas (associações profissionais,
escritórios de advogados e consultores ao serviço das empresas) acerca das
possibilidades de transmissão e dos preparativos necessários. Dão que os obstáculos à transmissão de
empresas se concentram, largamente, aos níveis local, regional e nacional,
poderá ser extremamente útil comparar as abordagens em toda a Europa, tendo em
vista o intercâmbio de boas práticas e a adoção de medidas nomeadamente
no domínio da informação sobre a transmissão de empresas, as facilidades
financeiras especiais para financiar as transmissões, a mudança de forma
jurídica (p. ex., a criação de sociedades anónimas para facilitar a venda
da empresa) e a transparência dos mercados para a transmissão de
empresas[52].
Assim, a
Comissão irá: ·
Desenvolver orientações sobre os programas mais
eficazes e as melhores práticas, a fim de tornar o processo de transmissão de
empresas mais fácil, incluindo medidas para o aprofundamento e alargamento dos
mercados para as empresas, identificando os programas disponíveis na Europa e
propondo as medidas necessárias para eliminar os eventuais entraves à
transmissão transfronteiriça de empresas. Para o efeito, a Comissão está a
organizar um grupo de trabalho de peritos com representantes dos
Estados-Membros, que em 2013 procederá a um levantamento e a uma análise das
razões das barreiras ainda existentes neste domínio e proporá recomendações e
medidas de apoio tendo em vista a sua eliminação. Os Estados-Membros
são convidados a: ·
Melhorar as disposições jurídicas,
administrativas e fiscais aplicáveis à transmissão de empresas, tendo em conta
a Comunicação da Comissão de 2006 neste domínio e a Comunicação da Comissão de
2011 sobre a eliminação dos obstáculos transfronteiras na UE em matéria de
impostos sobre as sucessões[53]. ·
Utilizar os fundos europeus existentes, de
acordo com as regras aplicáveis e prioridades, para apoiar a transmissão de
pequenas e médias empresas a empresários que pretendam manter as empresas em
atividade. ·
Melhorar os serviços de informação e de
aconselhamento sobre a transmissão de empresas, bem como a recolha de dados e a
monitorização neste domínio. ·
Divulgar eficazmente as plataformas e mercados
de transmissão de empresas e lançar campanhas de informação junto dos
potenciais vendedores e compradores de empresas viáveis. ·
Considerar a possibilidade de rever as normas
fiscais no que diz respeito aos seus efeitos na liquidez de uma pequena ou
média empresa familiar, em caso de uma transmissão de titularidade sem impacto
negativo nas receitas. 3.5. Tornar
o insucesso num sucesso: uma segunda oportunidade para casos de falência não
fraudulenta O insucesso empresarial, como a criação de
empresas, é próprio de um mercado dinâmico e saudável. Os factos mostram que
a grande maioria (96 %) das falências resulta de pagamentos sucessivos em
atraso ou outros problemas objetivos – são, por outras palavras, «falências
honestas», sem fraude por parte do empresário[54].
No entanto, em muitos casos, a legislação em matéria de falência considera a
ação dos empresários fraudulenta, sujeitando-os a complexos procedimentos antes
de se poder proceder à liquidação da empresa. Em alguns Estados-Membros, os
procedimentos podem ser de tal forma morosos que os empresários não arriscam
lançar-se noutro negócio[55].
Em alguns casos, a lei proíbe-lhes mesmo a criação de uma nova empresa durante
grande parte ou toda a sua vida. Mesmo após a liquidação, os empresários que
faliram no passado são estigmatizados e têm dificuldade em obter financiamento
para uma nova empresa. Consequentemente, muitos empresários potenciais desistem
simplesmente e não consideram tentar de novo. Contudo, os estudos revelam que os
empresários que beneficiam de uma segunda oportunidade são mais bem-sucedidos e
resistem mais tempo do que a média das «start‑ups»; crescem também
mais rapidamente e empregam mais trabalhadores[56]. Assim, o insucesso
empresarial não deve representar uma «sentença de morte», proibindo
qualquer atividade empresarial futura, mas constituir uma oportunidade de
aprendizagem e aperfeiçoamento – um ponto de vista já plenamente aceite
como base de progresso na investigação científica. Por conseguinte, qualquer
iniciativa destinada a incentivar a emergência de uma nova geração de empresários
deverá garantir que, em caso de fracasso de uma primeira ideia, os empresários
não serão impedidos de lançar novos projetos comerciais. É, pois, importante
que a legislação em matéria de falência preveja, por um lado, a aplicação de
procedimentos rápidos e eficientes de reclamação e recuperação de créditos para
as empresas credoras, e por outro, procedimentos mais céleres e menos
dispendiosos de encerramento e liquidação das empresas em situação de falência. Em dezembro último, a Comissão adotou uma comunicação
sobre uma nova abordagem europeia da falência e insolvência das empresas[57], a fim de garantir um contexto
mais favorável às empresas, melhorando nomeadamente a eficiência das
legislações nacionais em matéria de insolvência, incluindo em termos de duração
e custos do período de liquidação em caso de falência. Como primeiro passo, a
Comissão adotou simultaneamente uma proposta de modernização do regulamento
relativo aos processos de insolvência[58],
que assegurará o reconhecimento transfronteiriço das empresas recuperadas e
facilitará a reclamação de créditos noutro Estado-Membro. Assim, a
Comissão irá: ·
Lançar uma consulta pública para conhecer a
opinião das partes interessadas sobre as questões identificadas na comunicação
relativa à nova abordagem europeia da falência e insolvência das empresas,
incluindo sobre a possibilidade de conceder aos empresários não fraudulentos
uma segunda oportunidade e de reduzir e harmonizar o período de liquidação. Os
Estados-Membros são convidados a: ·
Quando possível, reduzir o período de liquidação
e de pagamento das dívidas dos empresários não fraudulentos após a falência
para um período máximo de três anos até 2013[59].Oferecer
serviços de apoio às empresas para garantir a sua reestruturação em fase
precoce, prestar aconselhamento para evitar a falência e apoiar as PME em
matéria de reestruturação e relançamento. Fornecer serviços de aconselhamento a
empresários em situação de falência para gerirem a dívida e facilitar a sua
inclusão económica e social, e desenvolver programas de segunda oportunidade
baseados na tutoria, na formação e na ligação em rede das empresas. 3.6. Encargos
regulamentares: regras mais claras e simples Embora os empresários sejam considerados o
«cliente-padrão» para as administrações avaliarem a eficácia dos seus
procedimentos, cerca de três quartos dos europeus
consideram ser demasiado difícil criar as suas próprias empresas devido à
excessiva complexidade administrativa[60].
Um número maior de empresários queixou-se dos encargos regulamentares que recaem
sobre o funcionamento das empresas. Consciente desta dificuldade, a Comissão
apresentou em 2007 um programa de ação com o objetivo de reduzir os encargos
administrativos que resultam da aplicação da legislação da UE em 25 % até
ao final de 2012[61].
Em novembro de 2011, a Comissão adotou o relatório «Minimização da carga
regulamentar que incide sobre as PME - Ajustamento da Regulamentação da UE às
necessidades das microempresas»[62],
que alargou o âmbito dos encargos regulamentares muito além da obrigação de notificação
às autoridades e que introduziu o princípio da inversão do ónus da prova para
qualquer novo encargo regulamentar. Exige, igualmente, à Comissão uma consulta
mais adequada junto das empresas de menor dimensão e a adoção de uma
classificação anual dos progressos alcançados na aplicação das disposições
nesta matéria nos Estados-Membros. A Comissão apresentou propostas que vão
além do objetivo de redução de 25 % inicialmente fixado. Medidas no valor de 30,8 mil milhões de euros em poupança anual para as
empresas foram adotadas pelo legislador da UE, representando 25 % dos
encargos regulamentares, estimados em 123,8 mil milhões de euros. É possível
uma nova redução de 5,5 % nos encargos se as propostas adicionais
apresentadas pela Comissão forem adotadas pelo Parlamento Europeu e pelo
Conselho. Foram obtidas poupanças significativas nos
domínios do direito fiscal (com a passagem à faturação eletrónica) e do
direito das sociedades (com as exceções concedidas às microempresas para certas
disposições em matéria de obrigações de declaração financeira). Por exemplo, a
Diretiva relativa à Faturação[63]
garantiu a igualdade de tratamento entre faturas eletrónicas e em papel, e não
permite aos Estados-Membros impor uma determinada tecnologia para a faturação
eletrónica[64].
Registaram-se, igualmente, progressos na modernização da legislação
aduaneira (reduzindo as obrigações de declaração estatística para as PME) e
numa grande variedade de domínios em todos os Estados-Membros[65]. Reduzir os encargos regulamentares desnecessários
ou excessivos continua a ser uma prioridade na agenda política da Comissão. Para esse efeito, e além das
conferências realizadas nos Estados-Membros, foi lançada em 1 de outubro de
2012 uma consulta pública com vista a identificar os dez atos legislativos
mais onerosos da UE[66].
Os resultados dessa consulta, juntamente com uma análise mais específica, serão
considerados ao avaliar a necessidade de rever o regulamento da UE em certas
áreas. As obrigações regulamentares impostas às
empresas devem ser claras e simples. Além de
protegerem a saúde dos trabalhadores, garantirem um ambiente de trabalho
saudável e seguro e protegerem o ambiente, os quadros normativos asseguram
condições equitativas, uma concorrência leal e livre, segurança para as
empresas e a previsibilidade dos mercados. A adoção de uma regulamentação
inteligente também pode favorecer a inovação, garantindo a liderança das
empresas europeias em domínios tecnológicos e serviços essenciais. Contudo, é
importante eliminar qualquer forma de duplicação ou descoordenação em matéria
de licenciamento. Do mesmo modo, devem ser eliminadas todas as formalidades
excessivamente complexas, como a obrigação de comprovação da autenticidade de
documentos oficiais (por exemplo, os registos das sociedades), para as
atividades económicas que sejam desenvolvidas no Mercado Interno. A burocracia deve sempre
que possível ser eliminada ou reduzida para todas as empresas e,
especialmente, para as microempresas, incluindo os trabalhadores por conta
própria e as profissões liberais, que são particularmente vulneráveis a
estes encargos devido à sua menor dimensão e aos limitados recursos humanos e
financeiros. Simultaneamente, é essencial suprimir os obstáculos indevidos e
injustificados que continuam a entravar o acesso às profissões liberais. No domínio dos contratos públicos, as PME e os
concorrentes transfronteiriços estão a ser prejudicados por obrigações de
natureza administrativa (por exemplo, a apresentação de documentos
comprovativos), bem como por dificuldades na obtenção de informação e, por
vezes, pela aplicação de requisitos desproporcionados pelas entidades
adjudicantes. A percentagem de PME que conseguem obter um contrato público não
sofreu alterações significativas desde 2002. O principal fator de participação
das PME é a dimensão do contrato: as PME não têm capacidade para concorrer ou
satisfazer os requisitos dos grandes contratos públicos e, em geral, dos
contratos superiores a 300 000 euros. A utilização de lotes nos contratos
de valor total superior a certos limiares aumentaria o número de contratos
acessíveis às PME. Além disso, a Comissão recomenda aos
Estados-Membros que prossigam a modernização dos mercados de trabalho,
simplificando a legislação em matéria de emprego e desenvolvendo modelos
laborais flexíveis, incluindo modalidades de trabalho de curta duração[67]. Além disso, as empresas devem poder contar com
o aconselhamento e a assistência de peritos em caso de aplicação
inadequada da legislação relativa ao Mercado Interno, um domínio em que a rede
SOLVIT da Comissão tem operado nos últimos 10 anos. Os empresários devem igualmente dispor de
um serviço centralizado para obter uma informação completa sobre as licenças,
os procedimentos administrativos, as finanças e os apoios públicos. A utilização de «balcões únicos» dirigidos aos empresários, como o
«Barcelonactiva», vencedor do European Enterprise Promotion Award de 2011, deve
ser alargada. Além disso, a Comissão lançou recentemente um novo portal «Your
Europe», que garante um ponto de acesso único aos instrumentos financeiros
da UE[68].
É indispensável disponibilizar em linha às empresas um maior número de
procedimentos administrativos, incluindo com caráter transnacional. Por
conseguinte, os Estados-Membros são encorajados a alargar os seus balcões únicos,
criados no âmbito da diretiva sobre os serviços, a outros procedimentos,
abrangendo todo o ciclo de vida das empresas e oferecendo uma informação
multilingue e um interface mais convivial. Assim, a
Comissão irá: ·
Continuar a promover ativamente a redução dos
encargos regulamentares resultantes da aplicação da legislação da UE,
especialmente nas áreas em que esses encargos sejam mais elevados. ·
Indicar de que forma procederá à análise e
revisão da regulamentação da UE com vista a reduzir os encargos desnecessários
ou excessivos nas áreas identificadas na lista dos dez atos legislativos mais
onerosos. Propor igualmente iniciativas legislativas para reduzir os encargos
administrativos noutros domínios, nomeadamente para incentivar a utilização da
faturação eletrónica nos contratos públicos e facilitar a atividade das
empresas através da adoção de um modelo de declaração para efeitos de IVA[69]. ·
Propor legislação destinada a suprimir as
complexas obrigações em matéria de autenticação dos documentos oficiais que as
PME têm de apresentar para exercer uma atividade transfronteiriça no Mercado
Único. ·
Criar um grupo de trabalho para avaliar as
necessidades específicas dos empresários de profissões liberais em relação a
questões como a simplificação, a internacionalização ou o acesso ao
financiamento. ·
Acompanhar os progressos alcançados através dos
balcões únicos, criados no âmbito da diretiva relativa aos serviços, e
incentivar os Estados-Membros a adotar uma abordagem mais centrada nas
empresas. ·
Tomar medidas destinadas a garantir que mais
empresas obtenham ajuda através da rede SOLVIT quando os seus direitos sejam
negados no Mercado Único pelas autoridades públicas. A
rede Enterprise Europe Network dará apoio às empresas, para que possam
efetivamente aceder e utilizar a rede SOLVIT. Avaliará
todos os recursos de que dispõem os empresários a nível da UE, tendo em vista
uma maior clareza e o acesso a esses recursos, evitando também qualquer
duplicação e desatualização de informações. Os
Estados-Membros são convidados a: ·
Reduzir para um mês, até ao final de 2015, o
período de concessão de licenças e outras autorizações necessárias para iniciar
uma atividade empresarial[70]. ·
Aplicar plenamente até 2013 o código europeu de
boas práticas destinado a facilitar o acesso das PME aos contratos públicos; ·
Continuar a modernização dos mercados de
trabalho, simplificando a legislação laboral e desenvolvendo modelos flexíveis
de trabalho, incluindo modalidades de trabalho de curta duração[71]. ·
Alargar os balcões únicos a mais atividades
económicas, tornando-os mais conviviais; ·
Criar balcões únicos dirigidos aos empresários,
reunindo todos os serviços de apoio às empresas, incluindo a tutoria, a
facilitação e o aconselhamento em matéria de acesso aos financiamentos
convencionais e não convencionais, o acesso aos viveiros de empresas e o apoio
à internacionalização de empresas jovens. Todos os interessados deverão ser
convidados a participar para assegurar uma abordagem de parceria, incluindo os
prestadores de ensino e formação. 4. Eixo de Ação 3 - Utilizar modelos de empreendedorismo e alcançar
grupos específicos 4.1. Novas
perceções: os empresários, um modelo a seguir A Europa tem um número reduzido de
histórias conhecidas de sucesso empresarial. Tal
deve-se ao facto de o empreendedorismo nunca ter sido considerado um percurso
profissional de eleição. Na Europa, ser empresário raramente corresponde a uma
das profissões mais desejadas. Não obstante o facto de os empresários criarem
empregos e impulsionarem a economia, os casos de sucesso não são divulgados
enquanto modelos nos meios de comunicação social. Este facto influencia os
jovens a relegarem a carreira empresarial para uma posição secundária na lista
de profissões consideradas mais atraentes e exerce um efeito dissuasor sobre
aqueles que gostariam de se tornar empresários. Um elemento importante para mudar a cultura do
empreendedorismo é, por conseguinte, alterar a nossa perceção dos
empresários mediante uma comunicação prática e positiva das suas
realizações, do seu valor para a sociedade e das oportunidades em matéria de
criação ou aquisição de empresas enquanto carreira profissional. Para isso, é
importante dar maior visibilidade aos empresários enquanto modelos a seguir,
tendo em conta a diversidade de perfis empresariais e de possíveis vias para o
êxito. Uma informação clara e atraente sobre os desafios e as vantagens da
carreira empresarial pode ajudar a combater a atual perceção negativa. Um
debate público mais amplo, sobretudo nos meios de comunicação social, é pois
crucial para conseguir uma revolução no domínio do empreendedorismo. As
instituições públicas e privadas devem ser encorajadas a valorizar a
importância económica e social dos empresários, não só enquanto via
profissional legítima, mas também como questão de elevado interesse nacional,
europeu e internacional. Assim, a
Comissão irá: ·
Estabelecer, no âmbito da iniciativa «SME Week»,
um dia do empreendedorismo a nível da UE («EU Entrepreneurship Day») dirigido
aos alunos do último ano do ensino secundário. Os eventos incluirão encontros
com empresários, estudos de casos, conferências, seminários e jornadas «Portas
Abertas» nas empresas. Os
Estados-Membros são convidados a: ·
Intensificar as atividades que visam promover o
empreendedorismo e designar empresários reputados para Embaixadores do
Empreendedorismo, que serão o rosto do empreendedorismo nos seus países. Terão
como missão promover o valor do empreendedorismo para a sociedade, sublinhar a
importância de desenvolver competências empreendedoras e experiência
empresarial no ensino, bem como promover o empreendedorismo como oportunidade
de carreira profissional. ·
Considerar devidamente a diversidade de modelos
de negócio e de formas jurídicas das empresas ao definir os apoios locais ou
nacionais às empresas, e desenvolver o ensino e a formação no domínio do
empreendedorismo social. 4.2. Novos
horizontes: chegar às mulheres, aos idosos, aos migrantes, aos desempregados e
aos jovens Os grupos demográficos que se encontram
sub-representados na população empresarial e, em especial, entre os fundadores
de novas empresas são os jovens, as mulheres, os deficientes e/ou os migrantes.
A Europa tem de garantir a estes grupos a oportunidade de desenvolverem uma
atividade empresarial, criando postos de trabalho para os mesmos, capacitando-os
económica e socialmente e mobilizando as suas capacidades criativas e
inovadoras. Essas oportunidades devem ser sensíveis às necessidades dos
diferentes grupos, às suas expectativas e às exigências em matéria de prestação
e receção da informação e aconselhamento. As ações devem basear-se num sistema
integrado de apoios que valorize o capital humano e garanta o financiamento
necessário. Além das iniciativas específicas adaptadas às necessidades de cada
grupo, todas as ações deverão ser integradas em programas de formação sobre
empreendedorismo, concebidos e oferecidos em parceria com os prestadores de
ensino e formação, as organizações de juventude, os consultores empresariais e
as instituições financeiras. 4.2.1. Mulheres As mulheres representam 52 % da população
europeia, mas apenas um terço dos trabalhadores independentes ou dos fundadores
de empresas da UE[72].
As mulheres constituem, por conseguinte, uma importante reserva de potencial
empresarial na Europa. Ao estabelecer e gerir uma empresa, as mulheres
encontram mais dificuldades do que os homens, sobretudo no acesso ao
financiamento, na formação, na criação de redes e na reconciliação entre a vida
familiar e profissional[73]. Os programas de apoio às empresas e as
oportunidades de financiamento devem ser divulgados junto das mulheres
empresárias potenciais. Em 2009, a Comissão inaugurou a rede European
Network of Female Entrepreneurship Ambassadors (Rede Europeia de Embaixadoras
do Empreendedorismo), para servirem de modelo inspirador às potenciais mulheres
empresárias. Tal foi seguido, em 2011, pela criação da rede European Network
of Mentors for Women Entrepreneurs (Rede Europeia de Mentores para Mulheres
Empreendedoras), que voluntariamente aconselham as mulheres a criar e a gerir
novas empresas. Em 2012, a Comissão apresentou uma proposta com o
objetivo de melhorar o equilíbrio entre homens e mulheres nos conselhos de
administração de empresas cotadas na bolsa. Apesar de a participação num
conselho de administração requerer competências e aptidões diferentes das do
empreendedorismo, um maior número de mulheres nos principais cargos de gestão
poderá servir de modelo para outras mulheres em geral. Dar visibilidade
a mais mulheres profissionais bem-sucedidas mostrará a outras mulheres que têm
possibilidade de êxito no mercado de trabalho. A aplicação efetiva da atual legislação em
matéria de igualdade de género, em especial a Diretiva 2010/41/CE[74] , também deverá ajudar a
estimular o empreendedorismo das mulheres. Assim, a
Comissão irá: ·
Criar uma plataforma europeia em linha para as
mulheres empresárias com serviços de tutoria e de aconselhamento, de natureza
educativa e empresarial, que integrará as atuais redes de embaixadores
nacionais e mentores, alargará a sua oferta e alcance, e apoiará o empreendedorismo
das mulheres aos níveis nacional e regional, promovendo o intercâmbio de boas
práticas entre os Estados-Membros. Os
Estados-Membros são convidados a: ·
Conceber e implementar estratégias nacionais de
empreendedorismo das mulheres, com o objetivo de aumentar o número de empresas
geridas por mulheres. ·
Recolher dados repartidos por sexo e produzir
atualizações anuais sobre a situação das mulheres empresárias a nível nacional. ·
Manter e alargar as redes existentes de
embaixadores do empreendedorismo e mentores para as mulheres empresárias. ·
Aplicar políticas que permitam às mulheres
atingir um equilíbrio adequado entre a vida familiar e profissional, garantindo
serviços de cuidados adequados, a preços acessíveis, para crianças e pessoas
idosas, nomeadamente utilizando plenamente os apoios do FEADER, do FEDER e do
FSE. 4.2.2. Idosos A população idosa constitui um precioso
recurso para o empreendedorismo. Entre 1990 e 2010, a
percentagem de cidadãos com idade superior a 50 anos subiu na Europa de
32,1 % para 36,5 %, esperando-se que a média de idades da população
europeia continue a aumentar nas próximas décadas. Um número crescente de
adultos qualificados e experientes tem-se reformado todos os anos e até hoje a
sociedade não soube inovar para ocupar este segmento da população e beneficiar
dos seus conhecimentos e competências. A participação dos idosos tanto na
criação de empresas como no apoio concedido aos empresários novos e já
estabelecidos maximizaria o aproveitamento da experiência adquirida, suscetível
de se perder ao reformarem-se, ajudaria a cultivar uma aprendizagem
intergeracional e asseguraria uma maior transferência de conhecimentos. Uma vez que as pessoas tendem a ter vidas mais
longas e saudáveis, os modelos tradicionais e as opções de reforma estão a
começar a mudar. Os idosos que pretendem criar uma empresa pela primeira vez
devem poder beneficiar de todos os apoios existentes. Os empresários seniores também podem ser um
recurso valioso para os outros empresários. Os
empresários aposentados dispõem de um saber-fazer e experiência preciosos que
podem facilitar a criação e a gestão de uma empresa que de outra forma seriam
difíceis para um fundador inexperiente. Esses conhecimentos representam um
inestimável capital intelectual europeu e devem ser plenamente explorados. A
Europa pode inspirar-se em certos programas, como as iniciativas «Senior
Enterprise» (Irlanda) e «Maillages» (França), que encorajam os idosos a servir
de mentores voluntários, potenciais compradores ou investidores em empresas, ou
ainda, gestores temporários, para dar apoio às «start-ups» ou às empresas em
transição[75].
Assim, a
Comissão irá: ·
Promover o intercâmbio de boas práticas,
ajudando os dirigentes e empresários mais experientes a orientar os novos
empresários, bem como apoiar a assistência mútua e intergeracional entre
empresários, para partilhar competências essenciais, como os conhecimentos no
domínio das TIC e a experiência dos trabalhadores seniores. Os
Estados-Membros são convidados a: ·
Apoiar os empresários seniores interessados em
transmitir o seu saber-fazer aos novos empresários e os contactos entre
empresários seniores e empresários inexperientes tendo em vista a criação de
equipas dotadas de um leque mais alargado de competências. ·
Assegurar que a participação dos empresários
seniores e dirigentes aposentados nos projetos seja compatível com as suas
perspetivas de reforma. 4.2.3. Empresários
migrantes Se os imigrantes fundaram 52 % das novas
empresas criadas em Silicon Valley entre 1995 e 2005, Israel deve também muito
do seu êxito à sua população imigrante. De acordo com a OCDE, os migrantes
são mais empreendedores do que a população nacional e um trabalhador
independente estrangeiro, proprietário de uma pequena ou média empresa, pode
criar entre 1,4 e 2,1 postos de trabalho adicionais[76]. Os migrantes representam
um importante grupo de empresários potenciais na Europa. Contudo,
hoje em dia, as empresas europeias migrantes são principalmente microempresas
com poucos ou nenhuns empregados. São também reduzidas em comparação com as
empresas autóctones em termos de volume de negócios e lucro. Muitas vezes, a
população migrante qualificada depara-se com dificuldades jurídicas, mercados
de trabalho limitados e oportunidades profissionais que a leva a optar por uma
atividade por conta própria. Cabe igualmente salientar que alguns países
terceiros aplicam uma política de migração particularmente atraente, para
facilitar a entrada de empresários. Os grupos mais vulneráveis de migrantes
menos qualificados também devem ser considerados. Embora os migrantes registem
taxas mais levadas de criação de empresas do que o resto da população, há mais
casos de insucesso devido sobretudo à falta de informação, de conhecimento e de
competências linguísticas[77]. A UE reconheceu publicamente o contributo
essencial dos empresários migrantes para um crescimento sustentável e o
emprego. A Agenda Europeia para a Integração de Nacionais de Países Terceiros[78] salienta o importante papel
dos migrantes enquanto empresários e realça que é importante reforçar também a
sua criatividade e capacidade de inovação. É importante que as políticas
destinadas a encorajar o empreendedorismo na Europa tenham plenamente em conta
o potencial empresarial deste segmento da população. Os cidadãos altamente
qualificados de países terceiros já podem ser admitidos como trabalhadores ao
abrigo da diretiva relativa às condições de entrada e de residência de
nacionais de países terceiros para efeitos de emprego altamente qualificado[79]. As políticas nacionais e
europeias devem também considerar o potencial dos migrantes qualificados em
termos de criação de empresas e emprego. Em especial, as medidas de apoio e as
iniciativas políticas deverão ajudar a atrair potenciais empresários que
desejem criar empresas internacionais sediadas na Europa. Assim, a
Comissão irá: ·
Propor iniciativas políticas destinadas a atrair
empresários migrantes e a facilitar o empreendedorismo entre os migrantes já
presentes na UE ou que cheguem por outras razões que não a criação de empresas,
à luz das boas práticas desenvolvidas nos Estados-Membros, incluindo pelas
autoridades locais. ·
Analisar a oportunidade de propor legislação que
permita eliminar os obstáculos jurídicos à criação de empresas e conceder aos
empresários imigrantes qualificados uma licença estável. Os
Estados-Membros são convidados a: ·
Eliminar os obstáculos jurídicos ao
estabelecimento de empresas criadas por empresários migrantes legalizados,
nomeadamente através de iniciativas que garantam aos empresários imigrantes ou
imigrantes diplomados de uma instituição universitária europeia uma licença
estável, que lhe permita constituir uma empresa na Europa e que possa ser
prorrogada se os objetivos predefinidos em termos de criação de postos de
trabalho, volume de negócios ou captação de novos financiamentos forem
alcançados. ·
Facilitar o acesso à informação e ligação em
rede para os empresários migrantes e potenciais empresários migrantes, por
exemplo, mediante a criação de centros de informação relevantes em áreas
densamente povoadas por migrantes. 4.2.4. Desempregados,
em especial os jovens Tendo em conta o elevado número de
desempregados na Europa, é importante prever mecanismos de apoio ao
empreendedorismo que incentivem a criação de empresas como meio de inverter o
desemprego[80].
Poucos apoios ao desenvolvimento empresarial visam especificamente os jovens
desempregados[81]. Todos os apoios ao desenvolvimento de empresas
devem incluir a comunicação de informações e ligações aos serviços de apoio,
aconselhamento, orientação e tutoria. Essa assistência pode também ser alargada
à aquisição de competências específicas (nomeadamente, identificar as
oportunidades, planificar as atividades, assegurar a gestão financeira, as
vendas e a comercialização), seja em contexto informal (p. ex., recorrendo a um
mentor), seja mais formalmente mediante a frequência de um curso. Os apoios
devem ser orientados para os grupos com maior potencial (como os desempregados
qualificados, as mulheres ou os jovens) e basear-se numa cooperação estreita
entre os serviços de emprego, os organismos de apoio às empresas e as
instituições de financiamento. O objetivo é ajudar os desempregados na
transição eficaz para uma situação de trabalhador independente, aumentar a
sustentabilidade das suas empresas e adequar os apoios destinados a grupos que
possam necessitar de recursos adicionais, como os jovens ou as pessoas mais
difíceis de alcançar através dos apoios tradicionais às empresas. Importa também considerar os desempregados em
geral, nomeadamente aqueles que já possuam aptidões e competências suscetíveis
de ser transferidas (mediante orientação ou uma tutoria de natureza
empresarial) para o exercício de uma atividade independente. Assim, a
Comissão irá: ·
Lançar em 2014, o futuro instrumento de
microfinanciamento no âmbito do Programa da União Europeia para a Mudança e a
Inovação Social, que visará os grupos vulneráveis, nomeadamente as pessoas que
perderam ou estão em risco de perder o seu emprego ou que têm dificuldade em
(re)integrar o mercado de trabalho. ·
Fornecer assistência técnica, através do Fundo
Social Europeu, centrada nomeadamente na criação de mecanismos de apoio aos
jovens criadores de empresas e aos empresários sociais. ·
Organizar, no quadro do instrumento de
microfinanciamento «Progress», um fórum de agentes do microfinanciamento e do
empreendedorismo social em junho de 2013, a fim de envolver os intermediários
financeiros locais na promoção do empreendedorismo na economia verde. ·
Analisar, no âmbito do relatório anual sobre o
empreendedorismo de 2003, elaborado em colaboração com a OCDE, a situação do
empreendedorismo para os desempregados. O
relatório incluirá uma análise da situação atual, exemplos de boas práticas
nesta matéria e um conjunto de recomendações políticas relevantes. ·
Analisar os resultados do estudo
«Self-employment and entrepreneurship: the contribution of Public Employment
Services to job creation» e organizar uma iniciativa de divulgação dos serviços
públicos de emprego em junho de 2013. Os
Estados-Membros são convidados a: ·
Conectar os serviços públicos de emprego aos
serviços de apoio às empresas e instituições de (micro)financiamento, para
facilitar o acesso dos desempregados à atividade empresarial. ·
Superar o problema do desemprego através de
programas de formação empresarial dirigidos aos jovens desempregados e estruturados
em fases claramente definidas (definição do
perfil, planificação, arranque, consolidação e crescimento), cada qual
oferecendo diferentes serviços (aconselhamento, formação e qualificação,
tutoria e acesso ao microcrédito), em parceria com as organizações de juventude
e outras organizações, os consultores empresariais e as instituições
financeiras. ·
Lançar programas laborais ativos que garantam
apoio financeiro a todas as pessoas desempregadas que desejem criar uma
empresa. ·
Desenvolver e executar programas para a
aquisição de competências empreendedoras destinados aos desempregados, para que
possam (re)integrar a vida ativa como empresários, com base em modelos de
sucesso de vários Estados-Membros e em parceria com os sistemas de ensino e
formação, de modo a proporcionar-lhes uma educação de segunda oportunidade. 5. Conclusões Na atual crise económica, as empresas novas
e jovens representam um ingrediente essencial para uma recuperação económica
geradora de emprego na Europa. Os problemas relacionados com a
reduzida taxa de criação de empresas, a elevada taxa de encerramentos e o fraco
crescimento das empresas na Europa são bem conhecidos. Urge tomar medidas para
permitir que os empresários europeus, e a Europa em geral, disponham de uma
maior capacidade de adaptação, sejam mais criativos e tenham maior impacto numa
concorrência globalizada cada vez mais exigente e rápida. Para estimular os empresários europeus e
impulsionar as suas atividades empresariais, a Comissão e os Estados-Membros
têm simultaneamente de restabelecer a confiança, garantir um contexto tão
favorável quanto possível aos empresários, colocando-os no centro da política e
prática empresariais, e revolucionar a cultura do empreendedorismo. Os casos de sucesso em toda a Europa demonstram
que existem boas práticas que contribuem para o crescimento e desenvolvimento
dos empresários. A Europa tem de reconhecer e explorar plenamente a riqueza
dessas experiências para suprimir os obstáculos e as formalidades
excessivamente complexas que prejudicam as operações comerciais. O
reconhecimento dos empresários enquanto criadores de emprego e prosperidade
deve ser promovido junto das administrações de todos os Estados-Membros. A
Europa tem também de se tornar um local atraente para os espíritos mais inteligentes
e empreendedores a nível internacional: os quadros normativos e os mecanismos
de apoio deverão incentivar os fundadores de outras regiões do mundo a
deslocar-se para a Europa, em vez de optarem, por exemplo, pelos EUA ou a Ásia
Oriental. A única atitude que permitirá alcançar progressos importantes nos
domínios essenciais é garantir a aplicação de exigências regulamentares mais
simples e proporcionadas, o acesso ao financiamento, o apoio às novas empresas,
facilitar a transmissão de empresas, assegurar uma maior eficiência dos
procedimentos de falência e conceder uma segunda oportunidade justa aos
empresários honestos em situação de falência. Contudo, embora estes elementos sejam
necessários, não bastarão por si só para relançar o empreendedorismo europeu.
As principais motivações dos europeus para criar uma empresa são a realização
pessoal e a maior flexibilidade em termos de horário e de local de trabalho, e
não a existência de um enquadramento favorável[82].
É pois necessária uma mudança radical da cultura europeia a favor de um novo
conceito de empreendedorismo, que celebre publicamente os casos de sucesso,
valorize o contributo dos empresários para a prosperidade europeia e promova os
benefícios de uma carreira empresarial. Por todas estas razões, é indispensável
investir numa mudança da perceção pública dos empresários, no ensino do
empreendedorismo e na concessão de apoios aos grupos sub-representados no setor
empresarial se quisermos gerar uma mudança duradoura. Só quando a carreira
empresarial for considerada uma opção atraente e compensadora por um grande
número de europeus, poderá a atividade empresarial na Europa ser bem-sucedida a
longo prazo. A revolução no domínio do empreendedorismo
é uma missão que incumbe conjuntamente à Comissão e aos Estados-Membros e que exige um empenhamento a longo prazo. O presente plano de ação e as suas ações-chave
serão acompanhadas pela Comissão no âmbito dos mecanismos de governação da
política de competitividade e industrial e do Small Business Act, incluindo na
sua dimensão externa com os países candidatos, os países potencialmente
candidatos e os países abrangidos pela política de vizinhança. A rede de
representantes nacionais das PME e o representante da UE para as PME
desempenharão um papel fundamental, velando pela realização de progressos
concretos com base nas medidas propostas. Os Estados-Membros são convidados a
apresentar um relatório sobre os progressos alcançados a nível nacional
relativamente às ações-chave da presente comunicação, no contexto dos seus
programas nacionais de reforma e no quadro do Semestre Europeu. Anexo: Plano de Ação «Empreendedorismo 2020» - Relançar o espírito empresarial na Europa Principais domínios || Propostas da Comissão || Data de execução Desenvolver o ensino e a formação no domínio do empreendedorismo para apoiar o crescimento e a criação de empresas Ensino e formação || · Desenvolver uma iniciativa pan-europeia para a aquisição de competências empreendedoras, reunindo a perícia europeia e nacional existente em matéria de análise de impacto, de conhecimentos, de desenvolvimento de metodologias e da aprendizagem pelos pares entre profissionais dos Estados-Membros. · Estabelecer, conjuntamente com a OCDE, orientações que incentivem o desenvolvimento de estabelecimentos de ensino e de formação promotores do empreendedorismo. · Divulgar as orientações universitárias no domínio do empreendedorismo; facilitar o intercâmbio entre universidades interessadas em aplicar as orientações; promover gradualmente a sua aplicação junto dos estabelecimentos de ensino superior da União Europeia. · Apoiar mecanismos eficazes de criação de empresas baseados nas universidades («spin-offs», etc.) e novos ecossistemas entre universidades e empresas que apoiem essa criação. || · 2013-2015 · 2013-2014 · 2012-2013 Criar um contexto propício à prosperidade e ao crescimento dos empresários Acesso ao financiamento || · Financiar programas destinados a desenvolver um mercado de microfinanciamento na Europa, através de iniciativas como o Programa da União Europeia para a Mudança e a Inovação Social e a ação comum de apoio às instituições de microfinanciamento (JASMINE), e disponibilizar meios de microfinanciamento aos Estados-Membros e regiões através do Fundo Social Europeu e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. · Criar um sistema de bolsa de valores próprio da UE para transacionar ações e obrigações emitidas pelas PME («mercados de crescimento das PME»), a fim de facilitar o acesso direto das PME ao mercado de capitais no contexto da revisão da diretiva relativa aos mercados de instrumentos financeiros (MiFID) || · Em curso, a reforçar no novo QFP a partir de 2014 · Em curso Apoiar as novas empresas nas fases cruciais do seu ciclo de vida e ajudá-las a crescer || · Identificar e promover as boas práticas dos Estados-Membros, com vista a criar um enquadramento fiscal mais propício ao empreendedorismo. · Rever as normas que proíbem certas práticas comerciais enganosas, com vista a reforçá-las e a melhorar a aplicação da legislação contra tais práticas em casos transfronteiriços. · Ajudar os Estados-Membros a desenvolver ações e mecanismos integrados de apoio para os novos empresários, nomeadamente os jovens empresários, através de seminários sobre o reforço das capacidades, financiados a título de assistência técnica pelo FSE, com a participação nomeadamente dos prestadores relevantes de ensino e formação, a fim de desenvolver estratégias integradas. · || · Em curso · 2013 · 2013 || Explorar as novas oportunidades de negócio na era digital || · Promover o desenvolvimento de uma base de conhecimentos sobre as principais tendências e modelos de negócio inovadores no domínio digital. · Sensibilizar as PME para os benefícios das TIC, através de uma campanha de informação à escala europeia e criando nomeadamente uma rede europeia de empresas Web. · Facilitar a ligação em rede através da criação de uma rede europeia de mentores para prestar formação e aconselhamento e organizar encontros para incentivar novas parcerias. · Lançar iniciativas específicas para os empresários Web, como a criação de uma parceria europeia a favor das «start-ups» (Start-up Europe Partnership), para favorecer a divulgação de conhecimentos especializados, tutoria, tecnologias e serviços, e a criação de um «Leaders Club», reunindo empresários Web de projeção mundial, a fim de promover a cultura do empreendedorismo Web na Europa e a emergência de novos talentos apoiando cursos abertos em linha «Massive Online Open Courses» e plataformas de tutoria e de reforço de competências. · Reforçar as competências e qualificações, ou seja, intensificar a criação e a aquisição de «e-skills», de competências científicas e criativas e de competências de gestão e empreendedoras que permitam responder aos novos mercados. || · A partir de 2013 · A partir de 2013 · 2014 · 2013 · Em curso || Transmissão de empresas || · Desenvolver orientações sobre os programas mais eficazes e as melhores práticas, a fim de tornar o processo de transmissão de empresas mais fácil, incluindo medidas para o aprofundamento e alargamento dos mercados para as empresas, identificando os programas disponíveis na Europa e propondo as medidas necessárias para eliminar os eventuais entraves à transmissão transfronteiriça de empresas, com base no trabalho de um grupo de peritos e num estudo. || · 2013-2014 || Conceder uma segunda oportunidade aos empresários honestos em situação de falência || · Lançar uma consulta pública para conhecer a opinião das partes interessadas sobre as questões identificadas na comunicação relativa à nova abordagem europeia em matéria de falência e insolvência das empresas, incluindo sobre a possibilidade de conceder aos empresários não fraudulentos uma segunda oportunidade e de reduzir e harmonizar o período de liquidação. || · 2013 || Encargos regulamentares: regras mais claras e simples || · Propor legislação destinada a suprimir as complexas obrigações em matéria de autenticação dos documentos oficiais que as PME têm de apresentar para exercer uma atividade transfronteiriça no Mercado Interno. · Criar um grupo de trabalho para avaliar as necessidades específicas dos empresários de profissões liberais em relação a questões como a simplificação, a internacionalização ou o acesso ao financiamento. · Tomar medidas destinadas a garantir que mais empresas obtenham ajuda através da rede SOLVIT quando os seus direitos sejam negados no Mercado Único pelas autoridades públicas. || · 2013 · 2013 · 2013 || Utilizar modelos de empreendedorismo e alcançar grupos específicos || Novas perceções: os empresários, um modelo a seguir || · Estabelecer, no âmbito da iniciativa «SME Week», um dia do empreendedorismo a nível da UE («EU Entrepreneurship Day») dirigido aos alunos do último ano do ensino secundário. || · 2013 || Mulheres || · Criar uma plataforma europeia em linha para as mulheres empresárias, incluindo serviços de tutoria, de aconselhamento, de natureza educativa e empresarial, que integrará as atuais redes de embaixadores nacionais e mentores, e alargará a sua oferta e o alcance aos níveis nacional e regional. || · 2013-2015 || Idosos || · Ajudar os dirigentes e empresários seniores a orientar os novos empresários e apoiar a aprendizagem mútua e intergeracional entre empresários, com vista a partilhar competências vitais. || · 2013-2015 || Migrantes || · Propor iniciativas políticas destinadas a atrair empresários migrantes e a facilitar o empreendedorismo entre os migrantes já presentes na UE ou que cheguem por outras razões que não a criação de empresas, à luz das boas práticas desenvolvidas nos Estados-Membros. · Analisar a oportunidade de propor legislação destinada a eliminar os obstáculos jurídicos à criação de empresas por empresários imigrantes qualificados e garantir uma autorização de residência estável. || · 2014-2017 · 2014-2017 || Desempregados || · Lançar o futuro instrumento de microfinanciamento no âmbito do Programa da União Europeia para a Mudança e a Inovação Social, que visará os grupos vulneráveis, nomeadamente as pessoas que perderam ou estão em risco de perder o seu emprego ou que têm dificuldade em (re)integrar o mercado de trabalho. · Fornecer assistência técnica, através do Fundo Social Europeu, centrada nomeadamente na criação de mecanismos de apoio aos jovens criadores de empresas e aos empresários sociais. · Organizar, em ligação com o instrumento de microfinanciamento Progress um fórum de microfinanciamento e de empreendedorismo social com as partes interessadas, para envolver os intermediários financeiros locais na promoção do empreendedorismo na economia verde. · Analisar os resultados do estudo «Self-employment and entrepreneurship: the contribution of Public Employment Services to job creation», e organizar uma iniciativa de divulgação para partilhar a experiência dos serviços públicos de emprego. || · 2013 · Março de 2013 · 2013 · 2013 || [1] Sobre o potencial do empreendedorismo para a criação de
emprego, ver Comunicação da Comissão «Uma recuperação geradora de emprego»,
COM(2012) 173 final de 18.4.2012. [2] A iniciativa COM (2012) 582 final, de outubro de 2012,
identifica seis setores: as tecnologias de fabrico avançadas e não poluentes,
as tecnologias facilitadoras essenciais, os bioprodutos, a política industrial,
a construção e as matérias-primas sustentáveis, os veículos limpos e as redes
inteligentes. [3] Por exemplo, Comunicação «Crescimento Azul:
Oportunidades para um crescimento marinho e marítimo sustentável», COM(2012)
494 final. [4] Kauffman Foundation «Business Dynamics Statistics
Briefing: Jobs created from business start-ups in the United States», http://www.kauffman.org/uploadedFiles/BDS_Jobs_Created_011209b.pdf [5] Cálculo da Comissão baseado nos dados do Eurostat
(2009). [6] Os países onde a preferência por uma atividade
independente cresceu entre 2004 e 2012 foram a República Checa (de 30 %
para 34 %), a Letónia (de 42 % para 49 %), a Lituânia (de
52 % para 58 %) e a República Eslovaca (de 30 % para 33 %),
http://ec.europa.eu/enterprise/policies/sme/facts-figures-analysis/eurobarometer/index_en.htm [7] Ver «Flash Eurobarometer 354: Entrepreneurship», da
Comissão Europeia. [8] Albert Bravo-Biosca «The dynamics of Europe's industrial
structure and the growth of innovative firms», Conferência de Sevilha CCI,
outubro de 2011. [9] Surpreendentemente, as maiores corporações da Europa
incluem apenas 12 empresas constituídas na segunda metade do século XX, contra
51 nos EUA e 46 nos países emergentes. Destas, apenas três foram criadas após
1975 na Europa, face a 26 nos EUA e 21 nos mercados emergentes. T Philippon, N
Veron, Bruegel Policy Brief 2008/1. [10] Como salientado na Comunicação da Comissão: «Uma
iniciativa europeia para o desenvolvimento do microcrédito em prol do
crescimento e do emprego», COM(2007) 0708 final (adotada em 20.12.2007). [11] «Business Dynamics: Start-ups, Business Transfers and
Bankruptcy», http://ec.europa.eu/enterprise/policies/sme/business-environment/files/business_dynamics_final_report_en.pdf [12] Análise do «Small Business Act» para a Europa, COM(2011)
78 final (adotada em 23.2.2011). [13] Idem. [14] Diretiva 2005/36/CE: «Na
medida em que se trata de profissões regulamentadas, (…) as profissões liberais
(…) são, nos termos da presente diretiva, as exercidas com base em
qualificações profissionais específicas, a título pessoal, sob responsabilidade
própria e de forma independente por profissionais que prestam serviços de
caráter intelectual, no interesse dos clientes e do público em geral.» [15] «Iniciativa de Empreendedorismo Social: Construir um
ecossistema para promover as empresas sociais no centro da economia e da
inovação sociais», COM(2011) 682 final (adotada em 25.10.2011). Uma «empresa
social» é um operador da economia social cujo principal objetivo consiste em
gerar impacto social e não obter lucro para os seus proprietários ou acionistas.
[16] C. Jenner, «Business and Education: Powerful Social
Innovation Partners», Stanford Social Innovation Review (27.8.2012). [17] Recomendação do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de
dezembro de 2006, sobre as competências essenciais para a aprendizagem ao longo
da vida. [18] COM(2012) 669, http://ec.europa.eu/education/news/rethinking_en.htm
[19] Ver p. 11, «Análise Anual do Crescimento» COM(2012) 750, http://ec.europa.eu/europe2020/pdf/ags2013_en.pdf
[20] COM (2012) 485. [21] VET-Business Fórum – Fórum EFP-Empresas; EFP – Ensino e
Formação Profissionais. [22] Ver http://ec.europa.eu/education/news/20120425_en.htm
[23] Ver Gibb A, Haskins G, Robertson I, Leading the
Entrepreneurial University, Oxford University, 2009. [24] Ver recente Comunicação «Repensar a Educação», COM(2012)
669, ponto 2.1. [25] COM(2012) 485 final de 5.9.2012. [26] Ver recente Comunicação «Repensar a Educação», COM(2012)
669, ponto 2.1. [27] Proposta de Recomendação do Conselho relativa à
instituição de uma Garantia para a Juventude, COM(2012) 729. [28] COM (2011) 206 final, «Ato para o mercado único: Doze alavancas
para estimular o crescimento e reforçar a confiança mútua "Juntos para um
novo crescimento"». [29] «Plano de ação para melhorar o acesso das PME ao
financiamento», COM(2011) 870 final. [30] Proposta de Regulamento do Parlamento Europeu e do
Conselho relativo aos Fundos de Capital de Risco Europeus, COM(2011) 860 final;
Proposta de Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho relativa aos Fundos
de Empreendedorismo Social Europeus, COM(2011) 862 final. [31] Diretiva 2004/39/CE do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 21 de abril de 2004, relativa aos mercados de instrumentos financeiros, que
altera as Diretivas 85/611/CEE e 93/6/CEE do Conselho e a Diretiva 2000/12/CE
do Parlamento Europeu e do Conselho e que revoga a Diretiva 93/22/CEE do
Conselho. [32] Proposta de Diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho
relativa ao acesso à atividade das instituições de crédito e à supervisão
prudencial das instituições de crédito e empresas de investimento e que altera
a Diretiva 2002/87/CE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à supervisão
complementar de instituições de crédito, empresas de seguros e empresas de
investimento de um conglomerado financeiro, COM(2011) 453 final. [33] Proposta de Regulamento que institui o Programa para a
Competitividade das Empresas e Pequenas e Médias Empresas (2014-2020),
COM(2011) 834 final. [34] De acordo com a proposta da Comissão sobre os futuros
Fundos Estruturais, devem ser adotadas estratégias abrangentes para garantir um
amplo apoio às «start-ups» e beneficiar do investimento do FEDER ou FSE no
empreendedorismo (COM(2012) 0496 final - 2011/0276 (COD)). [35] Ver
a proposta legislativa: http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CELEX:52011PC0609:EN:NOT
[36] Comunicação «Proteger as empresas contra práticas
comerciais enganosas e assegurar uma aplicação efetiva das normas», COM(2012)
702; Revisão da Diretiva 2006/114/CE relativa à publicidade enganosa e
comparativa. [37] «The Concept
Of Clusters And Cluster Policies And Their Role For Competitiveness And
Innovation: Main Statistical Results And Lessons Learned», documento de
trabalho dos serviços da Comissão SEC(2008) 2637. [38] Ver Recomendação 5, Recomendações Finais, do European
Cluster Policy Group em http://www.proinno-europe.eu/sites/default/files/newsroom/2010/09/ECPG_Final_Report_web-low1.pdf,
formulada no seguimento das recomendações da European Cluster Alliance. [39] «Ato para o Mercado Único II – Juntos para um Novo
Crescimento», COM(2012) 573 final. [40] Diretiva 2006/114/CE relativa à publicidade enganosa e
comparativa. [41] Incluindo, por exemplo, um «minibalcão único» para o
registo do IVA, a declaração de rendimentos e os pagamentos, como previsto na
Comunicação da Comissão sobre o Futuro do IVA (IP/11/1508). [42] Em 2013, a procura por parte de novos empresários excederá
o orçamento disponível: Em dezembro de 2012 havia cerca de 950 novos
empresários elegíveis para intercâmbio, embora o orçamento disponível apenas
permitisse a realização de cerca de 930 intercâmbios. Tendo em conta o aumento
em média de 25 empresários interessados todas as semanas, a procura excederá
manifestamente a oferta em 2013. Já em 2012, várias organizações intermediárias
esgotaram o orçamento que lhes foi atribuído, deixando de poder assegurar os
intercâmbios. [43] «Reforçar a indústria europeia em prol do crescimento e da
recuperação económica - Comunicação de atualização das ações da política industrial»,
COM(2012) 582 de 10.10.2012. [44] «Explorar plenamente o potencial da computação em nuvem na
Europa», COM(2012) 529. [45] COM(2011) 942 final de 11.1.2012. «Um enquadramento
coerente para reforçar a confiança no mercado único digital do comércio
eletrónico e dos serviços em linha». [46] Ver,
por exemplo http://www.radicalsocialentreps.org/, http://www.youtube.com/watch?v=iE7YRHxwoDs
e http://www.academicmatters.ca/2012/05/the-massive-open-online-professor/ [47] O portal Europeana (http://Europeana.eu)
foi criado com o apoio da Comissão Europeia e serve de interface para milhões
de livros, pinturas, filmes, objetos de museu e peças arquivadas que foram
digitalizados em toda a Europa. [48] «Business Dynamics: Start-ups, Business Transfers and
Bankruptcy» (2011), http://ec.europa.eu/enterprise/policies/sme/business-environment/files/business_dynamics_final_report_en.pdf [49] COM(2008) 394 final, «"Think Small First" - Um "Small
Business Act" para a Europa». [50] COM(2011) 78 final, «Análise do "Small Business
Act" para a Europa». [51] COM(2006) 117 final. [52] Por exemplo, de acordo com o documento «Business
Dynamics», apenas um terço dos Estados-Membros analisados prevê produtos
financeiros especiais para apoiar as transmissões e em doze Estados-Membros não
existe nenhuma ou apenas uma reduzida formação ou orientação nesta matéria. [53] COM(2011) 864 e recomendação associada 2011/856/UE
relativa a medidas para evitar a dupla tributação das sucessões. [54] Ver
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=COM:2007:0584:FIN:PT:PDF [55] Em certos Estados-Membros, o processo de liquidação da
empresa pode demorar cerca de 1 a 2 anos, sendo necessários 3 a 9 anos
adicionais para recomeçar uma atividade comercial. [56] E. Stam, D. B. Audretsch and J. Meijaard, Renascent
Entrepreneurship, Erasmus Research Institute of Management, 2006. [57] Ver «Uma nova abordagem europeia da falência e insolvência
das empresas», COM(2012) 742. [58] COM (2012) 744. [59] Como solicitado nas Conclusões do Conselho
«Competitividade» de maio de 2011. [60] Ver «Flash Eurobarometer 354: Entrepreneurship», da
Comissão Europeia. [61] O programa de ação destinado a eliminar os encargos
administrativos desnecessários para as empresas da UE identifica algumas áreas
prioritárias que justificam cerca de 80 % dos encargos administrativos
decorrentes da aplicação da legislação da UE, incluindo as regras nacionais de
aplicação e de transposição dessa legislação. Em colaboração com o Grupo
Stoiber, enquanto consultor independente, foram propostas centenas de
adaptações que já geraram mais de 40 mil milhões de euros de poupança anual
para as empresas. Os domínios abrangidos pelas propostas vão desde a
agricultura, o ambiente e as pescas, ao direito das sociedades, à fiscalidade,
às estatísticas, à segurança alimentar e aos produtos farmacêuticos. Os
principais fatores de poupança resultam do direito fiscal (com a passagem à
faturação eletrónica) e do direito das sociedades (com exceções para as
microempresas de certas disposições relativas ao balanço e à obrigação de
publicação). [62] Ver «Minimização da carga regulamentar que incide sobre as
PME - Ajustamento da Regulamentação da UE às necessidades das microempresas»,
COM(2011) 803, http://ec.europa.eu/governance/better_regulation/index_pt.htm [63] Diretiva 2010/45/UE do Conselho, de 13 de julho de 2010,
que altera a Diretiva 2006/112/CE relativa ao sistema comum do imposto sobre o
valor acrescentado no que respeita às regras em matéria de faturação. [64] Estima-se que, se todas as empresas adotarem a faturação
eletrónica, as poupanças poderão ascender a 18 mil milhões de euros a médio
prazo. [65] Sobre as boas práticas, ver anexos ao relatório «Europe
can do better», adotado pelo Grupo de Alto Nível para a Redução dos Encargos
Administrativos (novembro de 2011), em
http://ec.europa.eu/dgs/secretariat_general/admin_burden/best_practice_report/docs/bp_report_signature_en.pdf
[66] Consulta: «Quais são os dez atos legislativos da UE mais
onerosos para as PME?»,
http://ec.europa.eu/enterprise/policies/sme/public-consultation-new/index_pt.htm [67] «Uma recuperação geradora de emprego», COM(2012) 173 final
de 18.4.2012. Ver, igualmente, o Relatório do Grupo de Peritos «Obstáculos ao
Crescimento - Contratação do Primeiro Trabalhador»,
http://ec.europa.eu/enterprise/policies/sme/files/support_measures/first_emp/1st_emp_pt.pdf [68] Este portal resulta do «Plano de ação para melhorar o
acesso das PME» da Comissão, COM(2011) 870 final. [69] Programa de trabalho da Comissão para 2013, COM(2012) 629
final. [70] Segundo o estudo «Business Dynamics» de 2010, em 7 dos 33
países europeus inquiridos foi possível a cinco empresas modelo obter todas as
licenças necessárias no prazo de 30 dias. [71] Ver http://ec.europa.eu/europe2020/pdf/ags2013_pt.pdf,
pág. 10. [72] Eurostat, «Statistics in Focus: the entrepreneurial gap
between men and women» (30/2007). [73] Ver, por exemplo, O. Bekh, ETF Women's Entrepreneurship
Development, Policy Brief (2012); A. Lesina, F. Lotti, Do Women Pay More
for Credit? Evidence from Italy, NBER Working Paper (2008); Women
in business and decision-making, Eurochambres (2004). [74] JO L 180 de 15.7.2010, p. 1. [75] Um outro exemplo é o «US-based Service Corps of Retired
Executives» (SCORE), que estabeleceu uma rede de 13 000 voluntários cujos
conhecimentos ajudaram a criar mais de 67 000 postos de trabalho em 2011. [76] OCDE (2010), «Open for Business; Migrant Entrepreneurship
in OECD Countries», OECD Publishing, http://dx.doi.org/10.1787/9789264095830-en [77] Rath,
J., Eurofound (2011), «Promoting ethnic entrepreneurship in European cities»,
Serviço de Publicações da União Europeia, Luxemburgo. Europe, disponível em:
http://www.eurofound.europa.eu/pubdocs/2011/38/en/2/EF1138EN.pdf [78] COM(2011) 455 final e SEC(2011) 957 final. [79] Diretiva 2009/50/CE do Conselho. [80] «Ajudar à transição dos jovens para o emprego», COM(2012)
727. [81] Ver, em especial, o documento «Policy Brief on Youth Entrepreneurship
in Europe» da OCDE e da Comissão Europeia, disponível em: http://ec.europa.eu/youth/news/20120504-youth-entrepreurship-employment_en.htm [82] Ver http://ec.europa.eu/enterprise/policies/sme/facts-figures-analysis/eurobarometer/