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Document Ares(2025)2966412

Communication from the Commission to the European Parliament, the Council, the European Economic and Social Committee and the Committee of the Regions Strategy to support medical countermeasures against public health threats

CONVITE À APRESENTAÇÃO DE CONTRIBUTOS

PARA UMA INICIATIVA (sem avaliação de impacto)

O objetivo deste documento é informar o público em geral e as partes interessadas sobre o trabalho em curso na Comissão, de modo a permitir a apresentação de observações e a efetiva participação nas atividades de consulta.

Solicitamos a estes destinatários que se pronunciem sobre a forma como a Comissão perspetiva o problema e as possíveis soluções e que partilhem quaisquer informações pertinentes.

Título da iniciativa

Estratégia de apoio a contramedidas médicas contra ameaças para a saúde pública

DG responsável — unidade responsável

DG HERA

Tipo provável de iniciativa

Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho,

ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões

Calendário indicativo

2.º trimestre de 2025

Informações adicionais

https://health.ec.europa.eu/health-emergency-preparedness-and-response-hera_pt

O presente documento é meramente informativo, não condicionando a decisão final da Comissão quanto à prossecução desta iniciativa nem o teor definitivo da mesma. Todos os elementos da iniciativa descritos no presente documento, incluindo o seu calendário, podem vir a ser alterados.

A. Contexto político, definição do problema e verificação da subsidiariedade

Contexto político

A presidente Ursula von der Leyen apresentou esta iniciativa nas suas orientações políticas para a Comissão Europeia 2024-2029 como uma das principais iniciativas para tornar a UE mais resiliente e mais bem preparada. A rápida evolução dos riscos de segurança, o panorama geopolítico e o seu impacto nas iniciativas mundiais no domínio da saúde, bem como as crises sanitárias recentes (como a pandemia de COVID-19 e os surtos de varíola M) demonstraram que a UE tem de reforçar a sua preparação e resposta às ameaças à saúde pública. Entre estas incluem-se as ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares (QBRN), independentemente da sua origem (natural, acidental ou deliberada). As ameaças para a saúde também estão a ser desencadeadas por conflitos, ameaças híbridas, crises humanitárias, alterações climáticas e fenómenos meteorológicos extremos. O reforço do desenvolvimento e da disponibilidade de contramedidas médicas relevantes para situações de crise 1 é fundamental para melhorar a preparação e a prontidão da UE.

Os recentes relatórios de alto nível de Sauli Niinistö e Mario Draghi contêm recomendações para reforçar a preparação em situações de crise e a competitividade da UE. Esta estratégia irá basear-se nessas recomendações e na futura Estratégia para uma União da Preparação.

Problema que a iniciativa pretende resolver

A pandemia de COVID-19 demonstrou até que ponto o desenvolvimento, o fabrico, a aquisição e a distribuição equitativa de contramedidas médicas são essenciais para reforçar a capacidade da UE para prevenir, detetar e responder rapidamente a emergências sanitárias transfronteiriças. No entanto, apesar destas tendências, ainda existem lacunas em termos de disponibilidade de contramedidas médicas.

·O défice de investigação e inovação em relação aos concorrentes mundiais está a aumentar, especialmente no que toca à capacidade da UE para fazer com que a investigação realizada nos laboratórios seja acessível aos doentes. A Estratégia para as Ciências da Vida e outras iniciativas pertinentes visarão também resolver esta questão, mas é necessário prestar especial atenção aos desafios no desenvolvimento de tecnologias relevantes para situações de crise que são essenciais para a nossa preparação e segurança no domínio da saúde. 

·As dependências das cadeias de abastecimento da UE em matéria de contramedidas e respetivos componentes relevantes para situações de crise comprometem a autonomia estratégica e a capacidade da UE para resistir a choques. A estratégia irá também articular-se com a Estratégia para uma União da Preparação e a Estratégia de Constituição de Reservas.

·Ações descoordenadas e fragmentadas — incluindo a falta de coordenação entre setores (nomeadamente, colaboração civil e militar insuficiente) e entre regiões — comprometem o acesso a contramedidas médicas e resultam num acesso desigual a estas e, por conseguinte, em níveis de preparação desiguais entre os diferentes Estados-Membros.

Base para a ação da UE (base jurídica e verificação da subsidiariedade)

Base jurídica

O artigo 168.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia estabelece a base para a ação da UE no domínio da saúde pública, incluindo a resposta a ameaças transfronteiriças graves para a saúde. A base jurídica para as ações a nível da UE em matéria de preparação e resposta a emergências sanitárias, incluindo no domínio das contramedidas médicas, é assegurada pelos seguintes atos: Regulamento (UE) 2022/2371 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de novembro de 2022, relativo às ameaças transfronteiriças graves para a saúde e que revoga a Decisão n.º 1082/2013/UE, Decisão da Comissão, de 16 de setembro de 2021, que cria a Autoridade de Preparação e Resposta a Emergências Sanitárias (HERA) e Regulamento (UE) 2022/2372 do Conselho, de 24 de outubro de 2022, relativo a um quadro de medidas destinadas a assegurar o abastecimento de contramedidas médicas relevantes para situações de crise em caso de emergência de saúde pública a nível da União.

Necessidade prática de uma ação da UE

A pandemia de COVID-19 demonstrou a necessidade de reforçar o quadro de segurança sanitária da UE e o valor acrescentado da coordenação a nível da UE para preparar e responder a ameaças transfronteiriças graves para a saúde (nomeadamente para assegurar o desenvolvimento, o fabrico, a aquisição e a distribuição de contramedidas médicas).

Os fenómenos meteorológicos extremos, as ameaças de pandemia como a da gripe aviária de alta patogenicidade, a resistência aos antimicrobianos e os incidentes QBRN são motivos de preocupação para todos os Estados-Membros. As ações a nível da UE reforçarão a eficiência das medidas de preparação e resposta em toda a UE.

A ação conjunta entre os Estados-Membros e a Comissão terá mais impacto e influência a nível mundial, regional e nacional. Proporcionará oportunidades para implementar os objetivos em matéria de saúde da Estratégia para uma União da Preparação na nova era para a defesa e a segurança europeias, tal como solicitado pela presidente e com base nos resultados do relatório do presidente finlandês Sauli Niinistö sobre a preparação e a prontidão europeias.

B. Objetivo da iniciativa e meios para o alcançar

O objetivo da estratégia é reforçar a segurança sanitária da UE, reforçar a autonomia estratégica da UE no domínio da saúde e contribuir para o reforço da competitividade dos setores estratégicos para a economia e a segurança da UE. Para o efeito, proporcionará um quadro para reforçar o acesso equitativo e a disponibilização de contramedidas médicas relevantes para situações de crise, bem como através do reforço da competitividade e da inovação da UE neste domínio.

A estratégia consolidará o trabalho da Comissão realizado neste domínio ao longo dos últimos cinco anos, tirando partido da estreita colaboração entre os Estados-Membros e os parceiros internacionais. Terá por objetivo colmatar as lacunas na disponibilidade de contramedidas médicas para fazer face às ameaças atuais e futuras para a saúde. Será baseada na definição de prioridades da HERA em matéria de ameaças para a saúde. Irá identificar ações para apoiar e acelerar a I&D em matéria de contramedidas médicas, reforçar as cadeias de abastecimento e a capacidade de produção e garantir a sua disponibilidade e acesso equitativo. A estratégia tirará partido de instrumentos como a contratação pública conjunta, a constituição de reservas e instrumentos financeiros inovadores.

A estratégia abrangerá contramedidas médicas como os medicamentos (vacinas, antimicrobianos e anticorpos), substâncias de origem humana (produtos derivados de sangue), dispositivos médicos (dispositivos de diagnóstico e respiradores), equipamento de proteção individual e outros produtos ou serviços relevantes que são necessários para efeitos de preparação e resposta a ameaças transfronteiriças graves para a saúde. A estratégia irá propor um pacote de ações, estabelecer prioridades políticas e princípios orientadores para moldar a preparação em matéria de contramedidas médicas e identificar iniciativas emblemáticas e linhas de ação concretas a nível da UE, nacional e internacional. Até 2027, para apoiar ações em matéria de contramedidas médicas, a Comissão irá basear-se no orçamento afetado ao abrigo dos programas UE pela Saúde, Horizonte Europa e RescEU e em quaisquer outros instrumentos pertinentes de apoio ao desenvolvimento e à disponibilidade de contramedidas médicas.

A fim de assegurar a coerência e a consistência do ponto de vista político, a estratégia irá apoiar-se na Estratégia para uma União da Preparação e na Estratégia para a Saúde a Nível Mundial. Pode também basear-se nas partes relevantes da Estratégia Europeia de Ciências da Vida, do Livro Branco sobre a Defesa Europeia e da Estratégia de Segurança Interna. Assegurará igualmente a complementaridade com o ato legislativo sobre medicamentos críticos, a estratégia de constituição de reservas da EU e o plano de prevenção, preparação e resposta da União, a desenvolver em 2025. Terá em conta as conclusões da revisão da HERA e a avaliação intercalar do regulamento relativo às ameaças transfronteiriças graves para a saúde.

Impactos prováveis

O impacto provável da estratégia a nível da UE é uma maior coerência e complementaridade das medidas de preparação e resposta em matéria de contramedidas médicas, bem como um maior empenho na preparação e resposta a emergências sanitárias. A estratégia deverá colmatar as lacunas na disponibilidade de contramedidas médicas, a fim de reforçar a proteção dos cidadãos contra ameaças transfronteiriças.

Contribuirá para o desenvolvimento de uma União de Preparação forte, reforçará a União Europeia da Saúde e complementará a Estratégia para a Saúde a Nível Mundial, reforçando, assim, a liderança da UE neste domínio.

Contribuirá igualmente para impulsionar a competitividade da UE no domínio das ciências da vida, atrair investimentos e reforçar a competitividade dos inovadores e das PME da UE e converter os investimentos na preparação em oportunidades de crescimento na UE e nos países parceiros, beneficiando, deste modo, as empresas e os cidadãos.

Acompanhamento futuro

O acompanhamento da execução será assegurado principalmente através dos mecanismos existentes, sem comunicação de informações adicionais por parte dos Estados-Membros ou das empresas. A Comissão informará formalmente o Parlamento e o Conselho sobre o ponto da situação da execução da estratégia através de uma revisão intercalar e de uma revisão final. Incluirá igualmente intercâmbios com os grupos de trabalho competentes do Conselho e as comissões competentes do Parlamento Europeu. O acompanhamento será também efetuado no contexto do acompanhamento da Estratégia da UE para uma União de Preparação.

C. Legislar melhor

Avaliação de impacto

A estratégia assumirá a forma de uma comunicação da Comissão. Logo, não requer uma avaliação de impacto específica. Contudo, as propostas legislativas ou outras que possam ter um impacto significativo e as opções políticas anunciadas na estratégia devem ser acompanhadas de avaliações de impacto, se for caso disso.

Estratégia de consulta

A consulta inclui:

·um convite à apresentação de contributos,

·consultas específicas das partes interessadas (a partir de abril de 2025).

A consulta reunirá todos os contributos pertinentes, em especial sobre o âmbito da estratégia, os desafios e lacunas identificados e possíveis instrumentos para lhes dar resposta. Estes contributos serão tidos em conta para estabelecer uma base sólida e baseada em dados concretos para a estratégia. Em especial, a consulta procurará obter informações sobre os desafios enfrentados no desenvolvimento e abastecimento de contramedidas médicas, nomeadamente sobre:

-Tipos de contramedidas médicas e novas tecnologias emergentes relevantes para fazer face a ameaças para a saúde;

-Tipos de apoio público e privado necessários para o desenvolvimento de contramedidas médicas;

-Desafios no abastecimento e na implantação de contramedidas médicas;

-Desafios no panorama da inovação das contramedidas médicas;

-Oportunidades para reforçar o desenvolvimento e o acesso a contramedidas médicas, em tempos de preparação e de crise;

-Oportunidades de coordenação e colaboração transetoriais.

Os resultados da consulta complementarão os dados provenientes de outras fontes fiáveis. Serão também organizadas consultas específicas às partes interessadas pertinentes.

As respostas à consulta podem ser apresentadas em todas as línguas oficiais da UE. A consulta será promovida através de comunicados de imprensa, páginas Web, médias sociais, etc. Será publicado um resumo das atividades de consulta no portal «Dê a sua opinião». A comunicação da Comissão apresentará os resultados da consulta.

(1)    As contramedidas médicas são produtos utilizados em resposta a uma emergência de saúde pública. Incluem medicamentos para uso humano, tal como definidos na Diretiva 2001/83/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, dispositivos médicos tal como definidos no artigo 3.º, ponto 12), do Regulamento (UE) 2022/2371 e outros bens ou serviços necessários para efeitos de preparação e resposta a ameaças transfronteiriças graves para a saúde.
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