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Document 32024R0417

Regulamento de Execução (UE) 2024/417 do Conselho, de 29 de janeiro de 2024, que dá execução ao Regulamento (UE) 2020/1998 que impõe medidas restritivas contra violações e atropelos graves dos direitos humanos

ST/17046/2023/INIT

JO L, 2024/417, 29.1.2024, ELI: http://data.europa.eu/eli/reg_impl/2024/417/oj (BG, ES, CS, DA, DE, ET, EL, EN, FR, GA, HR, IT, LV, LT, HU, MT, NL, PL, PT, RO, SK, SL, FI, SV)

Legal status of the document In force

ELI: http://data.europa.eu/eli/reg_impl/2024/417/oj

European flag

Jornal Oficial
da União Europeia

PT

Série L


2024/417

29.1.2024

REGULAMENTO DE EXECUÇÃO (UE) 2024/417 DO CONSELHO

de 29 de janeiro de 2024

que dá execução ao Regulamento (UE) 2020/1998 que impõe medidas restritivas contra violações e atropelos graves dos direitos humanos

O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA,

Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia,

Tendo em conta o Regulamento (UE) 2020/1998 do Conselho, de 7 de dezembro de 2020, que impõe medidas restritivas contra violações e atropelos graves dos direitos humanos (1), nomeadamente o artigo 14.o, n.o 1,

Tendo em conta a proposta do alto representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança,

Considerando o seguinte:

(1)

Em 7 de dezembro de 2020, o Conselho adotou o Regulamento (UE) 2020/1998.

(2)

Em 8 de dezembro de 2020, na declaração do alto representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, em nome da União Europeia, sobre o regime global de sanções da UE em matéria de direitos humanos, a União e os seus Estados-Membros reiteraram o seu forte empenhamento na promoção e proteção dos direitos humanos em todo o mundo. O regime global de sanções da UE em matéria de direitos humanos sublinha a determinação da União em reforçar o seu papel na luta contra as graves violações e atropelos dos direitos humanos em todo o mundo. Um dos objetivos estratégicos da União é fazer com que todos possam efetivamente usufruir dos direitos humanos. O respeito pela dignidade humana, pela liberdade, pela democracia, pela igualdade, pelo Estado de direito e pelos direitos humanos constitui um valor fundamental da União e da sua política externa e de segurança comum.

(3)

A União está preocupada com a contínua deterioração da situação dos direitos humanos na Rússia. A guerra de agressão injustificada e não provocada da Rússia contra a Ucrânia amplificou a repressão interna na Rússia, limitando drasticamente a liberdade de opinião e de expressão e a liberdade dos meios de comunicação social, e introduzindo a censura de guerra.

(4)

A União continua a condenar veementemente a forte expansão da legislação restritiva e da repressão sistemática exercida contra a sociedade civil e os defensores dos direitos humanos, bem como a repressão persistente de meios de comunicação social independentes, jornalistas, elementos da oposição política e outras vozes críticas.

(5)

A União condena veementemente a decisão politicamente motivada de um tribunal de Moscovo de condenar Vladimir Kara-Murza, político da oposição, ativista pela democracia e um crítico declarado do Kremlin, a 25 anos de prisão.

(6)

A União apela à Rússia para que liberte imediata e incondicionalmente todas as pessoas detidas por motivações políticas.

(7)

Neste contexto, deverão ser incluídas quatro pessoas e uma entidade na lista das pessoas singulares e coletivas, entidades e organismos sujeitos a medidas restritivas constante do anexo I do Regulamento (UE) 2020/1998.

(8)

Por conseguinte, o Regulamento (UE) 2020/1998 deverá ser alterado em conformidade,

ADOTOU O PRESENTE REGULAMENTO:

Artigo 1.o

O anexo I do Regulamento (UE) 2020/1998 é alterado nos termos do anexo do presente regulamento.

Artigo 2.o

O presente regulamento entra em vigor no dia da sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia.

O presente regulamento é obrigatório em todos os seus elementos e diretamente aplicável em todos os Estados-Membros.

Feito em Bruxelas, em 29 de janeiro de 2024.

Pelo Conselho

A Presidente

H. LAHBIB


(1)   JO L 410 I de 7.12.2020, p. 1.


ANEXO

O anexo I do Regulamento (UE) 2020/1998 é alterado do seguinte modo:

1)

À secção «A. Pessoas singulares», da lista das pessoas singulares e coletivas, entidades e organismos, são aditadas as seguintes entradas:

 

Nomes (Transliteração para o alfabeto latino)

Nomes

Elementos de identificação

Motivos para a inclusão na lista

Data de inclusão na lista

«69.

Ekaterina Mikhailovna MIZULINA

Екатерина Михайловна МИЗУЛИНА

(grafia russa)

Função(ões): Presidente da Liga da Internet Segura; membro da Câmara Cívica da Federação da Rússia

Data de nascimento: 1.9.1984

Local de nascimento: Yaroslavl, República Socialista Federativa Soviética da Rússia (atualmente Federação da Rússia)

Nacionalidade: russa

Sexo: feminino

Pessoas associadas: Elena Borisovna Mizulina; Konstantin Valerevich Malofeev

Ekaterina Mizulina é uma figura pública russa e presidente da Liga da Internet Segura. Nessa qualidade, aplica práticas de censura contra artistas e criadores de conteúdos para a Internet, favorecendo o Governo russo e as suas políticas.

Na qualidade de presidente da Liga da Internet Segura, Ekaterina Mizulina apresenta queixas oficiais às autoridades russas responsáveis pela aplicação da lei contra criadores de conteúdos para a Internet, ou seja, bloguistas, bem como músicos, celebridades e influenciadores. Consequentemente, Ekaterina Mizulina obriga os artistas e criadores russos de conteúdos para a Internet a suprimirem conteúdos de crítica ao governo ou a criarem conteúdos a favor do Governo russo e das suas políticas.

Por conseguinte, Ekaterina Mizulina é responsável por atropelos graves e sistemáticos à liberdade de opinião e de expressão, que também suscitam sérias preocupações no que respeita aos objetivos da política externa e de segurança comum enunciados no artigo 21.o do Tratado da União Europeia.

29.1.2024

70.

Valentina Evgenievna LEVASHOVA

t.c.p.

Valentina Evgen'yevna LEVASHOVA

Валентина Евгеньевна ЛЕВАШОВА

t.c.p.

Валентина Євгенiївна ЛЄВАШОВА

(grafia russa)

Função(ões): Juíza do tribunal distrital de Basmanniy, em Moscovo

Data de nascimento: 14.10.1978

Nacionalidade: russa

Sexo: feminino

Endereço: Preobrazhenskiy Val St., 24 building 1, Flat 69, Moscow, Rússia, 107061

Valentina Levashova é juíza do tribunal distrital de Basmanniy, em Moscovo.

Nessa qualidade, está envolvida em violações graves e sistemáticas dos direitos humanos contra os líderes da oposição russa.

É uma representante do poder judicial que tomou decisões tendenciosas em processos com motivações políticas contra pessoas que se opuseram à invasão militar da Ucrânia, ou decisões que justificaram ações militares e outras da Federação da Rússia no território da Ucrânia, incluindo no processo contra Vladimir Kara-Murza.

Vladimir Kara-Murza é um destacado ativista da oposição na Rússia. Após ter acusado o Kremlin de cometer crimes de guerra na Ucrânia e condenado publicamente a agressão russa, foi-lhe instaurado, em 2022, um processo judicial com motivações políticas, baseado em falsas alegações.

Em abril de 2023, foi condenado a 25 anos de prisão num estabelecimento prisional/campo de trabalho de alta segurança. O processo judicial que lhe foi instaurado visava o seu ativismo e serviu de "julgamento de fachada" na Rússia para reprimir as vozes críticas do regime no poder que manifestam a sua oposição à guerra de agressão contra a Ucrânia.

O regime russo está a utilizar o sistema judiciário do país como instrumento comum em numerosas violações graves dos direitos humanos. O sistema judiciário não é independente e é utilizado para violar sistemática e gravemente os direitos humanos das pessoas que se opõem ao regime no poder, violando a sua liberdade de opinião e de expressão.

Por conseguinte, Valentina Levashova é responsável por graves violações dos direitos humanos na Rússia, nomeadamente por prisões e detenções arbitrárias.

29.1.2024

71.

Oleg Viktorovich ALYPOV

Олег Викторович АЛЫПОВ

Олег Вiкторович АЛИПОВ

(grafia russa)

Função(ões): Procurador interdistrital de Golovinsky, Moscovo

Data de nascimento: 7.3.1981

Nacionalidade: russa

Sexo: masculino

Oleg Alypov é o procurador interdistrital de Golovinsky, Moscovo.

Na qualidade de procurador, está envolvido em violações graves e sistemáticas dos direitos humanos contra os líderes da oposição russa, incluindo no processo contra Vladimir Kara-Murza.

Vladimir Kara-Murza é um destacado ativista da oposição na Rússia. Após ter acusado o Kremlin de cometer crimes de guerra na Ucrânia e condenado publicamente a agressão russa, foi-lhe instaurado, em 2022, um processo judicial com motivações políticas, baseado em falsas alegações.

Em abril de 2023, foi condenado a 25 anos de prisão num estabelecimento prisional/campo de trabalho de alta segurança. O processo judicial que lhe foi instaurado visava o seu ativismo e serviu de "julgamento de fachada" na Rússia para reprimir as vozes críticas do regime no poder que manifestam a sua oposição à guerra de agressão contra a Ucrânia.

O regime russo está a utilizar o sistema judiciário do país como instrumento comum em numerosas violações graves dos direitos humanos. O sistema judiciário não é independente e é utilizado para violar sistemática e gravemente os direitos humanos das pessoas que se opõem ao regime no poder, violando a sua liberdade de opinião e de expressão.

Por conseguinte, Oleg Alypov é responsável por graves violações dos direitos humanos na Rússia, nomeadamente por prisões e detenções arbitrárias.

29.1.2024

72.

Ludmila Mikhailovna SMOLKINA

Людмила Михайловна СМОЛКИНA

Людмила Михайлiвна СМОЛКIНА

(grafia russa)

Função(ões): juíza do tribunal da cidade de Moscovo

Data de nascimento: 6.8.1961

Nacionalidade: russa

Sexo: feminino

Endereço: 45 Angarskaya St., building 1, 51, Moscow, Rússia, 125412

Ludmila Smolkina é juíza no tribunal da cidade de Moscovo.

Nessa qualidade, está envolvida em violações graves e sistemáticas dos direitos humanos contra os líderes da oposição russa, incluindo no processo contra Vladimir Kara-Murza.

As autoridades russas recorreram a acusações penais para deter, processar judicialmente e condenar defensores dos direitos humanos, jornalistas e opositores políticos que criticaram publicamente a invasão da Ucrânia.

Vladimir Kara-Murza é um destacado ativista da oposição na Rússia. Após ter acusado o Kremlin de cometer crimes de guerra na Ucrânia e condenado publicamente a agressão russa, foi-lhe instaurado, em 2022, um processo judicial com motivações políticas, baseado em falsas alegações.

Em abril de 2023, foi condenado a 25 anos de prisão num estabelecimento prisional/campo de trabalho de alta segurança. O processo judicial que lhe foi instaurado visava o seu ativismo e serviu de "julgamento de fachada" na Rússia para reprimir as vozes críticas do regime no poder que manifestam a sua oposição à guerra de agressão contra a Ucrânia.

O regime russo está a utilizar o sistema judiciário do país como instrumento comum em numerosas violações graves dos direitos humanos.

O sistema judiciário não é independente e é utilizado para violar sistemática e gravemente os direitos humanos das pessoas que se opõem ao regime no poder, violando a sua liberdade de opinião e de expressão.

Por conseguinte, Ludmila Smolkina é responsável por graves violações dos direitos humanos na Rússia, nomeadamente por prisões e detenções arbitrárias.

29.1.2024»

2)

À secção «B. Pessoas coletivas, entidades e organismos», da lista das pessoas singulares e coletivas, entidades e organismos, é aditada a seguinte entrada:

 

Nomes (Transliteração para o alfabeto latino)

Nomes

Elementos de identificação

Motivos para a inclusão na lista

Data de inclusão na lista

«21.

Liga da Internet Segura

Лига безопасного интернета

(grafia russa)

Endereço: Usovo, flat 100, Moscow Oblast, Rússia, 143084

Telefone: +7 8 800 700-56-76

Endereço eletrónico: info@ligainternet.ru

Sítio Web: https://ligainternet.ru

Pessoas associadas: Ekaterina Mikhailovna Mizulina; Konstantin Valerevich Malofeev

A Liga da Internet Segura é uma organização para-governamental russa cofundada por Konstantin Malofeev, proprietário do canal de televisão Tsargrad, com o apoio do Governo russo.

A Liga da Internet Segura permite ao Governo russo reforçar as práticas de censura, silenciando artistas e criadores de conteúdos para a Internet que produzam conteúdos incompatíveis com a linha oficial do Governo russo.

A Liga da Internet Segura apresenta queixas oficiais às autoridades russas responsáveis pela aplicação da lei contra criadores russos de conteúdos para a Internet, ou seja, bloguistas, bem como músicos, celebridades e influenciadores. Através da ameaça de imposição de medidas punitivas ou económicas, a Liga da Internet Segura tenta forçar os artistas e criadores de conteúdos para a Internet a suprimirem conteúdos de crítica ao governo ou a criarem conteúdos a favor do Governo russo e das suas políticas.

Por conseguinte, a Liga da Internet Segura é responsável por atropelos graves e sistemáticos à liberdade de opinião e de expressão, que também suscitam sérias preocupações no que respeita aos objetivos da política externa e de segurança comum enunciados no artigo 21.o do Tratado da União Europeia.

29.1.2024»


ELI: http://data.europa.eu/eli/reg_impl/2024/417/oj

ISSN 1977-0774 (electronic edition)


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